14jun

Grupo de estudos do dia 06/05/2013
Tema: A Alegria

Este tema nos foi sugerido por um jovem que sofria com a síndrome do pânico. Depois de uma grave depressão, há cinco meses, ele nos procurou para o tratamento e hoje diz que sente “Alegria de viver´´.

O texto que abrimos no evangelho é: A ingratidão dos filhos e os laços de família – Santo Agostinho

Mentores se apresentando – Estamos hoje nos apresentando, Alberto e Gilda. Cada um vai falar sobre um aspecto deste tema, a Alegria.

Eu – Então a Alegria tem mais de um aspecto a ser entendido?

A – Tudo nesta vida tem vários pontos de vista. É preciso que se aborde que muito do que se pensa sobre uma coisa é só um ponto de vista. Que não é o todo completo, o desenrolar desta mesma coisa. A Gilda vai começar falando. Ela diz que ela gostaria de explicar como é que a gente pode gerar Alegria no nosso interior.

Eu- Seja bem vinda, Gilda! Estamos com muita Alegria, preparados para receber seus ensinamentos.

G – O mais importante é lembrar que o estado de Alegria independe do que acontece no exterior e independe das reações das outras pessoas. Eu posso estar em Alegria, mesmo estando em ambientes considerados desfavoráveis. Desde que eu me reconheça como um fruto, uma centelha Divina, um Ser que representa a criação desse pai amoroso, eu posso estar alegre em qualquer momento. E Alegre inclusive, por fazer parte dessa criação maravilhosa. Quando eu começo a dizer a mim mesma como é importante e exuberante esse momento, como eu tenho recebido coisas boas, eu posso gerar dentro de mim mesma, a Alegria. Então, o principal para que eu tenha Alegria eterna é a gratidão. Por isso o texto falando sobre a ingratidão filial. Mas nós devemos perceber que esse texto fala de um período de mais de 150 anos atrás. E agora, mesmo que alguém seja vítima da ingratidão filial, se essa pessoa não se vitimizar, ela pode viver em Alegria. Mesmo uma mãe que recebe ingratidão dos filhos, pode ser Alegre, as ela perceber o quanto ela recebe da vida, o quanto ela recebe do Pai, na maioria das vezes sem pedir muito. Então, o gerar Alegria é evitar as expectativas em relação ao outro. E também é aprender a não ser reativo, ou seja, eu só sorrio, se a vida sorri para mim. Eu posso ser ativo, e começar a sorrir para a vida, e com certeza, ela sorrirá de volta. Isto porque a vida vai me espelhar, não eu espelhando o que os outros fazem. Então a Alegria pode ser gerada no interior de cada um de nós, tanto no plano dos encarnados, como no plano dos desencarnados. É muito importante que nós aprendamos a vigiar os nossos pensamentos para que nós possamos viver em Alegria E viver em Alegria não depende de bens materiais, não depende de atitudes dos outros, e sim, depende da nossa maneira de encarar a vida. Se eu encarar a vida como um castigo, como é que eu vou ser Alegre? Se eu encarar a vida como um presente, uma dádiva, eu posso estar sempre em agradecimento. Só porque aconteceu uma coisa que me trouxe desagrado, será que isso pode afetar a minha Alegria? Isso simplesmente está contrariando a minha criança interna birrenta que só aceita aquilo que ela mesma determina. Essa criança, quando contrariada, atira-se ao chão, grita! Esse já não é mais o modo de agir aceitável nos dias de hoje.

Eu – Existem pessoas que tem mais facilidade para essa Alegria. A gente percebe nas atitudes, no olhar, no sorriso. Existem pessoas que tem menos capacidade de ser alegres, ou não?

G – Não! Isso é uma escolha. Existem pessoas que cuidam da sua Alegria e que na realidade adubam essa Alegria todo dia. Existem outras pessoas que deixam essa Alegria secar com falta de água. Por falta de nutrientes, como uma planta, a Alegria se vai. Então é um trabalho, não é uma dádiva. Não é que Deus escolhe algumas pessoas para serem alegres e outras para sofrerem. O sofrimento é sempre uma opção, mas é bom lembrar que a Alegria também é uma opção.

Eu – Mas aí nós estamos contra o Karma: eu nasci numa vida difícil, por isso eu sou triste, não é uma coisa determinada.

G – O axioma que você colocou é exatamente o contrario: a vida é difícil porque eu me acho triste.

Eu – Uma coisa conduz a outra?

G – Exatamente! Isso porque a vida só me dá o que eu peço. Se o tempo todo eu pensar em problema, ela só me dá problema. Se eu o tempo todo pensar em coisas tristes, ela vai me dar tristezas. É o que ela acha que eu quero.

Eu – Vamos sair de um local onde as pessoas tem uma vida mais provedora, e vamos para um local … , morador de rua, favela, onde as condições são mais difíceis. A vida é mais difícil e essa pessoa já não vive na tristeza por uma condição do meio em que ela está.

G – Neste meio em que você citou é que saiu o samba, de lá saíram as rodas de samba, onde as pessoas comemoram. E elas não são milionárias, então o lado econômico não quer dizer muita coisa não.

Eu – Isso é um lado interno que a pessoa cria.

G – Sim!

Eu – Então quer dizer que as pessoas tristes, elas não deixam de ser egoístas?

G – Sim, até porque essas pessoas, na maioria das vezes, estão usando a tristeza para chamar a atenção dos outros, sobre elas mesmas, dizendo, olha como eu sou triste, pobre de mim.

Eu – Quer dizer, ela fica triste porque as coisas não funcionam da maneira que ela quer.

G – Isso é diferente, o que eu quis dizer é que muitas pessoas ficam tristes para chamarem a atenção dos outros e para controlarem os outros, mas também existem as pessoas que se aparentam tristes porque foram contrariadas, se vitimizam, e na maioria das vezes quando você vai perguntar, ela esta se vitimizando por algo absurdo.

Eu – Sim, para quem chega e pergunta por que, é uma coisa tão absurda, sem valor.

G – Valorizam algo que muitas vezes não são importantes.

Eu – A vitima é um parceiro do triste, não? Porque a vítima está sempre triste.

G – Sim, porque quem esta no papel de vítima, não vai poder ser Alegre, porque como eu posso ser vitima e Alegre ao mesmo tempo. É um paradoxo: assim ninguém vai ter peninha de mim. Então eu tenho um ganho secundário da pena que as pessoas tem, porque tanta gente continua? Você dá a saída, a pessoa percebe a saída, mas ela não toma o caminho, porque é muito melhor continuar sendo vítima, é muito mais confortável.

Eu – Então as religiões induzem a essa tristeza, essa vitimização né?

G – Não são as religiões. Mais uma vez é importante lembrar que as religiões não induzem a nada. As pessoas que pregam nas religiões é que podem induzir. Você vai ver em muitas religiões que dependendo do líder que está ali, as pessoas são bastante alegres, comemorando. Entram inclusive em períodos de êxtase. O êxtase religioso é conhecido desde a idade antiga.

Eu – E é muito bonito né?

G – Bonito e prazeroso. Muito bom, porque geralmente limpa os canais energéticos para receber energias de outras esferas. Porém, existem outras religiões que trabalham culpa. Quantas vezes te disseram que você é culpada pela crucificação de Jesus?

Eu – É! Desde a hora que a gente nasce, né?

G – Você pediu?

Eu – Eu não.

G – Então até essas culpas, e quem trabalha ensinando a culpa quer controlar, porque a culpa é paralisante. A pessoa que se sente culpada se arrepende disso ou daquilo, e quer de qualquer jeito refazer o mal que praticou. E na maioria das vezes ela cai no conto da culpa.

Eu – Sim porque o prazer é ruim, o prazer é pecado.

G – Então não são as religiões. É a interpretação que algumas pessoas dão nas religiões. A maioria das religiões vai pregar a Alegria, uma Alegria interna: de se sentir filho de Deus, de se sentir alguém que tem uma centelha Divina.

Eu – Vamos falar desses grupos religiosos que entram nessa Alegria excessiva durante o movimento da apresentação. Isso é uma euforia, um contato crístico, ou as duas coisas juntas?

G – Com certeza as duas coisas. Dependendo de quem foi buscar isso, e dependendo de quem está dirigindo isso também. O ser humano encarnado ou desencarnado age muito por sintonia. E muitas vezes a sintonia do grupo faz ter essas manifestações. Não achem que todas essas manifestações que vocês veem, inclusive na tela que vocês assistem, sejam falsas. Muitas delas não deixam de ser falsas se forem avaliadas profundamente. Mas elas estão acontecendo mesmo, pois acontecem por efeito do grupo.

Eu – Quando o dirigente entra em sintonia, o grupo pode entrar na vibração tanto de alegria como de euforia.

G – O mais importante é o que você faz com isso. Se for só uma euforia, isso pode ser muito complicado. Agora se for um êxtase realmente, quando a pessoa tem um contato e sente essa Alegria mais pura, que bom!

Eu – Mas esse estado vai permanecer depois, manifestando-se no equilíbrio da pessoa, não? Porque a gente vê que são pessoas que se dizem assim e que são totalmente desequilibradas.

G – O êxtase religioso não permanece por muito tempo. São momentos em que é permitido que a pessoa atinja um grau de comunhão com o plano espiritual e que ela percebe coisas que lhe são muito importantes.

Eu – É o que acontece na meditação também, o estado de Samadhi?

G – Sim, é o mesmo, mas o Samadhi não permanece para sempre!

Eu – Sim, mas pelo menos as pessoas que praticam tem equilíbrio, não vivem no negativo e na tristeza. A partir de entrar em contato com essas vibrações, você muda sua maneira de ser, existe uma mudança interna.

G – Sim, essa é a diferença. Você atinge um êxtase que modifica o seu comportamento. Diferente de quando você tem a ilusão de que vai estar sempre nesse estado.

Eu – Nem temos condições de sustentar uma situação assim, né?

G – Não!

Agora o Alberto vai falar sobre outro ponto de vista.

A – Tem sido bastante colocado na sociedade que atingir este estado de alegria que é muito mais demonstrativo para o outo. É o sorriso fácil que é a vitória, que nem sempre é uma Alegria verdadeira, que muitas vezes está ali muito mais para demonstrar superioridade ou para satisfazer o orgulho. E essa Alegria pode ser fatal. Essa Alegria que é uma demonstração de orgulho, não da verdadeira vitória, mas é uma demonstração do sobrepujar o outro. Essa pode ser bastante perigosa, e é bastante confundida. Para buscar essa Alegria é que muitos vão atrás de substâncias psicoativas, vão atrás de alguns grupos, como você citou, inclusive religiosos.

Eu- Do Ayahuasca por exemplo?

A – Não precisa ter nem substância psicoativa. Muitas vezes esses grupos religiosos facilitam isso e acabam se colocando a falsa Alegria, que é uma Alegria difícil de ser sustentada, que não se baseia numa felicidade, mas se baseia na demonstração de um estado. E já tem trazido o adoecimento de muitas pessoas. Muitas pessoas adoecem porque não conseguem manter esse estado. E elas não admitem poderem sentir outras sensações. Elas não admitem quando elas sentem raiva, sentem tristeza. E elas querem se manter naquele estado.

Eu – Elas negam outros sentimentos?

A – Sim. Isso é um vício de sentimento, isso é vicioso. E elas acabam usando de qualquer estratagema para manter esse vício, isso é muito perigoso.

Eu – Essas pessoas se mantém nesse estado por um desequilíbrio nos chakras, nos corpos, ou simplesmente o ego negando, e elas tentando ser santificadas, sem problemas, somente felizes?

A – Existem alguns pesquisadores que vão chamar isso de ´´neurose de ser normal“, também chamada de ´´normose´´, que é eu querer me apresentar sempre alegre, falsamente Alegre. Porque o Alegre que foi citado pela Gilda não precisa sair sorrindo e falando besteiras. Ele não precisa ter atitudes bobas. Esse é outro Alegre falso que fica sustentando uma máscara de Alegria, e que nunca admite ter outro sentimento que não seja Alegria. Ele se desgasta absurdamente, desgasta muito da sua energia, e isso desequilibra sim os chakras.

Eu – Mais isso é um estado de doença mental?

A – Isso é uma doença mental pouco diagnosticada, inclusive porque parece que é normal. Quantos dos espíritos que agora ocupam os corpos jovens não se entregam a bebida, não se entregam ao que vocês chamam de balada? Exatamente para simular essa Alegria falsa, porque eles não tem alegria interna, e isso parece que é normal.

Eu – Eu vou colocar outro aspecto. Nós temos ai, dizem, que chegando os seres índigos, Cristais, esses seres sentem necessidades de outras condições planetárias, seria isso? Por isso vão para esse lado, ou não?

A – Não, isso existe há tanto tempo! Essa nova humanidade está vindo há 3.000 anos. Ela sempre vai ser nova! Daqui a um minuto ela vai ser nova.

Eu – Então, por que essa doença de índigo, de cristal …?

A – Pela mesma doença da Alegria. Algumas dessas coisas são importantes realmente. É óbvio que a humanidade está evoluindo. Que muitos dos espíritos que estão encarnando e que estão tendo oportunidade de encarnar, tem outra forma de encarar as coisas, mas isso não quer dizer que todos estejam assim.

Eu – Mas tem muitos que chegam bem melhor preparados, são crianças muito espertas.

A – Sócrates viveu 500AC, Hipócrates também. Então talvez aquela época fosse a mais evoluída da humanidade? Tinha Sócrates e Hipócrates vivendo na mesma época, Platão também, e até hoje eles são estudados.

Eu – E porque tanto auê em cima disso? É pela própria evolução do planeta, e a humanidade encarna acompanhando isso.

A – A humanidade evolui também, mas se você olhar, isso já foi falado na semana passada. A grande oportunidade da humanidade agora é que vários espíritos de varias sintonias estejam encarnados. De repente é uma oportunidade para eles conviverem. Então é obvio que na humanidade atual existem espíritos bastante evoluídos, como é obvio que existem espíritos poucos conhecedores da bondade. Isso não quer dizer que a humanidade está perdida, como alguns erroneamente colocam. E também não quer dizer que a humanidade está salva, como outros pregam. Isso só quer dizer que a evolução continua e ela não vai ser em saltos. Não vai acontecer de amanhã descer um disco voador e todos se tornarem anjos. Isso já aconteceu alguma vez? Então porque que vai acontecer agora?

Eu – Mas dizem que hoje as pessoas são mais doentes da mente, mais tristes, mais negativas, mais ansiosas, mais estressadas, mais … é real isso?

A – Tem um texto de Sócrates dizendo que a juventude da sua época estava perdida, porque fazia tudo com muita pressa. Conhece isso? 2.500 anos atrás Jesus veio dizendo que Ele vinha para os doentes, que eram muitos, e Ele não se referia só aos doentes do corpo, mas principalmente aos doentes da Alma. E é isso que é importante, que nós reconheçamos que estamos sempre evoluindo, quer no plano espiritual, quer no plano encarnado, e que a humanidade vai evoluindo também. Com isso eu não quero dizer que tudo isso que é falado está errado, tudo isso está certo, mas muitas vezes é supervalorizado. É claro que existem seres agora que são iluminares, e se deve aprender com eles, mas não todos os seres são iluminares.

Eu – Mas sempre existiram, né? Madre Tereza e tantos outros que foram luz na escuridão.

A – Sim, sempre existiram. Será que Sócrates era índigo?

Eu – Sei lá. (risos do grupo) Será que conheci Sócrates e não me lembro?

A – É importante também que tomemos cuidado também com esse conceito do que é a Alegria. A Alegria que a Gilda explicou é uma Alegria interna, Alegria pacífica, sem demonstrações exageradas. É a Alegria de estar vivo, é a Alegria de acordar e agradecer por mais um dia, é a Alegria de agradecer o afeto, é a Alegria de agradecer o que recebe. Isso não significa também ser tolo, agradecer inclusive quando é maltratado, mas isso significa estar alegre, e se for maltratado também não achar que é menos que os outros, que não é merecedor. É saber que todos nós vamos passar por várias situações.

Eu – Mas também não negar a tristeza, não negar o medo, nada disso?

A – A raiva, sim. Mas só que adequar isso. No momento de sentir tristeza, sentir a tristeza. Mas ao mesmo tempo continuar agradecendo pelas coisas boas, porque muita gente na hora de sentir tristeza, só se lembra da tristeza. E as outras coisas? Se você tem um motivo para ficar triste, talvez você tenha outros para se alegrar, por que não? Por que não equilibrar isso? Mas muita gente acaba agindo, como foi colocado, principalmente por ter sido contrariado. Fica irritado, agressivo, entristecido, apenas por ter sido contrariado, quando na maioria das vezes essas contrariedades estão protegendo essa pessoa e esse espirito.

Eu – É, isso a gente vê muito, né! Como aquela parábola, quando não via as pegadas que seguiam no chão, reclama, e Jesus estava carregando no colo. Nosso mal é querer sem saber se o que queremos é bom para nós, apenas queremos.

A – É. Julga-se muito rápido, tanto no plano encarnado, como no plano desencarnado.

Eu – Ischi!! aí continua, é?

A – Sim, você acha que você vai criar asinhas quando chegar aqui?

Risos….

Eu – É a esperança, né?

A – A diferença é que aqui você vai estar muito mais próximo dos espíritos que estão na mesma sintonia. Se você for buscar fazer coisas boas, você vai estar mais próximo de pessoas assim.

Eu – É eu achei interessante essa explicação da lei de atração por sincronia da igualdade.

A – Sim, a sincronicidade pela atração vai ocorrendo muito mais, e fica muito mais fácil de somar energias por uma caminhada. Mas no plano encarnado isso também não é impossível. Você escolhe como se sente. Se quiser, é como os canais da sua TV. Você escolhe o que quer assistir. Se só assistir drama, provavelmente terminará o dia triste. Se assistir só comédia, vai terminar o dia sorrindo. O problema é que nada disso é natural, nada disso é interno, isso tudo vai reagir a estímulos externos. Então precisamos aprender, tanto no plano encarnado, como no desencarnado, a não ficar reagindo só sobre os estímulos externos. Mas olhar para o interno, como está o meu interior. Ok, todos nós cometemos erros! Todos! Todos nós temos responsabilidades! Todos! Todos nós tentamos alguma coisa que não deu certo! Todos. Mas eu preciso ficar me sentindo culpado? Eu preciso fazer drama encima disso? Vou ajudar a quem fazendo isso? Eu socorro alguém quando eu me declaro errado? Ou eu ao contrário, sou tão egoísta e tão orgulhoso que eu não aceito que a onipotência e a sabedoria de Deus também me criaram. Porque isso é orgulho. Será que Deus acertou em tudo e só comigo errou? Tudo é tão perfeito, tudo é encadeado por leis tão perfeitas e só comigo não? Eu é que sou a vitima, pobre de mim, tudo que eu olho ao lado é tão maravilhoso, e só comigo, não …isso é orgulho.

Eu – E esse estado de alegria que você veio trazer na sua explicação: uma pessoa vive durante um longo tempo neste estado falso, faz um esforço muito grande para se manter assim, artificial. Um dia, de repente, ela pode desmoronar? Ou é mais fácil ela terminar a encarnação neste estado?

A – Ela pode terminar a encarnação neste estado e depois desmoronar.

Eu – Depois do desencarne?

A – Muitas vezes sim. Só depois ela vai perceber a inutilidade disso tudo.

Eu – Uma pessoa assim deixa de viver, não? Por não ter contato com outros sentimentos ligados aos nossos chakras e corpos, não é?

A – Na verdade ela usa uma máscara para se apresentar para os outros. Mas, essa máscara também impede que a energia dos outros também chegue até ela de uma forma correta. Essa máscara filtra o que ela entrega, mas também filtra o que ela recebe, e ela acaba vivendo numa ilusão.

Eu – Como assim? O que ela recebe?

A – Recebe do outro. Você está sempre trocando com os outros. Cada vez que encontra alguém está trocando energias. Você dá e recebe, e ai, quando eu visto uma máscara tão potente, eu consigo fingir uma energia que eu dou. Mas eu também filtro de uma maneira que também talvez não seja tão agradável, a energia que eu recebo. E deixo de receber.

Eu – Também vem uma energia falsa do outro.

A – Ou nem vem. Eu já não consigo ver essa energia verdadeira. Por isso é que a maioria das pessoas está perdendo a capacidade de intuição que é a percepção da energia verdadeira. Mas se eu não consigo mais conviver, ou não consigo mais demonstrar a minha energia verdadeira, como é que eu vou sentir essa energia? Assim, eu perco a intuição.

Eu – Porque eu vou forçar uma situação que não é real, eu bloqueio aquilo que me vem espontaneamente.

A – Sim!

Eu – Uma coisa que eu gostaria de esclarecer. Eu trabalho com astrologia: tem o Ariano, o Taurino….cada um dentro de um modelo de personalidade. Se eu negar essa personalidade estou negando a minha evolução?

A – Depende de como você vê. Se dentro dessa personalidade existem coisas que naquele momento eu devo negar, que elas podem não ser adequadas, não estou negando a minha evolução. Inclusive, estarei superando algumas provações pelas quais vim superar.

Eu – Sim, isso tudo bem. Mas eu negar o negativo que existe e muitas vezes este negativo está latente na pessoa e ela se recusa a aceitar para se trabalhar, é estar na mesma situação da falsa Alegria, não?

A – Sim, eu posso vencer o lado negativo que existe. Eu vim para trabalhar isso. E existe em todos os signos. Da mesma forma que, se você lê no “evangelho segundo o espiritismo”, num dos textos está escrito que o tipo constitucional não permite que a pessoa aja conforme. E sita o bilioso (ou colérico – um dos 4 temperamentos humanos formulados por Hipócrates, o pai da medicina há seis séculos AC ) que é mais agressivo. Isso não quer dizer nada. Não é porque eu tenho um tipo mais agressivo, o bilioso, que eu posso sair agredindo por aí. Se eu sou agressivo é porque eu escolhi ser agressivo.

Eu – Mas essa pessoa que vem com esse estado mais agressivo do bilioso tem uma facilidade maior de agir, interagir, … e isso é positivo.

A – Sim, então ele pode aprender com isso a interagir, agir, poder criar meios para ajudar o outro, ao invés de ficar gritando com as pessoas. A escolha é dele, ele não pode justificar as escolhas dele só pelo tipo físico. E mesma coisa vem para o trabalho da Astrologia. Não é porque você é Sagitariano, que vai agir só conforme aquilo. Você tem mais energia em alguns pontos e menos energias em outros pontos, mas também vem com condições de superar.

Eu – Sem dizer que temos os doze estados, dos doze signos dentro de nós, não é?

A – Sim, as doze energias. Agora com certeza tem o outro lado. Você também tem algumas coisas que vem, que pode estudar, que vai te facilitar. Você precisa ter bom senso de perceber quais são elas, ver quais são suas ferramentas mais afiadas, e ai utilizar da melhor forma possível. Que a maioria das pessoas não se olham, não se conhecem a si próprias. Conhecem muito a vida do outro e muito pouco a si mesma.

Eu – É. Muitos de nós não sabemos o que temos de bom ou de ruim dentro de nós, né? Temos medo do que é ruim, e assim não deixamos o que é bom fluir.

A – Exatamente. Mais uma vez a estória da máscara e a Alegria é muito típica. Cuidado com os que estão sempre Alegres.

Eu – É bem aquilo, nem só tristeza, nem só Alegria, né?

A – Equilíbrio, todo desequilíbrio vai trazer problemas.

Eu – Alguém do grupo quer fazer alguma pergunta sobre a Alegria?

Integrante do grupo.

Pergunta – Os pensamentos vindos de fora para nossa consciência, como nós teremos que fazer para que fortaleça a nossa seleção do que deve e do que não deve ser aceito? Assim que os pensamentos veem, logo em seguida veem as reações, ora de Alegria, ora de tristeza, ora de revolta. Como fazer para selecionar e manter o nosso bem estar em equilíbrio?

A – O maior problema aí é que o pensamento não é inteiramente externo. Existe uma junção, uma sintonia entre o que eu manifesto e o que vem para mim. Então, nenhum pensamento é totalmente externo. Eu atraio cada um desses pensamentos. Assim, a resposta é: Eu preciso tomar cuidado com o que eu atraio.

Eu – Quanto a glândula pineal, o que você quer relacionar? Ela é responsável pelo hormônio da Alegria? É isso que você quer dizer?

Integrante – a glândula pineal tem uma sintonia com o bem e o mal e pensando no nosso cérebro, o hipotálamo tem uma parte que é de gratificação e recompensa e uma parte que é de castigo e revolta. Então temos que ter pelo menos o desejo de ir buscar. Como selecionar essas imaginações?

A – Cada uma dessas áreas do cérebro são só ferramentas. Elas vão ser usadas pelo espírito, mas você é que vai escolhendo como usar essas ferramentas. O obvio que o que vem de fora também pode afetar, mas o mais importante é a sintonia que você escolhe. Então é sempre vigiar a sua sintonia e ai acessar, quando você não aceita os pensamentos tristes e os modifica. Isso pode auxiliar, mas há de se tomar cuidado também, para não achar que a vida é sempre alegre, para não achar que o tempo todo você deve estar sorrindo e demonstrando Alegria para os outros. Porque isso é um desgaste energético absurdo. Mesmo os grandes mestres tiveram momentos de solidão, tiveram momentos de ira, de manifestações agressivas, de formas bastante diferentes e controladas, porque eles já tinham essa capacidade, mas lembrar disso. Cuidado também para não achar que a vida foi feita para você ser feliz 24 horas por dia. Não, não foi; ela foi feita para que sejam experimentados vários momentos. Momentos também de dor, solidão, Alegria, riso, tristeza, o ganho, a perda. Aí é preciso tomar cuidado para não negar tudo. Porque muitas vezes o pensamento que me vem e que eu estou sintonizando está relacionado com uma tristeza que eu devo sentir, que eu preciso manifestar. Se eu não permitir que ela se manifeste, eu posso coloca-la embaixo do tapete. E tudo que eu guardo embaixo do tapete pode fazer com que eu caia no futuro. Então é importante também não bloquear essas manifestações, é importante filtrar. Estar alegre 24hs por dia é um gasto de energia muito grande e não é natural.

Eu – Vou fazer uma pergunta quanto a glândula pineal, já que o assunto foi abordado. Ela é a parte do cérebro responsável pela serotonina, o hormônio da alegria. Corrija-me se eu estiver errada. O fato de se sentir feliz e alegre ajuda a manter esse hormônio em equilíbrio?

A – Na verdade, essa glândula é produtora da melatonina. A serotonina é produzida em outras áreas do cérebro também por auxílio da melatonina. E tudo termina no mesmo complexo. O que acontece é que se você for olhar as glândulas e os chakras, com que chakra a glândula pineal se relaciona?

Eu – Com o chakra da coroa.

A – E o que esse chakra faz? É uma antena de recepção de alguma coisa, é uma antena de captação.

Eu – É uma ampliação da consciência, certo? Na canalização a gente usa essa glândula.

A – Exatamente. E o frontal está ligado à hipófise e amplia e elabora o que eu recebo de fora. A pineal é uma grande antena, mais uma vez, é uma ferramenta que escolho.

Eu – Mas este hormônio, se eu por equilíbrio, mantenho meu estado de alegria e um estado saudável, a melatonina se produz automaticamente, independente da idade, do stress? Você acha que podemos passar por um stress e manter a alegria?

A – Sim, o stress não é resultado do que acontece, e sim, resultado de como você encara o que acontece, e isso vale para tudo.

Eu – Mas uma pessoa que é muito ocupada, muito….ela não entra no stress? E isso não é porque ela encara mal a situação.

A – Por que essa pessoa é muito ocupada?

Eu – Porque ela optou por isso.

A – Então ela não está encarando nada, só está fugindo de alguma coisa.

Eu – É…é uma situação que ela escolheu.

A – Provavelmente ela só é muito ocupada por causa do seu orgulho, como a maioria das pessoas. Então o que é bastante importante e que nós queríamos deixar bem claro, é que existe essa falsa Alegria, que é um desgaste muito grande e que está agora extremamente em voga. A maioria das pessoas quer se apresentar alegres, e para isso, tem que usar uma bebida alcoólica, usar uma droga, ou participar de um grupo no qual ela nem acredita. Mas existe também, como nos disse Gilda, essa Alegria interna, que deve ser regada, deve ser adubada. E o grande adubo dessa Alegria interna é a gratidão. Quanto mais se exercitar a gratidão, mais esse estado de Alegria se mantém.

Eu – Mas para ser grato, precisamos ser humildes, certo?

A – Sim, porque para ser grato, você precisa ser humilde o bastante para receber alguma coisa.

Eu – E a humildade é muito difícil para o ego humano ainda, não?

A – A maioria das pessoas não tem um milímetro de humildade. Confundem humildade com falsa modéstia. Então ficam se reduzindo perante o outro, e isso não tem nada de humildade, porque a humildade não é se reduzir perante o outro. A humildade é engrandecer o outro e reconhecer nele a centelha de Deus. A maioria das pessoas tem falsa modéstia.

Eu – É….sabe que eu tenho percebido com esses nossos estudos, que tudo depende da HUMILDADE. Se a pessoa não trabalhar a humildade, se não tiver isso dentro dela, é difícil atingir qualquer estado com essência, com verdade.

A – Não só a humildade. Também o Amor.

Eu – Mas o Amor também você só sente se for humilde, porque Amar para o ser humano é se sinônimo de ser frágil. Um homem que se coloca muito amoroso é considerado delicado demais para um homem. E o homem tem vergonha de se expressar Amoroso, nossa cultura incentiva isso.

A – Não só o homem. A maioria das pessoas tem vergonha de mostrar seus sentimentos mais profundos e mais bonitos porque vai contra a ideia de estar sempre alegre, essa alegria artificial.

Eu – Ou vai contra a ideia de ser forte.

A – Sim, o forte é o vitorioso.

EU – O vitorioso, o guerreiro, o valente, nunca o amoroso.

A – Pois é, mas o grande guerreiro é muito amoroso. Buda foi um grande guerreiro e era Amor puro.

Eu – Quanto mais se estuda, mais se vê o quanto estamos distantes dessa grandeza que é o Amor.

A – Você que vive dizendo que tudo é quântico, então o seu distante pode ser muito perto (Risos) Não é tão distante, mas requer um esforço e não estamos acostumados a esse esforço de regar dentro de nós mesmos sentimentos que são bons. Nós estamos acostumados a tentar falsamente expor o que não somos e isso vale para os dois planos, encarnados e desencarnados.

Eu – Sabe, acho que com tantas coisas contra, tantos certos e errados, aprendemos a nos defender, e toda vez que nos defendemos fugimos de nós mesmos.

A – O problema é que você já nem sabe mais do que está se defendendo. Você está usando a mesma estratégia pra tudo e é obvio que não vai dar certo. Se é uma estratégia de defesa, use-a para se defender, mas será que precisa se defender de tudo, do carinho, do Amor, de tudo? E muitos se defendem de ser feliz, acredite.

Eu – Eu acredito que a maioria, se tem regra para tudo, tem pecado em tudo, tem defeito em tudo. Acredito que isso impede as pessoas de serem felizes mesmo.

Integrante do grupo: Então está tudo no nosso interior?

A – Sim. Você é que escolhe. Não que você possa escolher todos os fatos pelos quais vai passar, mas você pode escolher como interpretá-los e como reagir diante deles. A escolha é tua.

Eu – É isso. Nós tivemos uma aula de como reagir diante dos fatos, como usar o livre arbítrio.

Integrante do grupo: Mas isso não está ligado devido a outras encarnações. A pessoa tem muito medo de mostrar o que sente porque não quer se ferir. Como você falou, autoproteção. Será que isso não está relacionado a vidas que a gente teve lá atrás?

A – Sim, isso está relacionado com o que vem do passado, mas o grande problema é continuar julgando o que acontece agora com o que aconteceu no passado. Se você achar que todas as pessoas vindas de um lugar vão agir do mesmo jeito, isso vai ser complicado. Se você começar a julgar todos os que estão no gênero masculino, vai ser impossível. Provavelmente metade da humanidade agora é do gênero masculino. Todos são iguais? E eu só estou falando dos encarnados, que é um número bem menor que os desencarnados. Então, são todas essas generalizações que vão acorrentando os seres. Se eu em vidas passadas passei por determinadas experiências, me vitimizei, eu posso continuar querendo ser vitima. E é esse o grande problema. Eu preciso é me livrar desses estados que me impedem de continuar.

Eu – Então esses estados que nós sentimos mais fortes em nós, são os que nós temos que sair deles porque eles estão gravados lá no passado?

A – Sim, são os que precisam ser trabalhados.

Eu – Então a Apometria neste sentido abre portas. Vai buscar lá atrás e te liberta. Você vai ficar na sintonia se quiser, como nos foi explicado.

A – Sim. Você pode trazer outros, mesmo que não sejam seus. Só pela lei da atração, que tem muitos iguais soltos por ai só esperando uma ressonância.

Eu – É o orai e vigiai. Aqui nos estudos tem saído muito isso. Se a gente se perceber, prestar mais atenção em nossas emoções, vamos saber o que é para ser mudado.

A – Mais uma vez, o grupo aqui reunido agradece. Nós temos que agradecer muito aos fiéis da corrente de Nossa Senhora do Rosário dos Negros que nos auxilia bastante nesse contato que nem sempre é fácil. Pai Benjamim continua auxiliando muito e tem ficado mais com vocês do que conosco, apesar de precisarmos muito da sabedoria dele.

Integrante do grupo: Nossos mentores nos ajudam a vencer esses obstáculos?

A – Nossos mentores nunca forçam nada. Se disser que eles podem ajudar, sem dúvida podem, muito. Mas sem forçar, porque eles sempre respeitam o livre arbítrio.

Eu – Voltando a presença de vocês, ao pai Benjamim que eu tenho sentido muito a presença dele aqui, e em todos os momentos que eu tenho necessitado. E eu digo ao grupo que também se conecte, também puxe essa energia que ele traz que é muito boa. Eu tenho feito isso e tem sido uma coisa muito grandiosa na minha vida.

A – Ele tem trabalhado muito, principalmente os Chakras Cardíacos que agora estão bastante dificultosos de se trabalhar. O que acontece é que a maioria dos encarnados agora utiliza demais os Chakas superiores, e muito pouco os Chakras básicos. A maioria que está encarnada não consegue viver neste planeta que vocês vivem. E o Chacra Cardíaco é que faz a ligação, então é muito difícil, todos acabam tendo essa angústia, esse peso no Chakra Cardíaco. Exatamente por causa dessa ligação, é preciso que se equilibre um pouco mais.

Eu – Nossa gratidão. Como sempre foi um aprendizado bastante profundo, e vamos por tudo isso em prática.

A – Nós agradecemos e lembramos que também estamos aqui sempre estudando. Isso não significa que tenhamos todas as respostas.

Eu – Sim, mas tem sido de grande valia, pode ter certeza. Nossa gratidão.

14jun
Estudos do dia 28/11/2013
Tema O Caráter
Evangelho: cap. 19 – A Fé que transporta montanha
Vamo-nos preparando para o aprendizado de hoje. Em silencio vamos elevar nossos sentimentos em gratidão. Gratidão por mais este momento que encarnados e desencarnados e aqui estão presentes e que juntos, neste mesmo objetivo, passamos essa hora aprendendo e esclarecendo dúvidas. E vamos aguardar o comunicador de hoje que vai nos presentear com esses ensinamentos. O tema de hoje é “O Caráter”, tema já abordado por Benjamin algumas vezes, mas vamos mais uma vez ouvir e aprender.Sensitivo – O Pai Benjamin (adiante chamado PB) se apresenta no terreiro da fazenda de escravidão onde ele viveu. Agora a fazenda está no plano espiritual recebendo os irmãos. Uma das pessoas que cuida dessa colônia no plano espiritual foi trazida por Benjamin para conversar com a gente. Hoje também o grupo que dá apoio nos estudos estará na fazenda, para escutar essa senhora que é a coordenadora dessa colônia.Sensitivo – É uma fazenda colonial muito bonita, tudo muito limpo. As pessoas vivem ali numa harmonia muito grande. E essa mulher que é uma senhora de cabelos brancos e lenço na cabeça, usa um cachimbinho e está o tempo todo pitando. Ela se apresenta dizendo que recebeu dois nomes – quando na África, chamava-se Adiara que na língua do povo dela significava “o que vai florescer”. Lá ela foi escravizada ainda muito pequena e foi capturada na sua aldeia e trazida para este País. Quando trazida ela foi chamada de Benvinda e ela diz que, como ela, aqui existem muitos encarnados que tem muitas dificuldades em aceitar os nomes que seus pais lhes deram, num momento de carinho. E que ela naquele momento não aceitou o nome que seu captor lhe deu, mas que depois quando ela percebeu que apesar de não haver carinho naquela pessoa, um mercantilista, o nome recebido lhe era apropriado. E ela passou então a assumir o nome Benvinda que é o nome usado por ela nessa colônia, nessa fazenda.Eu – Essa fazenda existiu no plano físico e hoje está no plano espiritual?

PB – Sim! No plano físico ela já foi destruída e lá agora, no plano espiritual vivem muitos espíritos. É uma fazenda muito grande, sendo um lugar de socorro e de refazimento dos espíritos que conseguem atingir a graça de estarem prontos para convivência.

Eu – Que interessante! Que a Benvinda (adiante chamada B) seja bem vinda nesta noite ao nosso grupo. Nós a recebemos com amorosidade e gratidão.

B – Diz que precisa se apresentar ainda dessa forma pelo apego dela, mas que nós precisamos saber que é desnecessário. A forma é algo que nós precisamos para entendermos um espírito, mas ele não precisa de forma, nem da veste perispiritual; diz que faz questão de estar com o “petenguá” que lhe foi ensinado pelos índios, já que na África não havia tabaco. Diz pra gente entender principalmente que dentre muitas coisas que nos foram dadas, está o tabaco, dado a nós como um grande elo de ligação com o plano espiritual. Isso foi pervertido de uma forma tão absurda, que o que era para ser elo, tornou-se um veneno vulgarizado por um prazer que acaba levando a doenças. E que a gente ainda não está com sabedoria o suficiente para entender essas doenças. E que o homem encarnado já entendeu a relação que existe entre o uso do tabaco e o câncer de pulmão, mas que ele não imagina que isso é porque o tabaco sendo um veículo de abertura, de ligação (e os índios tinham muitas lendas sobre isso), abre portas. Que é como se tais portas abertas não tivessem guardas e assim as formas pensamento deletérias tem toda possibilidade de entrarem. Primeiro no corpo astral para depois haver a manifestação no corpo físico. As pessoas ainda continuam pesquisando sobre substâncias que podem lesar o pulmão das pessoas que fumam, mas não é esse o mecanismo e nós ainda não aprendemos todos os mecanismos envolvidos nos processos do adoecer.

Eu – Então explica um pouquinho mais como funcionaria o tabaco no câncer de pulmão. Seria a porta que ele abre, assim como o Ayuaska, como já estudamos nas outras aulas?

B- O Ayuaska vai abrir portas principalmente no Chakra Coronário. O tabaco vai abrir portas principalmente no Chakra Laríngeo. Essa é a grande diferença. E os Índios já sabiam disso.

Eu – Ele abre portas e a doença se manifesta através do contato…

B – Não é a doença que se instala e se manifesta. São as formas pensamento emanadas que acabam entrando inclusive porque foram sugadas por essa porta aberta, não necessariamente foram enviadas.

Eu – Essa porta aberta chupa essas formas pensamento?

B – Exatamente! Algumas formas pensamento se encontram perdidas e através dessa porta aberta elas são sugadas.

Eu – Então aí não é só o câncer de pulmão. Pode vir outra doença também através dessa abertura?

B – Sim! Quantas não são as aberturas?

Eu – Sim, se o Tabaco tem, o Ayuaska e o álcool também tem?

B – O álcool tem o sexo também!

Eu – Medicamento químico também?

B- Tem.

B – Então é um problema, porque todas essas coisas foram dadas para quem sabia utilizar. Os pajés usavam o petenguá para conseguir o contato. Você não tem nem uma noticia de um pajé com câncer de pulmão. E eles, ás vezes passavam semanas pitando aquele tabaco, abriam portas, mas eles tinham os guardas nas suas portas. Eles sabiam utilizar e sabiam pra onde abrir essas portas.

Eu – Eles preparavam o campo?

B – Sim, o campo era todo preparado. E aí as pessoas continuam tendo essa visão ainda muito reduzida de que são as substâncias químicas. Isso é importante para muitas coisas, principalmente o que o Pai Benjamin já usou com vocês, da energia das plantas, sendo utilizada para cura sem que precise matar a planta, sem que eu precise tirar as substâncias dessa planta. Então, é importante que se saiba que as plantas tem essências energéticas muito poderosas, assim como vocês também. Quando se mistura uma essência energética de uma planta com a essência energética de um ser vivo, principalmente um espírito humano encarnado, há uma simbiose muito grande, há uma relação muito grande.

Eu – Sabe-se da energia das plantas através da mente?

B – Não. Esqueça. A mente mente. Você capta através de outros órgãos que vocês nem sabem que existem, órgãos ainda desconhecidos. Tem vários órgãos no seu cérebro que são especificamente para isso, que foram especificamente criados para captar essas energias. Inclusive aquilo que você às vezes chama de implantes… Alguns implantes são colocados para facilitar isso, porque assim como já dissemos, pensar que só os que desconhecem o bem têm tecnologia, seria reduzir demais as forças de Deus.

Eu – Então nós temos algumas funções no cérebro, ou algum implante para ajudar na captação dessas energias? Por exemplo, num curador, num xamã que trabalha com plantas, pode a função cerebral ou o implante captar essas energias e passar a cura para as pessoas?

B – Precisa desenvolver essa condição. Ele vai desenvolver essa condição e por isso o receber implantes que facilitem nesse sentido.

Eu – E isso acontece nesses rituais que se fazem no xamanismo? Ao fazer um curso, participar do ritual, recebe-se isso?

B – Eh filha! (sorrindo). Agora vou ter que brincar de Pai Benjamin: cada caso é um caso.

Eu – Ah, não, não. É que isso é muito praticado: curso de xamanismo e o ritual para se tornar um xamã. É claro que a pessoa tem que estar preparada para isso. Não quer dizer que um curso vai resolver isso, né?

B – Você não acha que isso é alimentar a mente do próprio coitado? A mente mente, descaradamente.

Eu – Porque você pode se tornar um curador e receber isso, mesmo sem estar participando de um ritual?

B – Com certeza! Mas cada caso é um caso. Não estou aqui para dizer que todos os rituais são ruins ou errados, mas a maioria dos rituais é para satisfazer as mentes.

B – As mentes que mentem, descaradamente.

Eu – E você aprendeu e desenvolveu essa sensibilidade?

B – No meu tempo de encarnada, perto da senzala a gente convivia também com os índios. Eles queriam saber dos nossos conhecimentos de ervas e religião e nós queríamos saber do deles. E como nosso povo e o povo deles estavam sendo massacrados pelo mesmo inimigo, muito se aprendeu de um para com o outro. Vocês continuam achando que seus índios são pessoas imbecis. Eles simplesmente são seres que não vão contar aos seus algozes o que eles têm de mais sagrado.

Eu – Eu mesma às vezes tenho minhas dúvidas com esses índios de agora… Mas…

B – Não filha! Isso não é particular. É só para dizer das pessoas que acham que os índios são pessoas que desconhecem a espiritualidade. É claro que eles não vão chegar aos seus assassinos e entregar o conhecimento que eles têm de espiritualidade.

Eu – Porque eles usariam isso irresponsavelmente, é obvio!

B – Já foram tão irresponsáveis ao massacrarem, matarem. Por que eles não seriam irresponsáveis ao receber o sagrado?

Eu – Mas existem poucos índios agora nessa condição, né?

B – Você acha que existem poucos, porque cada vez mais eles estão recebendo autorização, e inclusive a incumbência de começarem a compartilhar parte de seu conhecimento com o homem branco que se fizer digno. O problema é achar o homem branco que se faz digno.

Eu – Porque esse conhecimento vai desaparecer, né?

B – Sim. Eles têm a lenda do povo do Arco Iris que é o povo de todas as cores. Muitos estão sendo avisados que o momento esta chegando. Muitos dos nossos, mesmo lá na mãe África, tem recebido esse chamado e estão começando a compartilhar um pouco do seu conhecimento, devagar, bem devagar. Mas nós quando fomos aqui trazidos como escravos, tivemos a oportunidade de ter também esse conhecimento dos Índios, que era muito grande. E eu então fui iniciada em várias linhagens Indígenas. E eles me ensinaram muitas coisas, inclusive a usar o petique, que é esse cachimbinho, porque lá na minha terra muitas vezes nós tínhamos que sugar o veneno espiritual. Isso nos envenenava também e os Índios nos ensinaram que ao invés de sugar o doente, nós devemos assoprar essa fumaça que vai desfazer esse acúmulo material de energia que faz mal. Mas isso foi transformado por vocês em vício, olha que coisa!

Eu – Sim, porque é usado de uma maneira totalmente irresponsável. A mistura de outros componentes no cigarro acaba ampliando seu malefício, pois o tabaco não faz mal. É a irresponsabilidade na maneira do uso que o torna prejudicial.

B – Também essa é uma coisa para se pensar. Quantas das coisas que corriqueiramente você faz e que você descobre que faz mal, porém tem um fundamento sagrado?

Eu – É. Nada no Universo é negativo, desde que se saiba como usar e para que usar, né?

B – Mas a maioria não sabe como usar, para o que serve e nem sabe se preparar para usar.

Eu – Mas, onde estão as pessoas que tem esse conhecimento e que podem passar isso? Eu acredito que tenha muita gente interessada nisso e que tem uma intenção boa para usar.

B -Interessado significa merecedor do conhecimento? Pois é! Não tem tanto merecedor desse conhecimento, não.

Eu – Quando aconteceu a queda da Atlântida, dizem que o conhecimento ficou com algumas pessoas que permaneceram e passaram para outros, e que muito desse conhecimento não se perdeu. É isso que vai acontecer com a sabedoria indígena e escrava? Afinal, os escravos também sabiam muito, não?

B – Acontece isso sempre! Isso nunca se perde. O que acontece é que os planetas também passam por estágios, só que diferentemente das pessoas. Imagine o planeta como uma escola, filha. O planeta é uma escola e a humanidade são os alunos. Eles vão entrar na primeira série, vão indo…, até que eles se formam. A escola continua lá, para receber novos alunos e de vez em quando ela é modernizada.

Eu – E de vez em quando também essa escola, o planeta terra, recebe alguns alunos que já trazem alguns conhecimentos que vivenciaram em outras épocas, né?

B – Sim, nada nunca se perde, sempre vão estar guardados nas grandes bibliotecas da humanidade desencarnada, não necessariamente livros.

Eu – E existe na sabedoria indígena a cura para todos os males? Por exemplo, um mundo como o nosso hoje, consumista, todo em desequilíbrio com a saúde, esses rituais com as ervas através desses conhecimentos conseguiria resolver esses problemas?

B – Quem é que ia querer resolver isso?

Eu – Ninguém quer resolver isso, porque gera maior parte da fortuna do mundo.

B – Não é só isso, olha a natureza, olha a sabedoria que cerca vocês na natureza, o que está errado? Quem somos nós encarnados ou desencarnados para dizermos que tem algo errado, quem é que pode criticar o que está acontecendo? Se acontece, é porque é necessário e não é porque eu queria que acontecesse, mas é o que precisa acontecer agora.

Eu – Com todo esse movimento que esta acontecendo na natureza, com os animais, tudo isso faz parte da mudança que acontece neste momento no planeta, nesta nova era?

B – Não cai uma folha, sem que isso não tenha sido planejado.

Eu – Então essas pessoas que ficam brigando, fazendo essas algazarras estão só criando confusão?

B – Sim, gastando energia! E o que é pior: estão sempre achando que vão ser felizes no futuro. O Pai deu felicidade para agora.

Eu – Hoje a nossa mata, a nossa natureza tem ainda o conteúdo necessário para tudo o que os índios, caboclos e escravos usavam para a cura e o equilíbrio, após tudo que foi destruído?

B – O que você chama de destruição?

Eu – Não sei! A gente ouve falar em destruição a todo o momento…

B – Ai é que tá! Teve um sábio que disse, pouco depois da época que eu vivi encarnada: “Na natureza nada se cria, nada se perde, as coisas só se transformam”. E aí está o x da questão, filha. O que vocês chamam de destruição significa mudanças. É que ninguém quer mudanças. Nada se perde. Se você perguntar se a energia ainda esta aqui, eu te digo: cada coisa mantem sua energia. O que vocês chamam de destruído, mantém sua energia presente em atividade.

Obs.: Esse depoimento nos mostra que Benvinda teve sua última encarnação antes de 1743, ano de nascimento de Lavoisier, o Pai da Química e criador dessa frase, nasceu em 26/08/ em Paris e desencarnou em 1794.

Eu – Quer dizer que se corto uma planta, se destruo uma floresta, nunca destruo a energia dela?

B – Não se destrói nada filha, só se esta transformando. O teu corpo quando morto, não é destruído. Ele só vira outra coisa.

Eu – Nós podemos incluir nisso a devastação das madeiras das matas da Amazônia , como um processo de transformação?

B – Sim! Nada daquilo está perdido. Tudo está se transformando.

Eu – Você quer dizer que neste local, novas energias vão surgir e que as energias daquela vegetação continuam vivas?

B – Filha! Naquele lugar que estão tirando as árvores, vocês ainda não sabem, mas estão sendo achadas cidades. Têm resquícios de cidades, de civilizações. Tudo se transforma. Aguardem. Deixe essa tua cidade onde você mora, tire todas as pessoas, deixe isso vazio por 10 anos. E volte aqui após esses anos. Só vai ter floresta. Começa com um matinho ralo que vai crescendo nos telhados das casas. Aí uma arvore destrói uma parede, e vai destruindo, destruindo… e o que você acha que é concreto, vira terra…

Eu – É isso mesmo. Eu vejo acontecer num pedacinho de terra que eu vivo: o mato cresce, a árvore cai na parede da casa e destrói, o lago vasa e se expande, o galho da árvore quebra, cai no meu telhado…, sem dizer os animais que vão se aproximando e tomando conta de tudo. De repente se não tiver manutenção, fico sem espaço. Isso eu vivencio todo dia na natureza.

B – Então é isso que vai acontecer. Não achem que estão destruíndo a Amazônia intocada. Estão destruindo o que ficou intocado por algum tempo.

Eu – Então o que você está querendo dizer é que ali já existiram cidades, vilas que foram abandonadas e se transformaram em matas que hoje estão sendo novamente descobertas?

B – Essa é a história do mundo!

Eu – É que as pessoas se prendem só num fato…

B – O tempo! O tempo que você olha é tão relativo…

Eu – É! O que aprendemos com o mentor Benjamin sobre o tempo ficou para nós como um ponto de reflexão.

B – Está tudo acontecendo ao mesmo tempo e as energias vão dizendo o que vai se sobrepor a que.

Eu – É! É tudo muito fascinante.

B – Então cuidado com esse desânimo e com essa teoria de que o mundo está perdido e que as coisas estão se destruindo. Elas só estão mudando! É como se os pacotes de energias fossem os mesmos desde que o mundo é mundo. Eles só estão às vezes mais para a esquerda, ou mais para a direita e tudo é, conforme é necessário e não conforme se quer.

Eu – Quando você viveu nessa fazenda, ela tinha escravos e você era uma escrava?

B – Sim, eu trabalhei no canavial muito tempo. Era um trabalho duro, mãos cortadas.

Eu – E essas pessoas que eram donos da fazenda eram pessoas humanas, bondosas, pois essa fazenda ficou no plano astral como um ponto positivo. Você nos diz que aí é um lugar de socorro para espíritos em sofrimento…

B – Por causa das pessoas que moravam nela. Não pelos donos que não conseguem chegar aqui de jeito nenhum, pois estão em outro plano. Eles eram tão humanos quanto os donos de escravos. Mas os índios e negros que aqui viveram transformaram esse lugar num lugar de cura e de busca de outras pessoas. Muito antes de acabar a escravidão e muito antes da ideia de Quilombo, essa fazenda foi se tornando uma referencia. No plano astral muitos plasmaram coisas dessa fazenda, e ela é uma referencia importante para os que vão procura-la. Ela não é a mesma fazenda. Cada um de nós foi plasmando as senzalas, a casa grande, para que no astral muitos que ainda estão ligados com essas energias possam ser socorridos. Parece que a escravidão foi há muito tempo, filha, mas foi tão cruel, tão dolorida, que para nós é como se fosse ontem, ou hoje de manhã. Para muitos que ainda não conseguiram entender o todo, que não tem uma visão maior e que estão fixados num fato, continuam vivendo e sofrendo as torturas e injustiças. E aqui, os que conseguiram abrir os olhos e perceber que não existem Vítimas nem Vilões, que passaram por isso porque era preciso para eles, não porque Deus castigava, mas na maioria das vezes porque eles pediram, ou porque eles tiveram atos que os levaram a isso, eles criaram essa energia. E quando os olhos se abrem, eles então, podem ser socorridos. Aqui, numa fazenda de escravos onde não existem escravos, não existem patrões, não tem tronco, não tem chibata… (Silêncio no grupo… momento de volta ao tempo e dor).

Eu – Existem pessoas que viveram nessa época da escravidão e que reencarna com essa dor gravada dentro dela, que ela faz da sua vida encarnada um sofrimento?

B – Qualquer um consegue, não precisa ter sido escravo.

Eu – Mas um escravo pode viver uma vida na vibração dessas dores da escravidão e tornar sua vida aqui um martírio?

B – Mais uma vez, qualquer um pode, não precisa ser escravo. É uma questão de escolha. Muitas encarnações são compulsórias e a pessoa continua se fazendo de vítima. Para muitos que foram escravos e descobriram porque o foram e assumiram a sua responsabilidade, deixaram a culpa e a vitimização, hoje estão aqui nessa fazenda se recuperando e ajudando muitos irmãos. Muitos dos que foram escravos ainda se sentem injustiçados, vítimas e ainda continuam sofrendo por causa disso. Alguns encaminhados à encarnação, continuam se fazendo de vítimas, juntamente com os que foram subjugados, como outros. E o que é mais engraçado, muitos dos que foram donos de escravos encarnaram compulsoriamente e agora se fazem de vítimas, preferem sofrer, ferir, infringir sofrimento.

Eu – Continuam não assumindo.

B – Melhor me fazer de vítima, quem sabe ninguém me note.

Eu – Você fala da época da escravidão que para nós aqui foi há um bom tempo. É claro que para uma dor da dimensão em que se vivenciava, esse tempo é nada. Mas aí no plano dos desencarnados, essas Almas ficam o tempo que for necessário para aprender?

B – Isso é relativo. Parece que alguns estão aqui há 10 minutos e estão há três séculos do seu tempo. Aqui eles se sentem recém-chegados. Tempo não é uma constante.

Eu – (Para o grupo): Alguém quer fazer pergunta?

Pergunta – Pelo que eu vejo atentamente, o que vem se passando aqui na vida atual realmente é isso que a senhora está dizendo. O homem não sabe lidar, principalmente com a natureza, com a qual ele deveria viver em comunhão. E eu acho que seria uma forma melhor para todos, agora que a natureza já estava aqui e nós viemos bem depois dela. Então nós temos que nos adaptar a ela, viver dela e através dela, é claro com evoluções, mas que a gente pudesse elevar o primitivo dessas forças que são emanadas por ela, né?

B – Aí eu sou obrigado a te dizer que todos que estão encarnados e todos os que são desencarnados também, são parte da natureza e não conseguem, mesmo que tentem, nunca conseguiriam fugir das Leis da Natureza. O que os separa da Natureza é a mente, que mente, descaradamente. Porque para a natureza, quer você acredite ou não, não faz diferença. Ela vai continuar seguindo as Leis, quer você seja Ecologista ou não. Ela vai continuar seguindo suas Leis e essas Leis estão sempre em equilíbrio. Não há desequilíbrio. Existem pontos que parecem desequilibrados, mas não estão. A natureza sempre se recupera, sempre segue as Leis.

Eu – Às vezes me questiono. Destrói-se a natureza para aumentar uma cidade. Se não aumentar as cidades, não vai ter onde as Almas se estabelecer. Tira-se a natureza, mas acolhem-se as Almas que chegam. Essa é uma ideia coerente?

B – O ninho de Beija-Flor faz parte da natureza?

Eu – Sim, claro!

B – Então, por que o seu ninho não é? Do que foi feito o teu ninho?

Eu – De concreto, madeira…

B – Vocês tiraram de onde?

Eu – Da natureza! Acho que tudo sai da natureza, né?

B – Exatamente. Essa é a confusão: todo mundo vê o ninho do Beija-Flor como parte da natureza, OK, mas o teu ninho, a tua casa é parte da natureza também.

Eu – Não importa que seja uma cidade de concreto?

B – O concreto é tirado de onde? Da natureza. A substância química que polui o rio dentro de São Paulo, de onde veio? Da natureza, porque a poluição é da natureza. E a natureza vai transformar isso quando for necessário. O difícil é que as pessoas querem transformar as outras coisas, mas não querem Se transformar. A natureza vai se transformar e vai estar sempre se adaptando, sempre seguindo as Leis de Equilíbrio. Nada está fora da natureza.

Eu – Então tudo isso é blá, blá, blá… Seria para mascarar suas próprias responsabilidades? Se cada um assumisse a responsabilidade por si mesmo, seria diferente?

B– Sim! Exatamente!

Eu – Assim nós concluímos que o trabalho do faxineiro é tão importante quanto o do médico, é isso? Pergunta de um dos participantes do grupo: A importância da natureza, em relação aos espíritos encarnados no planeta tem a mesma equivalência? Ou a natureza faz parte do Divino e nós estamos aqui apenas para melhorar nossa matéria?

B – Você mesmo já respondeu. Tudo é uma coisa só, simplesmente tudo é uma coisa só. Não existe separação, quem separa é a mente. Tudo faz parte e essa ideia de evoluir é uma ideia muito TRISTE. Como é que um Pai tão sábio que criou tudo tão equilibrado e de uma forma tão coerente, iria criar seres quebrados, partidos e ainda não inteiros. Vocês já pensaram nisso? Então a ideia de que temos que EVOLUIR é principalmente para eu olhar para o meu irmão e dizer: olha, ele não é evoluído, precisa de passe, tomar hóstia, precisa tomar uns banhos…

Eu – Precisa ir ao centro espírita, desenvolver a mediunidade…

O mesmo membro do grupo – Mas há de convir comigo que existem diferenças, né? De repente surgem astros, com a sabedoria que pode vir de outras encarnações. Michelangelo, Leonardo Da Vinci, por exemplo, e outros que tais.

B – Esses que tais satisfazem a mente das pessoas, mas existem as mesmas diferenças que existe entre a Alfazema e a Arruda.

Eu – Eu acho que nós temos vários Michelangelos e Albert Einsteins entre as pessoas mais comuns. É que se rotula uma pessoa e então… Como a sua pergunta anterior: “a natureza é mais importante que a humanidade”? Qual a comparação entre ambos…? Em minha opinião nada é mais importante que nada.

B – Tudo é parte da mesma coisa, ninguém esta fora da natureza. E a ideia de evolução tem trazido mais dor, porque um Ser ao se olhar no espelho e dizer que ainda não é completo comete uma falta de caridade, porque o Pai criou tudo completo, tudo com uma sabedoria tão grande. Por que nós temos o orgulho de acharmos que somos incompletos? Ele só errou na gente?

Eu – É! Porque como nosso irmão citou esses personagens famosos, a gente pensa que jamais chegaria a ser o que fulano foi ou é. Nossa, Einstein! Nossa, fulano!

B – E aí você comete aquilo que já foi explicado, o pecado de não reconhecer a essência Divina que existe em você. Isso é um pecado.

Eu – Quando você se compara, você esta se menosprezando.

B – Deus compara? Para Deus, o que é mais importante, a Arruda ou o Alecrim, ou a Guiné?

Eu – Eu creio que não. Aí não seria justo. E isso se vê muito em escolas, por exemplo. Fulano tem nota tal, ciclano não tem notas boas. Fulano é melhor porque é pós-graduado. Acho que a humanidade tem que mudar esses valores.

B – Sim! Um nasceu para Alecrim, o outro nasceu para Arruda. E o que vocês chamam de evolução, na realidade é o aprendizado, a limpeza, o polimento de uma determinada parte da nossa essência Divina que quando eu a deixo limpa, polida se mostra como um todo. E então eu percebo que não sou pedaço, que não sou incompleto. Você acha que o trabalho da Abelha é mais importante que o trabalho do Besouro?

Eu – Não! Eu não vejo essa diferença nas coisas. Eu tenho muitos conflitos com isso.

B – É que vocês tiveram que criar classificações, porque vocês perceberam que existiam diferenças e nós resolvemos acentuar e quantificar essas diferenças e aí, inclusive, existem valores diferentes para essas diferenças. Nada disso é verdade, tudo isso é artificial. É a mente que mente, descaradamente. E os seres que aproveitam para sugar energia de vocês vão sempre convencer de que vocês estão incompletos na encarnação. Se incompleto, você não nasceu para ser feliz. Você nasceu para sofrer, e vem o desespero. Aquele dia que você esta feliz, você se surpreende. Meu Deus! Se eu estou feliz agora, vou sofrer amanhã por causa disso. Se estou rindo agora, amanhã eu vou chorar. Aí você nem vive a felicidade. E a felicidade é parte da essência de Deus. Mas ninguém nasceu para ser feliz 24 horas por dia. Isso é falso e se assim fosse, seria muito chato. Isso é para se aprender, para conviver.

Eu – Nossa companheira de grupo trouxe uma pergunta que acho que dá para encaixar nessa da vida feliz 24 horas. Ela me perguntou e eu não soube responder, fiquei de trazer para o Pai Benjamin ou para quem estivesse nos ensinando. Você quer fazer a pergunta?

Companheira do grupo – Eu queria saber sobre encarnação premio. Já tive varias vezes contato com esse termo. Têm pessoas que encarnam e tem uma vida muito boa, tudo é muito bom, da tudo muito certo, família boa, não tem infelicidade. O que seria? É realmente uma encarnação premio?

B – Calce a sandália dele, trilhe o caminho e veja o quanto dói.

Companheira – Não entendi, desculpe.

B – Calce a sandália dele, trilhe o caminho, e veja o quanto dói. Premio em relação a quem?

Companheira – A pessoa! É uma vida boa.

B– Quem viu como uma vida boa?

Companheira – A própria pessoa!

Eu – Depende do valor que você dá para a felicidade.

B – Você não vai conhecer ninguém assim.

Companheira: Eu conheço!

B – A mente mente, descaradamente.

Companheira – Eu discordo. Porque eu me encaixo nisso, eu já ouvi muitas vezes esse termo e me sinto assim. Porque eu acho que a minha vida aqui tem tantas coisas boas, tanta harmonia, paz, convivência de sentimento puro passado, que eu acho que não estou resgatando nada.

B – A mente mente, descaradamente e você está convencida das suas mentiras até o dia que doer. E já doeu e você sabe disso. Porque eu estou aqui vendo quanta dor já teve.

Companheira – Já tive, mas eu achei que é pouco.

B – Ah! Chegamos no ponto. Você queria mais. Quem é que pode dizer isso? É a mente que está vendo dessa forma. Cada um vê o que quer. Não existem encarnações premiadas. Ninguém esta aqui para ser premiado ou para ser castigado.

Companheira – É mais um resgate, né?

B – Não! Essa é mais uma ideia que traz sofrimento. Ninguém esta aqui para resgatar nada. Todos nós estamos para reconhecer nossa essência Divina. Ninguém evolui, todo mundo já é perfeito.

Eu – Então a evolução é o reconhecimento de si mesmo? Aceitar que você é uma Centelha Divina?

B – Sim! Mas como é que você pode evoluir, se você já é perfeito? Porque Deus não criou nada que não fosse perfeito. É aí que precisamos sair dessa ideia de que tudo é imperfeito e que nós estamos evoluindo. Tudo é perfeito! Nós estamos só aprendendo a reconhecer essa perfeição, e muitas vezes, a dor vem para me ajudar a aprender isso. O Amor vem para me ajudar a compreender isso. Também a Ilusão vem para me ajudar a compreender isso. Mas, ninguém evolui.

Eu – Não é pessoal a minha pergunta. Uma pessoa pode passar pela vida fazendo de conta que tudo está perfeito e não tomar atitudes necessárias para determinadas mudanças importantes na encarnação dela?

B – Que é o tempo? O que é passar pela vida?

Eu – Uma vida encarnatória?

B – Se você vai viver a eternidade e você viver 150 anos encarnado, matematicamente 150 divididos pelo infinito é zero.

Eu – Mas a gente pode viver estes 150 anos no País das Maravilhas, como a Poliana, vendo tudo com os olhos com uma lente que é criada como defesa para não tocar em nada?

B – Pode! A maioria das pessoas vive assim, cheia de escudos. Posso criar o escudo de defesa de ser alegre e aí quando alguém não esta alegre, eu o mando para aquele médico que receita remédio. Porque ficar triste é feio e estar alegre é perfeito. Não é que não se deva ser alegre, porque afinal, a partir do momento em que se reconhece toda essa perfeição, nós aqui somos muito felizes, mas nós também não temos que estar alegres o tempo todo. De vez em quando vem tristeza e para que ela vem? Para me castigar? Não! Ela vem inclusive para que eu valorize a felicidade.

Eu – É porque a encarnação é bem curvilínea, ora feliz, lá em cima, mais ou menos, no meio, triste, embaixo, sobe novamente. Não ficamos numa retilínea. Isso não existe na tristeza, nem na alegria, né?

B – Você explicou muito bem! Só que ninguém quer mudança. Todo mundo gosta da alegria, mas não gosta da tristeza.

Eu – Ou então gosta da tristeza e não da alegria. Vejo muitos assim, desce a curva e não voltam, preferem o vitimismo a usar isso como aprendizado.

B – Mas filha, quem desce, desce em relação a que? Desce em relação a quem? Há conceito de quem?

Eu – É o modo que usamos para entender o ser humano.

B – Para entender o parâmetro do ser humano encarnado? Mas isso não é assim, porque ao fazer isso, você está comparando. Isso é comparação e na natureza não existe comparação.

Eu – Como então fazemos para entender isso, essa oscilação, ora alegre, ora triste…

B – Expectativa… o que te faz triste? Uma expectativa de uma coisa que não foi satisfeita.

Eu – O pior é que nessa expectativa, a gente está no outro, né? O outro…

B – Sim. O desencarne de alguém te faz triste, porque você esperava que aquela pessoa não tivesse o direito de desencarnar.

Eu – Meu Deus, vendo assim, tiramos até o direito do outro de desencarnar.

B – Como é que essa pessoa tem a ousadia de desencarnar?

Eu – O difícil é a gente compreender e assimilar isso.

B – E o mais interessante é que a natureza sempre te mostra isso, desde que você nasceu…

Eu – É o filho que foi ser não sei “o que”, quando eu queria que ele fosse doutor. Nossa! Que decepção… É o marido que é assim, quando eu queria que fosse assado …

B – E aí você fica triste porque a natureza te fez algo… Não! Porque você teve uma expectativa não satisfeita. E o que é pior, as pessoas também não entendem a felicidade. A maioria acha que felicidade é ter satisfeitas as suas expectativas. Isso não é felicidade. Isso é satisfação de desejo. E aí a felicidade se torna algo muito tênue, porque ela não é completa.

Eu – Eu estou escrevendo o texto sobre a Sorte e o Azar e nele, o Pai Benjamin fala sobre isso. Que julgamos que ter dinheiro é ruim, e assim julgamos o rico. Não! Ter dinheiro é só uma ferramenta e depende de como você usa essa ferramenta. O ruim é que lutamos para ter excessos, não o que é necessário. É verdade, nossas vontades são muito maiores que nossas necessidades.

B – E Deus só vai satisfazer as tuas e as minhas necessidades…

Eu – Nossa!

B – Eu queria contar um pouquinho para vocês como é a vida aqui neste lugar. Não tem só escravos. Tem muitos Índios que foram Índios na encarnação. Porque aqui não tem Índio, Escravos, nada disso, ninguém tem RG, mas tem uma ligação que não é um apego, mas é uma ligação para se sentirem mais contemplados, tranquilos. Para seguirem seu caminho que não é um caminho evolutivo, mas principalmente para deixarem para traz as dores. Porque esse apego às dores é terrível. A dor aconteceu no dia 15 de julho de tal ano e a pessoa continua sentindo hoje. Isso é só para explicar no tempo de vocês. Tal dia, de tal ano, de tal mês aconteceu tal coisa e eu sofro tanto por causa disso. Ainda sofre porque quer. Já aconteceu, foi naquele dia, por que tem que trazer isso para hoje? Hoje tem tanta coisa boa acontecendo. Então muitos vêm para cá exatamente para aprender isso. E também para aprender o que podem fazer pelos outros. Porque somos todos unidos e parte da grande natureza que é o coração de Deus. Aqui o que nós temos é isso. A outra coisa que às vezes me causa medo é muita gente falando de trabalho, trabalho, trabalho, … que canseira. A gente esta aqui vivendo a vida verdadeira, amando, exercitando o Amor. Desde quando isso é trabalho? Isso é aprendizado dos mais bonitos e graças a nossa abertura, não tem nada a ver com a evolução. É simplesmente tirado da nossa frente, as máscaras que nós tínhamos nos colocado. Nós conseguimos inclusive acessar irmãos que nos ensinam um pouco mais. Não que sejam mais evoluídos, mas porque já tem mais capacidade de manifestar a natureza Divina que trazem dentro deles.

Eu – Então isso que nós chamamos de evolução, seria a capacidade de entendimento da Centelha Divina que você é? E poder se expressar através dessa Centelha? Você crê nessa Centelha, entra em contato com ela e se deixa manifestar através dela, com mais sabedoria?

B – Exatamente. Aí não existe mais trabalho, dificuldade, problema, nada disso! Só existe o existir.

Eu – Vocês nessa fazenda estão juntos por ressonância?

B – Sempre! É por isso que nós ainda nos mantemos aqui. Isso tudo era uma grande fazenda de cana e muitos espíritos ainda precisam dessa ressonância. Eles se aproximam por essa energia.

Eu – E ainda existe a energia da cana aí?

B – Da cana e de outras plantas também. A cana tem uma seiva bastante interessante que vocês aprenderam a usar para fazer o açúcar que vai matar tanta gente. Mas ela quando plantada e respeitada, mantém uma energia muito grande de cura. Inclusive de cura dessas falsas tristezas que a mente te traz. É por isso que muita gente se vicia.

Eu – Por causa do doce dela?

B – Isso! Isso mesmo.

B – Eu agradeço muito. E agradeço o Benjamin.

Eu – Ah… você já vai embora?

B – Sim, está na hora. Agradeço o Benjamin que veio me visitar. Ele esta sempre aqui. É amigo há muito tempo.

Eu – É um malandrinho o Pai Benjamin, né?

B – Ele me emocionou bastante. Ele trouxe muitos… E aqui alguns dos que são fieis do Rosário da Nossa Senhora dos Pretos (grupo de espíritos que da sustentação a nossas canalizações) também já passaram aqui. Viveram aqui conosco, tiveram experiências aqui ou participaram do que vocês chamam aí de cursos ou workshops.

Eu – Quer dizer que vocês fazem Workshops ai? (Risos)

B – Chique, né? Mas aqui a gente só convive. Muitos estiveram aqui e estão voltando muito felizes, graças a Deus. Quero dizer mais uma vez que vocês se olhem e se lembrem de que a Mente, Mente, Descaradamente. Pensem um pouco com o coração. Vejam o que a vida te trouxe, acelere essa expressão da Centelha Divina. Sorria, chore, grite, sussurre, mas permita que cada uma dessas manifestações venha com essa centelha. E pensa bem em que você esta abusando do que lhe foi dado para a cura, o aprendizado, a convivência. De novo, como exemplo, essa história do cigarro. E tem tantas outras. Pense no que você esta fazendo porque os outros disseram que é bom. Porque tem muita gente te dizendo o que é bom e a sua Essência Divina se apaga quando isso acontece.

Eu – Representando o grupo, eu quero agradecer. Minha Gratidão particular. Eu nem sei como expressar, mas em nome de todos nós, eu agradeço muito. Para nós esse dia, esse contato, essa experiência que vivenciamos entre encarnados e desencarnados é um presente. Gratidão profunda! A você, a todo o grupo que nos assessora, ao Benjamin que já há algum tempo enriquece nossas vidas com ensinamentos e com esses contatos, como o de hoje com você. Que vocês continuem com seu Workshop bem gostoso.

Pai Benjamin – Sabe filha, essa mulher que eu trouxe estava com um vestidinho de chita, fumando seu petenguá, sentada no tronco.

Eu – Inclusive ela estava descalça. É tudo tão tranquilo né, Pai Benjamin?

PB – E uma vez perguntaram por que ela não voltava para o trono, e ela disse que o trono da dor nas costas. Que o tronco é bom… Ela aprendeu que, às vezes o trono da dor nas costas.

Eu – É como você, né? Prefere estar como Pai Benjamin a estar como outros títulos que já teve na sua jornada, que não foram poucos, né?

PB – É mais confortável, porque outras coisas dão dor nas costas…. Eu quero agradecer essa amiga que esteve aqui hoje. É uma amiga de muito tempo, no tempo de vocês, porque tempo não existe. Então ela é uma amiga de agora, mas é uma amiga que me ensinou e me ajudou muito.

Eu – Que bom saber que podemos sempre ter essa referencia da amizade. E eu quero pedir para que na próxima aula, não tenhamos que dar um tema, para que vocês trouxessem o que é importante, como hoje, cujo tema era o Caráter e se falou de tantas outras coisas.

PB – E você acha que ela não falou de caráter?

Eu – Claro, falou! Mas também falou de tantas coisas.

PB – Eu vou fazer uma brincadeira e espero que você não se irrite comigo, tá? É uma brincadeira que eu vejo vocês fazendo. Tinha que desenhar? (Risos).

Eu – Mas vamos deixar com vocês o tema ou você prefere que se aborde o assunto?

PB – Veja filha, em alguns assuntos, o tema acaba mobilizando o grupo de pesquisadores que estão aqui desencarnados e que também estudam. Então eu prefiro que vocês tragam o tema. Veja hoje, Benvinda trouxe tantas coisas com sua experiência falando de Caráter de uma forma que talvez poucas pessoas tenham falado. Porque muita gente quando vai falar do Caráter, só põe o dedo na ferida do outro. Porque como está no Evangelho, é fácil ver o cisco no olho do outro, difícil é ver a trave que esta na frente da tua testa. Então, é um outro jeito tratar de caráter dessa forma suave, mas ao mesmo tempo, de forma profunda. Mas eu gostaria que ainda houvesse temas porque o grupo de estudos se prepara. Eles também estudaram sobre o Caráter. Muitos deles estudaram coisas e livros escritos sobre moral, caráter. É isso que importa.

Eu – Então, tá! Vamos abordar então um assunto para a próxima quinta-feira.

PB – Eu me despeço, agradecendo essa amiga especial que eu realmente admiro. E por ter nos dado esta oportunidade. Não sei se alguém conseguiu ver esse lugar onde ela vive, ou sentiu um pouco dessa energia. É um lugar muito especial, especial mesmo, principalmente para quem viveu o drama da escravidão.

Eu – Gratidão, Pai Benjamin! Agora sugiro ao grupo, continuar em silêncio, com os olhos fechados. Vamos sentir um pouco mais da energia desta fazenda e dessa irmã e companheira que humildemente nos presenteou com sua sabedoria. Gratidão

14jun

Estudo do dia 23/01/2014 Os Milagres

Dando inicio ao nosso encontro de hoje vamos mais uma vez elevar nossos sentimentos em Gratidão pela oportunidade de mais este encontro onde encarnados e desencarnados podem juntos, aprender e se comunicar. Agradecemos a todos esses companheiros que no mesmo objetivo nos proporcionam momentos de grande aprendizado.

Vamos agora aguardar o comunicador que vai representar o grupo de desencarnados nos trazendo as informações da nossa aula de hoje. O assunto abordado – Os Milagres.

Boa noite! Meu nome é Ambrósio!* Eu faço parte dos dois grupos – o de estudos – mas também sou um dos trabalhadores da fazenda Colônia. E eu tentei falar o nome da fazendo para quem esta nos ajudando, mas não deu, então vai ficar sem nome por enquanto. Só Colônia.

Eu – Seja bem-vindo Ambrósio, nós estamos gratos pela sua presença, e com o coração cheio de Amor nós o recebemos para os ensinamentos de hoje.

Vou me referir a esse companheiro com a inicial A.

A – Moro na fazenda como já mencionei que abriga ex-escravos. Nós já falamos um pouco sobre isso. Bem Vinda é que coordena a Colônia e desde o inicio eu fui um elo com o grupo de estudos. Faço parte do grupo de estudos também. Então eu estou aqui com o apoio de Bem Vinda, mas também como um porta voz do grupo de estudos. Já estudamos o assunto, e, aqui estou para falar um pouco do que foi abordado sobre o tema de hoje. A primeira coisa que é importante lembrar quando se pensa em Milagre, é que Milagre para que seja considerado um Milagre deve ser algo surpreendente, e o que é mais importante de algo surpreendente – não é o fato – mas é quem se surpreende. Então a maioria dos Milagres é considerada como Milagre simplesmente porque as pessoas que o vivenciaram se surpreenderam – na maioria das vezes por desconhecimento da possibilidade da ocorrência desse fato. Imagine vocês a tecnologia que vocês usam agora no mundo encarnado. Imagine levar essa tecnologia para alguém que cresceu na idade media. Talvez isso nem fosse visto como milagre, e sim como manifestação do demônio, que parece ser até mais grave. Então o Milagre tem sempre esse significado de algo surpreendente, e a maioria das pessoas acham que o Milagre é a ocorrência de algo que seria impossível – e o que é o impossível? É bom que se pergunte! Talvez para algumas pessoas, ver uma maquina metálico voando no céu do planeta Terra seja um Milagre, pareceria impossível já que as aves são tão leves, e algo tão pesado voar – mas a partir do momento em que você tem conhecimento que existem aviões, deixa de ser milagre. A maioria dos Milagres tidos como Milagres foram manifestações do que saia um pouco do que se está acostumado a ver – ouvir – degustar – cheirar – ou tocar. Só isso!

Eu – Mas e quando acontecem os milagres pedidos aos santos, por exemplo, recebi um Milagre de Nossa Senhora Aparecida – recebi um Milagre do Santo tal.

A – O texto que você leu de inicio explica exatamente isso. E o que acontece é muito mais a intenção da prece. Porque como já foi dito por Bem Vinda na ultima reunião sobre O Querer e o Poder, a maioria das pessoas querem muitas coisas. Os encarnados, e não pense que é diferente entre os desencarnados, há muito querer! Querer, querer… O desespero do querer. Mas muito poucas pessoas sabem receber.

Eu – O receber esta no Poder? Seria isso?

A – No Poder sim, não no sentido de Poder de posso, de Ser Capaz. Não no poder terreno.

Eu – No Poder de aceitação?

A – Isso! No Poder de aceitação. Mas o que acontece é que muita gente pede, pede, pede – e quando recebe nem percebeu que recebeu, e não desfruta do que recebeu.

Eu – Mas e o santo? Como fica isso.

A – O que você acha?

Eu – Eu sou incrédula nesse assunto. Prefiro nem dar a minha opinião.

A – O santo funciona quase como um catalizador da energia da prece, assim como em algumas denominações religiosas isso acontece com objetos. Veja bem, há festas que são feitas em praias, você acha que os orixás vão ficar na praia para acompanhar o ritual? Na maioria das vezes não, porem, ir até a praia significa catalisar, aumentar essa energia. O que significa catalisar? Potencializar a energia. Então o santo passa a ser um potencializador. Agora veja! Temos vários porem nessa estória – só ficar pedindo pro santo e não fazer nada, ai realmente se acontecesse seria um milagre. E esse tipo de milagre não existe. E outra coisa, como já foi falado aqui. Muitos dos que temos como santos eram tão ou mais confusos que os espíritos encarnados na atualidade e não tem condições de responder aos pedidos que lhe são feitos.

Eu – É ai que eu quero chegar! Qual o peso que fica para essa entidade já desencarnada com essa cobrança. Porque eu parto do principio que se você não tem para si, não vai ter o que oferecer ao outro. Sabemos que tem espíritos que desencarnam e chegam a ficar com problemas mentais devido a essas cobranças dos encarnados pedindo esses milagres.

A – Na maioria das vezes não há peso nenhum se essa entidade não prometeu nada. Vamos ver Nossa Senhora Aparecida, uma imagem de Nossa Senhora mãe de Jesus, que por milagre, e muito interessante, surgiu num rio – junto com peixes. Quem é Nossa Senhora Aparecida? Foi alguém? Uma imagem! Por isso a popularidade atual, porque é uma forma inclusive de olhar Maria com outra forma – diminuindo o apelo direto a mãe de Jesus. Criou se isso, inclusive com o apoio espiritual. Criou-se uma maneira de diminuir um pouco as responsabilidades do espirito Maria – e um objeto passa a fazer esse papel, com isso catalisando, ou seja, fazendo com que o foco se aproxime mais das coisas de uma mãe. De uma mãe bondosa. Assim a prece será mais facilmente atendida.

Eu – Então as imagens são catalizadores. São pontos de concentração onde a energia é concentrada e recolhida.

A – O maior problema da prece é a falta de foco. Essas imagens facilitam o foco.

Eu – É. Começamos a orar dai a pouco a mente esta no supermercado, na divida para pagar…

A – Então a falta de foco é um dos maiores problemas, imagine alguém te pedindo alguma coisa dessa forma: preciso de um coo, tenho que ir ao mercado, há preciso de um copo, um copo acho que … Não dá né! Ainda é capaz de reclamar que o outro não deu o copo.

A – Então tem que conseguir um foco. É interessante que eu tenha um santo como referencia. A maioria das tradições religiosas tem conhecimento das leis naturais. Todas elas aprenderam algo das leis Divinas, e trazem isso! Você vai achar então agrupamentos que como você disse os Santos, os Orixás, as deidades Budistas, símbolos xintoístas. Cada um desses grupos vai ter isso como foco. E muitas vezes têm pessoas que vai dizer: Não acredito nisso! Mas vai ter um livrinho embaixo do braço, que também não deixa de ser um símbolo. O Espirita às vezes, de forma pouco caridosa diz que os símbolos não devem ser utilizados, mas o seu copinho com agua sempre está presente.

Eu – É tão contraditório tudo isso. Né?

A – O que se tudo isso faz, é catalisar, buscar foco. As tradições Orientais vão falar muito sobre isso, e eles tem uma percepção de milagre muito diferente. Para eles nada é milagre, tudo são possibilidades. Porque eles aprenderam assim. Nas tradições Ocidentais é que se fala muito mais do milagre.

Eu – Isso tem a ver no Ocidental de ele ter uma dificuldade maior de assumir a responsabilidade por sua vida, por si mesmo? Porque o Oriental é mais focado em si mesmo. Né?

A – Não tem a ver com responsabilidade, porque todos que estão encarnados estão no mesmo barco. Muitas vezes esse voltado para si mesmo, fica muito no Ego. Quantos não parecem iluminados e são seres egoístas visando só os seus bem estar. Muitos martirizam o físico porque alguém os convenceu que martirizar o físico fortalece o espirito. É só mais uma maneira de buscar vantagens. O que o diferencia de um empresário corrupto, por exemplo? Que está levando vantagem. Então é importante saber que em ambas as culturas muitos seres estão mais preparados e seres muito pouco preparados. Mas que estão buscando. Então o milagre, mais uma vez, nesse sentido de acontecer – não existe! Porque o que é o impossível? O impossível é o que eu ainda não vi acontecer?

Eu – No benzimento é a mesma coisa?

A – Como assim? Não entendi a sua pergunta?

Eu – Porque as pessoas que benzem sempre diz que tem alguém que trabalha com ela, e sempre usa uma erva ou um objeto. É também um catalizador?

A – Sim.

Eu – Então não tem a ver com mentor, ou com a planta.

A – Ou tem a ver com tudo isso. Pai Benjamin já explicou tantas vezes que cada caso é um caso e que muitas vezes o que eu preciso é da energia da Erva, e não do seu elemento químico, ou principio ativo, e se eu conseguir capitar a energia da Erva sem precisar matar o seu principio ativo, eu vou estar usando níveis muito mais elevados dessa planta.

Eu – Não preciso ferir a planta tirando suas folhas ou galhos.

A – Exatamente! E algumas ervas se prestam a isso muito mais, os encarnados conhecem e os desencarnados também. Algumas Ervas, inclusive, se fazem mais energéticas, tem efeitos muito mais curadores ou menos curadores, mais específicos e menos específicos.

Eu – Quando essa pessoa ela consegue esse milagre sozinha, um exemplo: Uma pessoa tem câncer… ultimamente temos visto cada vez mais pessoas se curando através da Fé, temos visto muitos depoimentos mostrando isso…

A – Filha! Desculpe te interromper – mas não é o que eu vejo. O que eu mais vejo, são as pessoas se adoecerem com a fé, com a fé na sua baixa autoestima, com a fé no seu pouco amor… com a fé nas besteiras que escutaram. E vejo tão poucas pessoas buscarem a verdadeira cura através da Fé.

Eu – É! Vê-se muito mais doença que cura. Isso é real, e é uma realidade dolorosa.

A – E o pior… é muito mais fácil atribuir a doença ao outro. Eu tive isso por causa de um vírus. Tadinho do bichinho!Tive isso por causa de um surto, por causa de…

Eu – Fulano me magoou há vinte anos e eu não esqueço essa magoa.

A – Issoooo! Quem segura a má água (magoa) é responsável por ela. Se eu te dou uma água ruim, o que você deve fazer com ela?

Eu – Jogar fora. Né?

A – Então! Porque você segurou?

Eu – Porque gostei dessa agua né?

A – Isso. Era uma má agua, mas você segurou. Segurou! Assume. Se der consequência à responsabilidade é sua, não do outro.

Eu – E quando se consegue a cura? Porque existem os que conseguem.

A – O conceito de cura se você for pensar no tempo. O que é a cura?

Eu – Ai lá vem você de novo fundir minha cabeça. Se você se curar de uma doença nesta encarnação, dentro desse tempo infinito não vai ser muito bom?

A – Não sei! Depende da sua reação! Todo presente que você ganhou foi bom? Alguns talvez vocês tenham usado para ferir alguém, ou tenha sofrido acidentes por causa deles. Depende do uso que fez com o que você ganhou.

Eu – Você esta dizendo que às vezes nós… Que a luta que fazemos para conseguir essa cura pode trazer resultados não positivos porque necessitávamos desencarnar passando pelo processo da doença. É isso?

A – Não! Encarnar ou desencarnar é tão pouco importante neste assunto. Importante é o que você pensa disso. Quanta gente se curou e se acha melhor que os outros. Olha como eu sou bom!

Eu – Você quer dizer do ego. Ai é melhor o câncer, né? Isso é o orgulho.

A – O orgulho mata. Mas mata outra coisa, não o corpo físico.

Eu – Essa pessoa que se curou e usa disso para incentivar outras pessoas, não é bom?

A – Para isso tem que estar no coração. Porque se ele achar que todos que morreram são uns perdedores. O que você acha?

Eu – É! Porque o que se vê muito gente dizendo que se conseguiu se curar o outro também pode se curar.

A – Ótimo! Muito bom. Mas se a pessoa disser, ou pensar que se o outro não se curar é porque não é tão bom quanto ela – isso é falta de caridade. Dizer que é possível. Que bom! É um incentivo. Mas se você não se curar, não se preocupe! Morrer é só morrer. É momento.

Eu – É como já disse Benjamin: Temos que dar ao outro o direito de morrer.

A – Vocês usam muito esses termos, luta, derrota, perda… Eu perdi fulano. Desde quando fulano foi seu? Você achou o fulano? Ninguém perde ninguém, nós apenas vamos. Voltamos! E não pertencemos a ninguém. É um aprendizado. São ciclos. E temos que entender isso. Não só no plano desencarnado, mas também no plano encarnado. Vocês continuam vendo desencarnar como uma derrota, e não é assim. É só voltar para o plano espiritual. E isso não é derrota.

Eu – É! Nós precisamos aprender um pouco sobre o desencarne

A – Imagine alguém que vai desencarnar e acha que desencarnar é uma derrota, com todo esse crença que Deus é Fiel. Vai se sentir uma ameba quando morrer. Cadê esse Deus Fiel… Quando na realidade é só mais um movimento, e nós estamos em movimento o tempo todo…Cuidado com o conceito de cura como milagre. Às vezes o desencarne é o milagre.

Eu – O desencarne pode ser a cura. Né? E a doença o milagre.

A – Sim! Quantos através da doença desceram do seu pedestal de orgulho e se tornaram seres humanos melhores. Quantos através da maneira que escolheram morrer, da maneira que desencarnaram, não deram exemplos incríveis para os que aqui ainda permanecem. E o que é mais importante? Alguém sair por ai dizendo que é forte, que é amiga de deus? Eu me curei e se você não se curar o azar é seu. Ou então dizer, olha eu estou morrendo!!! É possível morrer com dignidade. É possível ser feliz neste momento da morte, porque todo mundo vai desencarnar filha! As pessoas chegam aqui no plano desencarnado numa confusão tão grande, porque elas se acham derrotadas, é como se elas tivessem perdido uma corrida. Como se elas tivessem perdido uma competição. E a vida não é uma competição. Parem de competir! Aquele que é curado não é aquele que ganhou a medalha, porque não tem medalha. Muitas vezes a cura é a perdição. Não pela cura, mas pela energia que se usa por causa da cura.

Eu – A maneira que a pessoa manifesta isso?

A – Sim! Quando falta a humildade!

Eu – E quando acontece por exemplo; tem na medicina, nos terapeutas, nas religiões… Os milagreiros. Eu curo tudo, desde a unha encravada até o HIV.

A – Ai aquele pobre santo que se desgastou porque não era tão santo, mas recebeu muitos pedidos, se tornou responsável e carrega nas costas tanta energia, e que prefere muitas vezes ficar estagiando no que vocês chamam de umbral. Lá esta um pouquinho melhor do que esses que você citou agora. A situação desse é pior

Eu – É ai que entra o caso que nos foi explicado pelo Benjamin que muitas vezes esse espirito tem que voltar temporariamente com problemas físicos e mentais para aliviar essa energia. Porque a carga é tão pesada quanto à promessa que fez e não pode cumprir.

A – Exatamente! Quis se arvorar em ser o bom… isso é muito orgulho! E isso tem consequência. E não é castigo não! É simplesmente ter plantado abacaxi e ter que comer o abacaxi, muitas vezes com casca. Porque é o abacaxi que vai ter para comer. Não vai colher melancia.

Eu – É sempre dentro da Causa e Efeito Né?

A – Sim. Você que escolheu. E Deus é tão bondoso que permitiu você escolher. E ainda você tem duas saídas. Você pode mudar a qualidade das coisas que você planta, ou comece a gostar de abacaxi.

Eu – Nada escapa desta lei de Causa e Efeito. Né?

A – Porque tudo faz parte da lei da natureza. E a Lei natural é imutável quer você queira, quer não. Querem esses grandes curadores queiram, ou não.

Eu – Então quando conseguirmos lidar com nossos sentimentos, e emoções a doença deixa de existir?

A – Ou não? Ai eu começo a aceitar a doença e saber respeitar limites. Lembra que Bem Vinda falou dos limites? Temos limites! Estar encarnado é aprender a lidar com limites e o maior limite da encarnação é a finitude da própria encarnação.

Eu – É você se encaixar dentro dos acontecimentos e aceita-los.

A – Você não precisa ser uma pessoa que curte a doença, mas a encarnação tem limites.

Eu – É porque a morte é inevitável, né? Seja ela por doença, ou pelo tempo, ou por um acontecimento. Ela faz parte do nosso movimento.

A – Sim! E quando nós entendemos isso fica tudo mais simples. A morte não é uma perda. A morte não é uma luta perdida. A morte só é um dos nossos momentos. Tem pessoas que nem chama a morte de morte, e sim de desencarnação porque tem muito medo disso. Tanto medo que até o nome tem que ser mudado. E mudar o nome das coisas mostra o medo.

Eu – É essa coisa de perder alguém, é complicado! Temos muitos apegos – é o meu isso – meu aquilo. Nós possuímos.

A – Como eu posso perder o que eu nunca tive, se eu nunca tive a posse de nada? Nós somos aqui um usuário dos bens do meu Pai. Nós temos que aprender isso. Não somos donos de nada. Estamos usando o que é da natureza. Ah! Mas o meu carro não tem a ver com a natureza. Claro que tem… tudo vem da natureza. Todo produto vem da natureza. Ah! Mas meu carro é artificial. Não existe nada artificial.

Eu – Eu moro num apartamento.

A – E de onde vem o cimento? Ah! Mas tem ferro. De onde vem o ferro? Não é da natureza? Então também tem limites, só vai poder usar o que tem na natureza. E tudo faz parte da natureza.

Eu – Depois desses nossos estudos eu estou chegando à conclusão que o que gera todo desequilíbrio é a nossa posse. É meu isso, é meu aquilo, meu filho, meu marido, meu… Vejo que esse apego é que causa muito sofrimento, acho que o ter é o maior causador do sofrimento. Não?

A – Sim. Com certeza, porque inclusive você passa a ver os outros como seres menores. Ai que bom que aconteceu isso com o filho da vizinha, não com o meu. Que bom que eu moro numa casa. Eu tenho o meu carro. O outro também tem uma mãe, também tem frio.

Eu – A posse gera a raiva, frustração, ódio, magoa. São muitos os sentimentos que geram a posse.

A – E ai quando perde você sente dor. E ai põe a culpa em Deus.

Eu – Em Deus ou põe a culpa no outro. É o tema que estou escrevendo agora, fala da nossa busca pela perfeição, para possuir, e o que não percebemos é que já somos perfeitos e que já temos tudo. Inclusive mostra como essa busca nos maltrata e nos menospreza.

A – Como já disse Benjamin, tudo que nos cerca é perfeito. É um egoísmo tão grande achar que Deus errou justo com você. O Sol nasce todo dia, a Lua, o ciclo da natureza… só com você que é errado.

Eu – Então porque tanta dificuldade de aceitação e de equilíbrio.

A – Porque eu quero, quero, quero… Mas não sei receber. Não sei receber nem a perfeição que Deus me deu.

Eu –E isso é muito profundo. Né? A gente cria coisas para não receber um presente que já é seu. Você já tem. Você é perfeito.

A – É a grande fonte de sofrimento. Lembra o que Buda já disse; A dor existe, o calor existe, o frio existe..Idiota é dizer que não existe. Mas sofrer é opção.

Alguém do grupo quer fazer pergunta?

Integrante do grupo – Os santos que a gente reza tanto, a maioria não tem condições de responder as propostas, e acredito que ninguém fica sem reencarnar, então ele vai voltar com alguma coisa para ser resgatada…

A – Só não se esqueça do seguinte: O plano espiritual vai proteger esse ser se ele estiver desequilibrado e muito dessa energia que lhe é direcionada nem chega perto dessa entidade.

Eu – Mesmo que esse ser tenha prometido sem poder cumprir essas coisas

A – Uma coisa muito importante é a consciência disso. A Bem Vinda disse uma vez dos nossos irmãos que chegam aqui na fazenda, ex-escravos, que não há dor maior do que ter a consciência de ter escravizado alguém.

Eu – Principalmente escravizar através da mentira.

A – Se a dor de ter sido escravizado já é grande, a dor de quem escravizou, quando toma consciência da energia que acumulou para si mesmo, é quase insuportável. Enquanto você esta fazendo isso você acha que está levando vantagem, mas quando a consciência vem, é uma das maiores dores, e um dos maiores impedimentos do caminho evolutivo desse ser. Ai ele pede tanto resgate que muitas vezes os nossos irmãos responsáveis pelo planejamento encarnatório aliviam tanto essa encarnação que ele pediu, porque não há nada pior do que a dor de ter feito o mal.

Integrante do grupo – Não citando nem uma religião…

A – Nem uma religião tem problemas, o problema é com as pessoas, com os espíritos que estão ligados a aquela religião. Nem uma delas tem toda a verdade, mas todas elas têm pontos que são verdadeiros, e quando você encontrar pontos que são verdadeiros e que estão no mesmo grau de importância em varias religiões tenha certeza que você está à frente a uma lei natural.

Outro membro do grupo – Segundo aprendemos que Deus responde as nossas necessidades, isso contrapõe ao que acontece, pois vivemos pedindo coisas que nem sei se precisamos. O que pedir perante a sabedoria dele e a minha necessidade. Pedir até quanto?

A – Veja bem! Deus só vai lhe fornecer o que você precisa, e ele vai sempre saber o que você precisa, o fato de você pedir está dentro da lei do livre arbitreo, que é uma lei que rege a natureza. Mas cuidado com o que você vai pedir e receber, de uma forma ou de outra, e é importante começar aprender a receber e a lidar com o que recebemos, quer encarnado quer desencarnado. Os encarnados lembram sempre de pedir coisas materiais e esquece-se de pedir que a fé seja aumentada e que a capacidade de receber o que se pediu seja ampliada. Quer dizer, você vai pedir o que você quer, e vai receber o que você precisa. Essa é a grande diferença. Aquele que muito quer, e que se frustra. Isso já foi falado por Bem Vinda, que só quer, quer, quer… e não aprendeu a receber nem o que precisa, e muitas vezes esse querer é tão especifico. Tem varias estórias que já foram contadas, tem a da moça que queria um marido, mas ele tinha que ter um metro e oitenta, e todos os homens que chegavam para ela tinha um metro e oitenta e cinco. Será que cinco centímetros faz um companheiro melhor? Se isso for tão importante, talvez fique sem companhia.

Eu – Eu acho que precisamos aprender a agradecer. Acho que quando agradecemos o que precisamos vem.

A – Toda prece deveria ser de Gratidão. Porque a Gratidão o reconhecimento do que se recebeu, é a oportunidade de receber mais. Como disse o texto, Deus esta sempre a nossa disposição. Não que Ele seja fiel, mas sempre a nossa disposição. Mas se você ficar ajoelhado implorando, reclamando, falado só da falta, ele vai achar que tudo que Ele te deu você não valorizou. E isso se chama ingratidão.

Eu – E isso também é valido na saúde né? Se só fica reclamando de doença, a doença vai permanecer em você. Porque é muito difícil canalizar saúde para quem valoriza tanto a doença, eu acho.

A – Sim! Tudo que você foca você vai receber. Simples assim. Foque na falta! Ah eu preciso tanto pagar minhas dividas, dividas, dividas. Vai ganhar mais dividas! Você está focando nas dividas. Aprenda onde botar o foco.

Eu – Aprenda muita coisa. Não é só o foco não!

A – Não tem milagre nenhum nisso! Se você ficar pensando numa coisa o tempo inteiro isso vai acontecer com você. É um fenômeno que alguns cientistas daqui já comprovaram. Quando você determina comprar um carro novo você só vê aquele carro, aquela marca, aquele modelo. Por quê? Por que você esta focado naquilo.

Eu – Ai explica o milagre, né? Porque se você pede, foca e se faz merecedor, recebe!

A – Exatamente! Se você souber receber. Porque tem gente que recebe, recebe, recebe e continua pedindo.

Eu – Ah! Então a pessoa já conseguiu, mas não percebeu.

A – Acontece sempre, já recebeu e não percebe que recebeu.

Eu – Continua pedindo! E ai Deus se enche e…

A – Sim! A energia fica nisso que é a falta, você está pedindo falta. O que você viu no texto é que Deus está querendo te dar o que você precisa. E cuidado com o que você pede. Não quero ficar doente, doente, doente.

Eu – Será que chega a Deus? Porque tem tanta balela que a gente pede e quer no nosso dia a dia, que acho que se ele, Deus, ficasse antenado estaria num hospital psiquiátrico.

A – Se Deus estivesse envolvido em tanta balela como você disse e que vocês acham que ele esta envolvido, é verdade! É muita futilidade.

Eu – Vamos ver uma coisa. A doença. No momento em que eu foco na doença, sinto medo, penso nela o tempo todo. Eu fico na energia, crio um vinculo com isso e trago ela para mim? Deus criou a energia, eu optei por ela? É isso?

A – Sim. Deus criou a energia, você focou na doença e o todo achou que ela

te traria prosperidade.

Eu – Porque Deus criou o bom e o ruim, eu é que vou determinar o que eu quero para mim?

A – Não! Deus criou a energia, você vai determinar se é boa ou ruim.

Eu – Então toda energia é neutra, ela não tem um discernimento. Eu determino sua condição e a canalizo para onde minha carência necessita. Eh! Mais uma vez vamos ficar batendo pino e avaliando tudo isso.

A – Mais uma vez o que é mais importante nisso tudo. Primeiro é a caridade acima de tudo. Milagre não acontece porque um é melhor do que o outro, ele muitas vezes vem para fazer alguém se perder. Então cuidado! Aja com caridade. Sempre com muito afeto e com muito amor, Amor verdadeiro. Lembrem que no meio de tantas historias incríveis, uma das primeiras comunicações (foi a primeira que tivemos sobre um tema) foi dada por uma das nossas irmãs do grupo que de uma forma não jocosa, mas mais metafórica preferiu se identificar como Yoshidhara, esposa de Sidharta Gautama – Buda, e muitos dos estudiosos Budistas, porque Buda trouxe grandes ensinamentos. Mas se aquela mulher não fosse desprendida, se aquela mulher não tivesse entendido antes a necessidade dele, nada teria acontecido. Temos que sempre ser caridosos, usar do Amor incondicional. Porque é triste que muitos encarnados achem que Sidharta Gautama iluminou. Isso é inconcebível! Acham que Jesus é o único filho de Deus e os outros são reles seguidores. Isso é impossível. Isso é típico do vagabundo que não quer se esforçar. É impossível chegar perto de Jesus, então eu lavo as minhas mãos. Ou se comporta feito gado que só vai conforme o comando, carreado. Então é importante perceber que muitas vezes o que a maioria esta fazendo não é o certo, e o fato de perceber isso não é o mais importante, mais importante é a forma que você for contra essa percepção. Isso vai determinar como você vai receber a colheita do que você plantou.

Eu – É, isso a gente vê muito no dia a dia.

A – Vou me despedir. Mais uma vez eu agradeço essa oportunidade. Agradeço a Bem Vinda que me permitiu. Ao Benjamin que se encontra presente, que nos orienta nesse grupo de estudos. E que se questionem sempre, qual a intensão. Qual a motivação. E onde eu poço estar agindo com orgulho ou egoísmo para que eu possa sanar minhas expectativas e evitar o meu próprio sofrimento e o sofrimento dos outros. Aqui me despeço desejando a todos uma boa noite. Nós aqui continuamos no grupo de estudos, e ao mesmo tempo cada um de nós tem um trabalho em alguma das colônias, alguns inclusive no umbral, e continuamos aqui estudando. Mais uma vez agradeço também aos seguidores da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Negros que vem nos ajudado com a tecnologia da comunicação.

Eu – Deixa-me só fazer uma pergunta final. Desdobrados no sono nós também podemos nos transportar para essa fazenda e assistir esses ensinamentos.

A – Muitos de vocês já assistiram.

Eu – Obrigada! Nós também temos imensa Gratidão a você, Bem Vinda, Benjamin e a todo grupo deste lado ai que nos acompanha e auxilia na sustentação da energia da comunicação. Gratidão!

Benjamin – Sabe filha aqui estou, eu, Bem Vinda, Ambrósio que passou as informações de hoje. E os que estão encarnados acham que tudo é fácil, que somos todos bonzinhos… você não imagina quantos feitores de escravos tem aqui, quantas gente já fez coisas do arco da velha, e isso é importante dizer sabe porque? Para vocês encarnados pararem com essa coisa de serem heroizinhos, de querer ser santos. Desses modelinhos que se mostram que estão sofrendo e que depois desencarnam com dor, de tanto que acharam que eram santos. Muitos dos que estão aqui ajudando agora tiveram encarnações terríveis. Mas perceberam isso, e resolveram ajudar. Mudaram sua atitude.

Eu – A partir do momento da consciência isso pode ser resgatado de uma maneira mais suave?

B – Não é suave filha! É só útil. Porque muita gente que tem a consciência senta e fica chorando de remorso, e sentar e ficar chorando não ajuda ninguém. Ficar no remorso não ajuda ninguém.

Eu – O importante é transformar essa energia em ajuda aos que precisam.

B – Exatamente! Colher o que você planta.

Eu – Uma pessoa que encarna, eu já ouvi estórias aqui assim, reencarnou com dificuldades mentais numa encarnação rápida para se desprender de promessas que não podia corresponder.

B – Cuidado com os julgamentos, cada caso é um caso. Nós não podemos achar a partir dai que todo mundo que encarnou numa encarnação rápida com problema mental… É importante que isso fique claro. Muito que tem encarnação rápida com problema mental está fazendo isso por Amor, algo nisso está envolvida nessa encarnação e está trazendo um grande beneficio para os que estão ao seu redor, então desprendidos e estão tão evoluídos que se permitem passar por isso sem sofrer. Porque vocês acham que estar sofrendo é ruim, mas muita gente esta passando por coisas que vocês creem ser sofrimento, mas só é oportunidade.

Eu – É uma opção do próprio ser?

A = Sim. A dor é uma realidade, o sofrimento é uma opção. Então cuidado! Cuidado!

Eu – O que você está dizendo é que eu posso sentir dor sem sofrer por ela. Difícil!

A – A dor é um grande aviso filha. É um grande aviso. Se você pisar num prego se não doer ele atola no seu pé, e ao invés de praguejar, agradeça essa dor e tira o pé do prego. Ele causou a dor para te impedir de que ele entrasse no seu pé totalmente. Mas se coloca a culpa no prego que está ali sem fazer nada. Você é que não viu ele e botou o pé onde ele estava. Então a dor é importantíssima! A dor é uma proteção. E eu preciso reconhecer do que eu estou sendo protegido. O prego poderia enfiar no seu pé e ficar causando muitos danos se a dor não te alertasse. A dor está me avisando. O Pai é tão bondoso que nos deu a dor para nos avisar que tem algo errado.

Eu – Então eu só continuo pisando ali se eu quiser. Né?

A – Eh. Mas tem tanto teimoso nesse mundo. Tanto encarnado como desencarnado! Mas não se cansam de pisar no prego, não. A vida assim é tão boa, filha!

Eu – Eu me orgulho de sofrer tanto assim, né?

A – Isso mesmo! Isso se chama Orgulho. Quer parar de sofrer? Pare! Tire o pé de cima do prego.

Eu – Acho que estamos tentando tirar o pé de cima do prego. Mas até quando?

B -Vamos encerrando.

Eu – Deixa-me perguntar uma coisa? Nosso próximo encontro pode ser sobre a energia Tectônica? Fiquei com algumas duvidas porque trabalho com magnetos há muito tempo e ouvi umas coisas relacionadas que deixou duvidas

B – Podemos sim, mas esse negocio de ficar mudando nomes das coisas como já disse Ambrósio, é blefe

Eu – Então não vale a pena?

B – As pessoas dão nomes floridos às coisas simples da natureza.

Eu – Dizem que está sendo usado na Apometria e que é uma energia que vem da quinta dimensão

B – Sabe filha teve um encarnado uma vez que trouxe essa técnica, e ai disseram que ele era maluco.

Eu – É o Mesmer né?*

B – Isso! Você já conhece filha essa técnica. E ele explicou isso bem melhor do que estão falando agora, viu!

Eu – A trinta anos atrás um médico usou em mim e me ensinou a técnica e eu uso magneto até hoje. Só não uso as mãos para direcionar a energia.

B – Todas as técnicas são boas filha, desde que alivie o sofrimento do outro, que melhore uma energia, que permita que o outro e você cresça um pouco. O que é ruim é você ficar espalhando que faz milagres e que inventou uma coisa que já existe, dando nomes pomposos. E que você vai se tornar o grande curador. Ai você vai ser mais um dizendo que se o outro não se curou é porque não é merecedor. Porque eu sou bom. Isso só é falta de caridade.

Eu – Eu queria saber se existe um ponto numa dimensão que existe essa energia e que pode ser canalizada.

B – Cada caso é um caso. Essa coisa de dimensão, de tempo! Cada um inventa o que quiser. A Apometria está precisando cada vez mais ser simplificada. Quando ela foi passada, porque é uma técnica que já está sendo usada há muitos séculos, milênios. Quando ela foi passada ela foi compilada. Até o nome Apometria foi uma criação, mas a técnica é muito simples e ficar dando nomes para a técnica, tentando enfeitar, fazendo isso, fazendo aquilo… O que vai fazer acontecer é a caridade, o Amor e o foco, esses são os benefícios. É exatamente como rezar para o santo, é precisar de um catalisador para não estar sem foco. Na hora da Apometria estar pensando na lista de compras de supermercado… No que vai fazer mais tarde, não vai resolver. Se quiser usar um magneto para potencializar a energia para qualquer coisa, que bom! Use! Não tem problema. Se você colocar ali uma florzinha vai fazer o mesmo efeito. E se você mentalizar a flor, melhor ainda porque ela vai se sentir muito feliz que você não a cortou. Use o que quiser, mas não de nomes, isso é só para confundir as pessoas e dizer que o meu trabalho é melhor que o do outro. Isso se chama ego! E dai vem à palavra egoísmo.

Eu – Obrigada pela explicação. Você quer que fiquemos em silencio um pouco

B – Sim, essa também é uma maneira de catalisar, vamos imaginar uma cascata de agua cristalina que vai lavando o seu corpo desde o topo da cabeça, a agua é de uma temperatura agradável, e é uma boa agua, que vai substituir a má agua (magoas). Gratidão!

*Ambrósio é um dos espíritos comunicadores do grupo de estudos.
*Franz Anton Mesmer médico Austríaco 1734/1815, pioneiro na cura com fluido magnético usando imas.
*Benjamin e Bem Vinda são também mentores da Fraternidade Cristais de Luz.

14jun

Estudo do dia 31 de Julho de 2014.
Tema – A Morte.

Estamos mais uma vez reunidos para um encontro com nossos companheiros desencarnados para mais um aprendizado. Vamos elevar nossos sentimentos em Gratidão por mais esta oportunidade. Gratidão a esses companheiros que nos dedicam esse tempo nos trazendo informações que nos levam a refletir e compreender um pouco mais sobre a encarnação e as nossas dificuldades.

Vamos aguardar o comunicador do grupo que nos trará os ensinamentos de hoje. Não sei qual o tema que vai ser abordado hoje, ficou de ser escolhido pelo grupo desencarnado. (Silêncio)

Boa noite. Hoje nós não vamos ter nenhuma identificação porque hoje nós vamos fazer um bate papo com o grupo. Alguns do grupo, não todos é claro, pois o grupo não é tão pequeno assim, mas todos que quiserem se manifestar, vão se manifestar. Não vamos ter só um interlocutor lembrando que todos nós estaremos expressando um pouco do que foi discutido de forma coletiva. Então hoje não nos nomearemos e vamos usar mais a pessoa, nós.

Eu – Vai ser uma comunicação grupal?

Isso! Porque nós já discutimos esse tema entre nós e parece premente, nos pareceu pelo menos, que nós voltássemos a um tema que foi um pouco estudado inclusive no livro que você leu, e que foi muito enfocado, mas em que as pessoas, os encarnados e os desencarnados ( e eu vou explicar o porquê eu disse dos desencarnados daqui a pouco), mas principalmente os que estão encarnados não têm olhado para isso com tanta profundidade, principalmente nas sociedades ditas ocidentais. Hoje nós vamos enfocar um pouquinho o processo de DESENCARNAÇÃO.

Eu – Ótimo!

– Aqui entre nós alguns preferem chamar esse processo de passagem – o ato de fazer essa passagem do plano material – para o plano espiritual. E nós temos discutido muito isso.

Eu – O porquê vocês discutem isso? Nos desencarnados isso traz também conflitos, medos, insegurança e tanto sofrimento?

– Não tanto insegurança e medo – mas traz principalmente marcas. Por isso eu disse que enfocaria depois sobre os desencarnados. Nos encarnados esse processo de passagem causa ansiedade, medo – e muitos passam todo período de encarnação evitando qualquer contato com esse momento de passagem. Para os desencarnados é um pouco diferente. Seria quase que o outro lado do espelho. Há muitos desencarnados – principalmente aqueles que se encontra com seus pensamentos cristalizados, no que muito de vocês chamariam de umbral, por exemplo, e ai ainda se ressente desse momento – se ressentem com a forma de como fizeram a passagem e tenta sempre – essa é uma das coisas que congela e cristaliza – as magoas – tentam sempre acusar a outro por seus insucessos.

Eu – Isso é sério! A falta de responsabilidade pelos próprios atos. Né?

– Sim. E uma das primeiras coisas que nós queremos colocar é que a forma como ocorre o desencarne não é tão importante como se imagina. Mas o preparo para esse momento o é. É claro que existe no cérebro material, e nós já citamos a parte Reptiliana do cérebro. Reptiliana na parte INSTINTIVA – e essa parte instintiva – ela vai buscar principalmente um instinto de sobrevivência, isso faz parte da condição da encarnação. É quase como se fosse um acessório do veiculo que você comprou, e é um dos acessórios mais importantes, porque inclusive refreia algumas tentativas de por fim a essa existência terrena. E refreia bastante! Por causa do instinto de conservação – o instinto de sobrevivência – que é superior a outros efeitos instintivos – inclusive superiores ao instinto de reprodução – o instinto sexual. Mas para os encarnados costuma ser um grande motivo de ansiedade pensar em como ocorre à passagem.

Eu – Angustia sofrimento, desespero.

– Exatamente! Mas o que deveria causar mais mobilização, não deveria ser o como ocorre à passagem, mas sim o como estarei nesse momento, o como foi o preparo para esse momento. A maioria dos encarnados simplesmente abomina pensar sobre a passagem. E o mais importante que nós aqui discutimos bastante, é que o êxito nesse momento da passagem, não é resultado de como ele ocorre – mas é resultado de como se optou por vivenciar a encarnação. Só pode, existe um proverbio, e se assusta usar a palavra morrer – mas é bom usa – lá também para que todos entendam. Só pode morrer bem quem viveu bem!

Eu – Inclusive, com minha experiência terapêutica acho que tem medo da Morte é quem tem medo da Vida. Esses seres passam a encarnação toda arruando muitas dificuldades.

– Exatamente! Não é o como ocorre à passagem – mas como eu me preparei para isso. Pode ser que eu tenha passado a vida sem pensar na passagem – porém eu tenha exercido durante esse período de encarnação atos amorosos. Eu tenha tido respeito nos relacionamentos – e respeito, não é o respeito social do que é chamado de o homem de bem para a sociedade – mas é o respeito espiritual. Muito diferente em alguns pontos do que vocês estão acostumados a pensar pelas leis ainda bastante antiquadas.

Eu – Qual a diferença do respeito espiritual? Porque o Respeito está ligado a Moral. É isso?

– Mais ligado à Ética – apesar da ética e a moral se confundirem. Mas é muito mais ligada à ética – a forma como se relaciona – do que com a moral. E muito mais ligada à ética e com a moral do que com as leis terrenas. Ainda existem leis terrenas que são muito mais entraves apesar de ainda serem importantes para impedirem aberrações – mas que são entraves para relacionamentos mais verdadeiros.

Eu – Você poderia citar um exemplo?

– Relacionamentos pais e filhos, por exemplo, as leis ainda colocam pais muitas vezes, ok eles são responsáveis, mas muitas vezes colocam pais quase como culpados, isso acontece quase sempre não só com as leis, mas também com algumas terapias. Quando na realidade o que se deveria estimular é que a partir do momento que entendemos os princípios de reencarnação – e que ambos são espíritos vivendo uma trajetória na encarnação – e que ambos deveriam ser vistos como iguais – com responsabilidades. É claro que uma mãe de um recém-nascido precisa ter responsabilidade do cuidar dessa criança, e a essa criança não vai ser exigido responsabilidade. Porem no decorrer do crescimento desse ser que reencarnam num corpo infantil ambos deveria atingir um momento em que se tornam iguais – mas as leis terrenas não veem assim, e acabam inclusive causando entraves. Existe uma brincadeira que eu já ouvi inclusive entre encarnados, que em alguns momentos quando alguém faz a passagem alguns familiares estão mais interessados em esquartejar a herança do que em prantear o seu ente querido. Então esse é o resultado da lei? Onde é que está escrito tanta sede de propriedade – se tudo deveria ser coletivo. E eu também não estou aqui falando que a coletividade deveria ser igual no sentido total, porque fomos criados diferentes exatamente para termos aprendizados diferentes. Se hoje nós colocássemos todos como iguais – amanhã já haveria diferenças. Porque cada um utilizaria dos recursos de uma forma bastante diferente – isso é importante que se coloque. Mas iguais no sentido de se reconhecerem como seres em trajetória de encarnação – por isso é que eu digo que algumas leis terrenas acabam inclusive atrapalhando. Quantas mães não tem dificuldade no momento da passagem porque querem continuar amando seus filhos – e ai eu trocaria a palavra de amando por controlando.

Eu – Não quero desviar o assunto, mas, um adolescente – ele não necessita que os pais estejam presentes na vida dele olhando suas escolhas. Isso não é bom, isso é bom… porque tem muitas vertentes que levam os adolescentes a..

– Não só o adolescente, mas, a criança… Mas veja se o seu período de encarnação terminou..

Eu – Ah sim! Você está dizendo no desencarne!

– Sim. Quantas mães não acabam se apegando e tornam- se seres erráticos.

Eu – E ai esse espirito acaba ficando próximo a esse amado e não vai seguir o seu caminho? E acaba um prejudicando a ambos?

– Exatamente. Veja como eu falei algumas dessas características das leis terrenas acabaram criando mais apegos do que Amor. Então é importante que nós tenhamos esse cuidado, que percebamos que somos todos iguais e que se algo aconteceu que mudou a minha trajetória, me tirou do período de encarnação para fazer a passagem eu devo vivenciar essa passagem – e devo continuar.

Eu – Oque você esta querendo dizer é que devemos aceitar a morte como um processo natural e vivencia-la como vivenciamos outros movimentos na nossa vida.

– Exatamente. E que o que acontece é que a maioria de nós, encarnados ou desencarnados prefere coisas que se possa festejar.

Eu – E porque não se passa a festejar a morte?

– Porque não é necessário. O vivenciar não significa festejar, e sim, vivenciar cada uma das etapas respeitosamente – e não que tudo se torne festa porque tanto nos encarnados como nos desencarnados, quem só quer viver em festa não esta levando essa vida a sério, nem a vida material nem a vida espiritual. Também, e aqui é importante ressaltar que não é sendo um espirito soturno que se torna um espirito mais sério. Você se torna um chato.

Eu – E também não é chorando muito tempo pelo que morreu que se vai mostrar o sentimento por aquele que se foi né?

– Isso é muito mais apego do que Amor. O Amor liberta – o apego prende. Então mais uma vez – o grande determinante da forma como se vive a passagem – é a forma como se viveu a encarnação. Se você foi apegado, se você está apegado obviamente nesse momento tudo isso vai aflorar. E não é porque ocorre a passagem que alguém se transmuta no plano espiritual e se torna um anjinho – isso também é uma crença que acaba causando muitos problemas tanto para encarnados – como pra desencarnados. Você já viu nas reuniões de apometria desencarnados que se achavam tão bons que acabaram angariando compromissos muito sérios tentando – e na tentativa de ajudar alguém – só que sem estarem preparados para tanto. Seria quase como um analfabeto tentando ensinar as letras para outro analfabeto.

Eu – É até para ajudar você tem que estar preparado, né? Não se da aquilo que não se tem. Creio eu!

– Exatamente. Então não é necessário que se olhe morbidamente para a passagem e que se comesse a cultuar a passagem, não é isso. Mas é importante perceber que é só mais uma etapa – só mais um momento. Quantos momentos na vida, quer seja encarnado quer seja desencarnado é feita das somatórias desses momentos, e falo sobre os momentos, inclusive porque aqui também temos alguns irmãos desencarnados que continuam vivendo com muita magoa por causa deste momento do desencarne. Só que esse momento já foi, e quando eu fico cristalizado num momento que já aconteceu eu deixo de viver os momentos que vem como presentes – no presente!

Eu – Qual a diferença de uma morte na aceitação dela pelo desencarnado? De um câncer, por exemplo, que a pessoa passa muito tempo se preparando para essa morte, do que a morte por um infarto?

– Pense na sua experiência com as personalidades que se manifestam nas reuniões?

Eu – Aquelas que vão de repente né?

– Pois é! Inclusive aqui nós temos um dos nossos mentores que disse que é para você dar uma risadinha… Porque cada caso é um caso. (risos). O que é importante mais uma vez, é que não é a forma como acontece – é como se está preparado. Então muitos dos que passaram por desencarnes súbitos o fizeram de uma forma tranquila. E muitos dos que passaram por desencarnes súbito o fizeram com susto e foram para outro plano – inclusive alguns com manifestações de agressividade e revolta. Só que isso também acontece nos desencarne mais paulatino como você citou. Cada caso é um caso!

Eu – É realmente! Tem pessoas que aceitam a doença – outras não. Revolta-se contra ela.

– Quantas você conheceu que manifestaram inclusive agressividade por causa de uma doença crônica e não perceberam a oportunidade que tiveram. E mesma coisa acontece com o desencarne agudo. Então o fato de ser agudo ou crônico não é o maior determinante – o maior determinante é como está aquele espirito no sentido de preparo com a vida para vivenciar com amor. Exatamente como vocês veem em relação de como vivenciaram aos momentos vividos durante a encarnação. Se vocês prestarem atenção, nós aqui vemos também entre os desencarnados – mas muitas vezes assistimos o que ocorre com os encarnados, a mesma ocorrência em duas vidas diferentes pode ser encarada como motivo de comemoração ou motivo de desespero. Então o importante não é a ocorrência – o importante é como cada um encara isso.

Eu – Então nós precisamos aprender a morrer. Vai ter que alguém começar a movimentar isso, falar sobre… porque o ser humano esta cada vez mais se negando a morrer.

– Sim. E sofre muito com isso.

Eu – É cirurgia plástica, medicamento para a longevidade a desvalorização do velho… não aceita a velhice e o morrer.

– Veja. Algumas dessas coisas são sustentáculos do instinto de sobrevivência e devem continuar sendo utilizados. Então os medicamentos são meios também de continuar sobrevivendo e são importantes, mas não se apegar só a isso, e não se desesperar. Esse é o maior ponto – vivenciar esse momento sem desespero – o que faz o maior desespero é a mania de controlar tudo.

Eu – Então é a questão do apego? Então este trabalho que estamos fazendo com o grupo (estou trabalhando o grupo com o texto da parábola, Atacando o Problema) tem um bom efeito porque o vaso da história é exatamente o apego.

– Toda informação que suscite o raciocínio ou uma inquietação em relação ao apego – ao orgulho – ao egoísmo – vai propiciar o maior conhecimento e uma maior facilidade de passar por esses momentos cruciais da existência, quer seja encarnado, quer seja desencarnado. É preciso que haja uma modificação dessa visão. Nem o festejar a morte como se fosse uma festa – nem o teme-la – porque na realidade ela faz parte do nosso dia a dia.

Eu – É colocar a morte como um acontecimento natural, como ir ao supermercado, viajar…

– Como ela é. Mais ao menos o seguinte, você come, você elimina dejetos, você nasce cresce e morre.

Eu – E às vezes nem cresce para morrer né? Morre antes.

– E o mais triste é o que morre em vida. É o que pelo medo da morte não vive. É aquele que não vivencia as oportunidades que recebe. Porque todos nós encarnados e desencarnados estamos o tempo todo recebendo muitas oportunidades. Ok! Não vamos conseguir viver todas elas. Abraçar a todas. Porem, também não viver nem uma delas porque vive com medo. É o que morre em vida.

Eu – É bem assim: está morto e não percebeu né?

– Exatamente! Você escolheu morrer. O que é muito mais grave. É uma escolha. Então nós temos que cada vez mais conversar sobre isso para que não haja tantos desencarnados desequilibrados também. Que se fixem pela ansiedade que tinham quando encarnados que se fixem tanto nesse momento de desencarne. No trabalho Apometrico você já percebeu que existem personalidades que encaram de formas muito diferentes esse momento de desencarne. Para alguns é muito tranquilo. Mesmo com desencarnes mesmo ditos violentos. Você já recebeu personalidades que se comunicaram e que sofreram mortes violentas e que estavam equilibrados e tranquilos. E você já teve personalidades que se manifestaram que muitas vezes sofreram mortes assistidas e bastante tranquilas e que estavam extremamente revoltadas. Então veja – o mais importante não é como ocorre – o mais importante é como eu me preparo – e como eu encaro. Como cada um de nós encara.

Pessoa do grupo – Como aceita?

– Mas tem que ser uma aceitação ativa – não aquela aceitação da passividade. É uma aceitação ativa da participação também – de alguém que vivencia e se permite – e que tem uma a fé do que vai ser o futuro. Porque a partir do momento que eu reconheço que há um equilíbrio em tudo que me cerca – e se nós nos permitir perceber há um enorme equilíbrio – tudo está certo!

Eu – E esse entendimento facilita a superar as dificuldades que ficaram na encarnação quando estou no plano desencarnado?

– Com certeza! Com certeza. Porque você também já recebeu muitas personalidades que estão cristalizadas no momento passado que não vivenciam mais nada e não se permitem um outro contato. Que não se permitem aprendizado. Não se permitem inclusive a viver a verdade desencarnada – que é o que vocês chamam muitas vezes de fantasma ou até usam às vezes termos mais jocosos como encosto.

Eu – E isso existe em encarnados também. Tem pessoas que estão vivendo situações que aconteceram a mais de vinte anos como se fosse o agora e não conseguem ir em frente. Essa pessoa é como uma personalidade do passado né? Esta presa naquele momento – e quando desencarnar vai continuar vivendo aquele fato. Não?

– Sim. E que não percebe todo o resto. Não percebe o presente. E que deixa de aproveitar oportunidades para continuar alimentando aquilo que lhe traz tristeza e magoa.

Eu – Como fica quando vocês recebem um desencarnado que ele não acredita em vida após a morte? Existem pessoas que são convictas que essa vida é única.

– Existem as duas vertentes. Você diz como nós recebemos. E a maioria desses nós não recebemos. Porque eles estão tão cristalizados nisso e se eles são realmente crentes de que não existe vida após a morte – eles não vão viver após a morte – por muito tempo – inclusive alguns, de certa forma até engraçada – se é que pode se dizer assim – o farão por teimosia. Passei a vida toda dizendo que não existe vida após a morte, como que eu vou viver agora – vou ficar aqui quietinho – e ficam por muito tempo. Não estou dizendo que todos agem assim.

Eu – Esses seres eles são capazes de se isolar e ficarem sustentando suas convicções?

– São. Isso é uma das características da vida após a morte – a possibilidade de isolamento. O que não ocorre na vida durante a encarnação. Os encarnados não tem como não se relacionar. Então o que acontece é que muitos desses que teimam, mas a partir do momento em que fazem a passagem – e estão do outro lado percebem o seu erro, assumem e continuam – esses nós recebemos sim. Muitos exatamente por não crerem que possa acontecer alguma coisa depois da morte e se cristalizam nas suas mágoas e nos seus sofrimentos. Muitos querem cobrar do Criador àquela promessa que alguém o fez acreditar – a ressuscitação da carne – como eles acreditam na ressuscitação da carne eles vão ficar próximo do que?

Eu – Do corpo?

– Exato!

Eu – E esses espíritos permanecem ai – ou tem a tentativa de ajuda para que chegue a uma consciência maior?

– Veja! O Amor do Pai é infinito. Sempre estão recebendo ajuda o tempo todo. Porem é uma ajuda que respeita o livre arbítrio. Então está o tempo todo sendo amparados – alguns inclusive não capacitados para perceberem esse amparo. Mas eles estão sempre sendo ajudados – mas nunca interferindo no seu livre arbítrio, se eles optarem por estar cristalizado quase como um ovoide – que você já viu também na Apometria – vai se respeitar o livre arbítrio até que isso incomode tanto (porque incomoda) que se abra essa casca do ovo.

Eu – Nossa como é difícil isso né?

– Mas é necessário!

Eu – Sim. Se estiver nessa situação é porque é necessário.

– Porque se eu criei uma casca eu vou ter que ter um motivo para quebra-la. Ninguém vai quebrar a casca do meu ovo por fora. Eu tenho que quebra-la por dentro.

Eu – Uma duvida. Existe diferença entre a cremação de um corpo e o enterrar esse corpo? Tem aquela vertente que diz que o espirito fica próximo ao corpo por um período e quando da cremação o espirito sofre e se desespera. Da para falar um pouco sobre isso?

– É bastante importante que você se lembre sobre o que nós acabamos de enfoca. Depende muito da crença. Um individuo, que se prepara para a vida após a morte – o que acontecer com o corpo dele não faz diferença nenhuma. Porém para alguém, por exemplo, que crê na ressuscitação da carne – ou que não crê em nada disso – não acredita que haja algo além dessa vida a não ser aquele corpo, e isso é o que importa. Ai sim é que ocorrem diferenças. Não é o fato de se destruir aquele corpo através do fogo. Muitas vezes, e mais uma vez aqui me cutucam dizendo que cada caso é um caso. Muitas vezes o fato de destruir com rapidez um corpo faz com que haja um impulso para a percepção de que o corpo não era tão importante como se imaginava. Ou faz o contrario – faz o desespero e até o enlouquecimento espiritual. E a mesma coisa para um corpo que passa por um período de destruição. Você já imaginou como é o desagrado de acompanhar o próprio corpo se decompondo se você espera a ressuscitação desse corpo?

Eu – Eu me nego a isso. Sinceramente.

– Então muitas vezes essa deteorização do corpo físico também é importante para que o espirito corte os liames com esse corpo e possa transcender. Porem para alguns também é magoa – dor- e enlouquecimento.

Eu – Concordo! Se desencarnar em desequilíbrio – sem consciência. Vai pirar mesmo.

– Então mais uma vez o que eu disse no início. O como ocorre o desencarne – ou o que vai acontecer com o corpo depois não é importante. O importante é como nós aceitamos esse momento. O como vivenciamos nossas experiências. E também as crenças e os sentimentos que alimentamos durante a encarnação.

Eu – É porque se eu estou desligada desse corpo pouco importa se ele é queimado ou se vai para embaixo da terra. Né?

– Não faz diferença nenhuma.

– Pessoa do grupo – Posso fazer um comentário? Há pouco tempo fiz um abordagem num grupo que é como se você estivesse vendo,( na questão do apego) as pessoas mexendo nas suas coisas e você não tendo mais acesso a elas. Então seria um exercício a partir do momento que você fez a passagem, esse plano ficou você tem que seguir o seu caminho. Você não tem mais acesso ao seu carro, as suas coisas.

– Uma boa comparação – é como se você olhasse para sua sala de aula da primeira serie e quisesse hoje sentar naquela carteira.

Eu – Mas se eu desencarno num estado de desapego. Eu fico ali observando minhas coisas? Vai haver essa necessidade? Se eu tiver a necessidade de ficar observando – estou no apego?

– Sim.

Eu – Eu vi num museu um ser do lado de uma peça antiga, seria o dono dela ainda ali cuidando.

– O dono ou alguém para quem aquele objeto representava poder. Não necessariamente o dono. Muitos súditos, por exemplo, estão ligados a cetros e coroas, e não são os reis.

Eu – Eu acho que esse é um assunto que deveria ser muito comentado.

– O problema é que – um dos nossos mentores pede para que brinque com você também e diz que se você colocar uma faixa ali na frente: Curso para ensinar a morrer, acho que ninguém virá. (risos).

Eu – Mas eu acho que ainda vou por essa faixa. Diga a ele para ficar atento que vai ver isso aqui na frente ainda. Isso está na minha cabeça faz tempo. Não para ensinar a morrer – mas para falar sobre a morte. Tenho vontade de fazer isso.

– Bastante importante falar, é brincadeira é claro. Mas é bastante importante. Primeiro que as pessoas olham para isso. Encarnados e desencarnados que se desmistifiquem esse momento. A vida não é só nascer e morrer. E veja, por exemplo – sem nenhuma critica – a instituição igreja.O que você mais lembra quando eu falo de igreja? Uma CRUZ.

Eu – E aquele Jesus pendurado. É só dor.

– Isso. E você se lembra dos ensinamentos do Mestre? Não! De cara só se vê isso. É uma valorização desses extremos. Nós estamos sempre preocupados com o nascer e o morrer. E o entre. Esse espaço o que nós fazemos com ele. Esse espaço de tempo. Então que nós possamos valorizar os encontros.O dia a dia. Todos os momentos. Cada oportunidade. Valorizar cada dor que propicia o aprendizado. Cada sorriso que propícia um aprendizado. Cada prazer que propicia um aprendizado. E pararmos de achar que o aprendizado só se dá por um veiculo. O aprendizado se da por todos esses veículos – pelo sorriso – pela dor – pelo prazer – pelo Amor – pelo contato – pela ira – pela raiva. Então eu creio que o nosso objetivo hoje foi muito mais de instigar mais um pouco esse olhar. O olhar para a passagem. Olhar para esse fato inexorável. Todos nós que estamos aqui no caminho espiritual passamos por isso. E a partir do momento que percebemos quantas vezes já o fizemos, já desencarnamos, fica mais simples inclusive. Diminui a ansiedade. Diminui essa mistificação em torno do tempo.

Eu – E quando eu perco alguém querido e procuro por médiuns de contato para ter uma informação da pessoa querida, uma comunicação com ela. Como fica isso? Atrapalha esse desencarnado?

– Veja. Vou ser repetitivo. Cada caso é um caso. Realmente existem casos muito diferentes. Existem momentos em que essa comunicação pode funcionar como uma libertação para esse desencarnado. Muitas vezes quando existe ainda um liame que o ata ao plano encarnado pode ser a oportunidade de desatar isso e de se permitir essa viagem. Porem há também os casos em que se fica insistentemente incomodando, é como se alguém, por exemplo, a sua mãe decidisse ligar para você varias vezes ao dia. Como você se sentiria?

Eu – De saco cheio. Né?

– Exatamente! Se seus filhos ligassem para você o tempo todo perguntando se você esta bem. Então cada caso é um caso. Em alguns momentos é importante e serve de consolo para esse familiar ter noticias. Ok. Sem problemas! Exatamente como para você que é importante ligar para seus queridos.

Eu – Mas essa informação vem desse ser desencarnado? Ou existe um intermediário?

– Novamente. Cada caso é um caso. Existem muitos fatores que vão interferir nesse momento. Alguns mais religiosos dirão que depende do merecimento. Mas aqui nós não vamos usar esse palavreado que fala sobre merecimento – mas muito mais a necessidade de cada um. Muitas vezes ocorre um sacrifício para suprir a necessidade de alguém – não o querer – mas a necessidade. Então se você pergunta. Mas é muito bom que haja essa comunicação? Essa comunicação talvez tenha alguns momentos que se torne um pouco mais natural. Como que está acontecendo aqui, por exemplo. Imagine que nesse momento ao invés de estarmos discutindo temas importantes nós estivéssemos incomodando nossos entes queridos que partiram. Como seria? Agora é proibido contatar? Não de forma alguma. Mas a intensão é que é importante. Não só a intensão é importante – mas também a oportunidade e a necessidade. Porque a intensão faz parte do querer. E a necessidade faz parte do que é permitido e do que lhe convém.

Eu – E vou perguntar mais uma coisa. Esse assunto me fascina. A morte acontece sempre no momento certo? Parece-me que já foi dito algo sobre isso, mas não me lembro bem.

– Veja a sua pergunta ela é mais profundo na seguinte questão. O que você vivencia está escrito? E você só é um ator desempenhando o papel no script que foi, ou não determinado. Eu acho que é reduzir demais a sabedoria do Criador com tanto equilíbrio e tanta justiça dizerem que Ele só escreveria script para que nós vivenciássemos. Mas veja. Voltando a nossa comparação com uma escola. Quando você vai a uma escola existe um planejamento de conteúdo para um ano. Todos aprendem iguais?

Eu – Não.

– Então é mais ao menos assim que funciona. As coisas não estão escritas. Mas existe um planejamento. Não significa que cada momento que você vivencia já estava escrito. Mas existe um planejamento que lhe é proposto. E cabe a você – só a você vivenciar ou não. E o mais interessante é que cabe a você escolher vivenciar. Porem também as decisões dos outros envolvidos afetará o resultado.

Eu – Então isso pode mudar o resultado?

– Claro. Porque e o livre arbítrio dos outros? Portanto é bastante complexo.

Eu – É. Se for assim é bastante complexo mesmo.

– Sim. Nós às vezes não entendemos essa complexidade. Nós preferiríamos que houvesse um script preparado. E ai nós vamos passar a vida inteira tentando achar esse script para nos adequarmos a ele.

Eu – Seria mais fácil né?

– Pois é – mas não existe um script. O que existe é uma linha mestra de um planejamento e exatamente como um aluno na escola. Cabe a cada um levar esse planejamento adiante – ou não.

Eu – Porque se formos ver essas mortes que acontecem nesses movimentos de manifestações. Só vai te acontecer se você for lá para participar, né? Seria isso? Meu livre arbítrio determina?

– Porém! Não é só o seu livre arbítrio. Também depende do livre arbítrio dos outros.

Eu – Caramba! Mas ai eu fico muito suscetível. Não?

– E porque não? Já que todos estamos aqui para nos relacionarmos. Lembre-se do que foi dito quando foi enfocado o ego. Primeiro nós precisamos fortalecer o ego e nos individuar para que depois nós percebamos que nós não somos únicos indivíduos – e que nós somos o todo. E ai é que está o efeito do todo. É a somatória de todos os livres arbítrios. Complexo né?

Eu – É complexo! Eu estou tentando criar uma situação em que eu possa entender melhor isso.

– Imagine alguém que estava andando por uma estrada passando por baixo da ponte e essa ponte despenca. Isso estava escrito?

Eu – É isso que eu me pergunto. Isso estava escrito?

– Ou isso é uma somatória?

Eu – Com quem construiu a ponte…

– Das forças da física que coloca a força do peso do concreto. De quem construiu a ponte e optou por um calculo que talvez fosse enganoso. De quem colocou a ponte no lugar errado… de quem….Percebe? Não existem coincidências. Porém existe a somatória de todos esses fatores.

Eu – Sendo assim nós estamos a todos os momentos propensos a acontecimentos que nos fogem a escolha.

– Que bom! Porque isso é uma percepção importante também.

Eu – Essa casa pode cair na minha cabeça a qualquer momento e isso não está escrito na minha caminhada?

– Exatamente!

Pessoa do grupo – Exatamente em questão de não sabermos o tempo que temos encarnados?

– Porque isso não esta escrito.

Mesma pessoa do grupo – Isso pode ser agora – pode ser daqui a dez ou quinze anos – como pode nunca.

– Por isso a importância – e o Evangelho já diz isso. Esteja sempre preparado.

Pessoa do grupo – Uma mãe saiu para trabalhar e deixou um bebê aos cuidados do irmão mais velho. Esse acende o fogão e pega fogo no barraco. Sai em busca de ajuda e quando volta o irmão esta queimado.

– E eu vou colocar mais umas variáveis. Falamos do tempo. Do fogo. Tem outras coisas que nós não enfocamos que é as variáveis – a somatória das personalidades do passado que incorporam naquele momento e que também vão influenciar. Não vou usar o termo prejudicar. Porque isso é um julgamento. Mas vão influenciar. E não de uma forma matemática tipo: Eu matei numa existência passada e tenho que ser morto agora. Isso é muito simplista.

Eu – Não é a lei de causa e efeito?

– De forma alguma! Isso não está na lei da causa e efeito.

Eu – Penso muito nisso com relação a problemas mentais. Tem muita gente internada em hospitais psiquiátricos que está sob essa influencia personalidades. Né? Essas personalidades podem tirar a personalidade da pessoa dessa encarnação, e a pessoa passa a viver com os sintomas da personalidade do passado. Pode?

– Cada caso é um caso. Mas sim!

Pessoa do grupo – Muitas vezes até levar a um suicídio?

– Ou personalidade com manifestação de autodestruição. Consegue inclusive superar o instinto de sobrevivência que é o maior instinto humano. Veja que complexo! Portanto. As coisas não estão escritas. Mas o outro lado da moeda que cada um de nós não controla para o que vai vivenciar. Porque o que cada um vivencia é o resultado da somatória de muitos livres arbítrios – e inclusive de fenômenos naturais. E não chamemos a isso de livre arbítrio de Deus. Mas isso significa justiça – e as Leis Divinas

Eu – Justiça e as Leis Divinas?

– Sim. Porque muitos acabam aclamando ou colocando para Deus características humanas. Alguns imaginam Deus como um adolescente com um comportamento abusivo quando na realidade existem leis que foram criadas e que são imutáveis – e nós é que muitas vezes não as percebemos ou gostaríamos inclusive de modificar as leis para o nosso bel prazer e para o nosso interesse pessoal.

– Nós estamos encerrando, e acho que o objetivo de hoje era muito mais instigar um pouco questionamentos sobre esse tema da passagem. Que cada um se autoquestione e ao mesmo tempo discuta com os seus para que possamos começar a olhar com mais carinho e com menos ansiedade, menos medo para esse momento que pode ser um momento também de muito aprendizado – e pode ser um momento de muito Amor. Gratidão.

Eu – Gratidão por todos esses ensinamentos sobre um tema tão doloroso e ainda mal aceito para nós seres humanos. Gratidão para todo grupo que assessora a energia desse momento para que essa comunicação possa acontecer. Gratidão à existência e ao infinito.

14jun

Conhecendo as Trevas – Uma Incrível Mensagem Espírita

Quando nos propomos a falar da ação das trevas nos grupos espíritas, antes de tudo precisamos saber de quais espíritos estamos falando, porque a grande maioria de espíritos obsessores que vem as casas espíritas são mais ignorantes do que propriamente maldosos. No livro “Não há mais tempo”, organizado pelo espírito Klaus, nós publicamos uma comunicação de um verdadeiro representante das organizações do mal e percebemos que há uma grande diferença entre o que nós classificamos como espíritos obsessores e os verdadeiros representantes das trevas.

Eu estava presente na reunião na qual essa entidade se manifestou. Quando o espírito incorporou a doutrinadora disse: “Seja bem vindo meu irmão”.

Ele respondeu: “Em primeiro lugar não sou seu irmão, em segundo lugar eu conheço o seu sentimento. Sei que você não gosta nem das pessoas que trabalham com você na casa, que dirá de mim que você não conhece. Por isso duvido que eu seja bem vindo aqui”.

Ela ficou um tanto desconcertada, porém, disse: “Mas eu irmão, veja bem, isso aqui é um hospital”.

Ele respondeu: “Muito bem, agora você vai dizer que eu sou o doente e que você vai cuidar de mim, não é isso?”.

Ela disse: “Sim”.

Ele: “Pois bem, e quem garante para você que eu sou um doente? Só porque eu penso diferente de você. Aliás, o que a faz acreditar que possa cuidar de mim? Quem é que cuida de você? Porque suponho que quando alguém vai cuidar do outro, este alguém esteja melhor que o outro e, francamente, eu não vejo que você esteja melhor do que eu. Porque eu faço o mal? Porque eu sou combatente das idéias de Jesus? Sim, é verdade, mas admito isso, enquanto você faz o mal tanto quanto eu e se disfarça de espírita boazinha”.

Outro doutrinador disse: “ Meu irmão, é preciso amar”.

O espírito respondeu: “acabou o argumento. Quando vocês vêm com esta ladainha que é preciso amar, é que vocês não têm mais argumentos”.

– “Mais o amor não é ladainha, meu irmão”.

– “Se o amor não é ladainha, porque o senhor não vai amar o seu filho na sua casa? Aliás, um filho que o senhor não tem relacionamento à mais de 10 anos. Se o senhor não consegue perdoar o seu filho que é sangue do seu sangue, como é que o senhor quer falar de amor comigo? O senhor nem me conhece”.

Vieram outros doutrinadores e a história se repetiu até que por último veio o dirigente da casa e com muita calma disse: “ Não é necessário que o senhor fique atirando estas verdades em nossas faces. Nós temos plena consciência daquilo que somos. Sabemos que ainda somos crianças espirituais e que precisamos aprender muito”.

O espírito respondeu: “Até que enfim alguém com coerência nesse grupo, até que enfim alguém disse a verdade. Concordo com você, realmente vocês são crianças espirituais e como crianças não deveriam se meter a fazer trabalho de gente grande porque vocês não dão conta”.

Como agem os espíritos representantes das trevas em nossos núcleos espíritas?

Como vimos, os verdadeiros representantes das trevas, além de maldosos são também extremamente inteligentes. São espíritos que não estão muito preocupados com as casas espíritas. Eles tem sua base nas religiões da sub-crosta. São espíritos que estiveram envolvidos por exemplo na 1ª e 2ª guerras mundiais e no ataque as torres gêmeas nos Estados Unidos. São os mentores intelectuais de Bin Laden, de Sadan Russein e de inúmeros outros ditadores que já passaram pelo mundo, porque eles tem um plano muito bem elaborado, que é o de dominar o mundo. Os grupos espíritas não apresentam tanto perigo para eles. Esses espíritos estarão sim atacando núcleos espíritas desde que o núcleo realmente represente algum perigo para as intenções das trevas. Portanto, quando nós falamos das inteligências do mal, nós estamos falando destes espíritos que tem uma capacidade mental e intelectual muito acima da média em geral. Normalmente não são esses espíritos que se comunicam nas nossas sessões mediúnicas. Normalmente eles não estão preocupados com os nossos trabalhos, a não ser que esses trabalhos estejam bem direcionados, o que é muito difícil, e representem algum perigo para eles.

Nós que vivemos e trabalhamos numa casa espírita sabemos bem dos problemas encontrados nas atividades desses grupos. Para ilustrar vou contar para vocês um fato verídico ocorrido numa casa espírita.

Um espírito obsessor incorporou numa sessão mediúnica e disse para o grupo: “Nos viemos informar que não vamos mais obsediar vocês. Vamos para outro grupo”.

Houve silêncio, até que alguém perguntou: “Vocês não vão mais nos obsediar, porque?”.

O espírito respondeu: “Existe nesta casa tanta maledicência, tanta preguiça, tanto atrito, tantas brigas pelo poder, tantas pessoas pregando aquilo que não praticam, que não precisamos nos preocupar com vocês, vocês mesmos são obsessores um dos outros”.

Porque realizar um seminário ressaltando a ação das trevas?
Falar do mal não é ajudar o mal a crescer?

No livro “A arte da guerra” está escrito: “Se você vai para uma guerra e conhece mais o seu inimigo que a você mesmo, não se preocupe, você vai vencer todas as batalhas. Se você conhece a si mesmo, mas não conhece o inimigo, para cada vitória você terá uma derrota. Porém, se você não conhece nem a si mesmo e nem ao inimigo, você vai perder todas as batalhas”.

Infelizmente, a grande maioria das pessoas não conhece a si mesma. Tem medo da reforma íntima, tem medo do que vão encontrar dentro de si. Negam a transformação interior. Precisamos falar das trevas para conhecermos as trevas. Se não conhecermos como eles manipulam os tarefeiros espíritas como é que vamos saber nos defender deles. Para isso é preciso refletirmos nesta condição de nos conhecermos até porque toda ação das trevas exteriores é um reflexo das trevas que nós carregamos dentro de nós. É preciso realmente realizarmos a nossa reforma interior para sairmos da sintonia dessas entidades.

E os Guardiões que cuidam do centro, como é que ficam?

Não podemos esquecer que os benfeitores espirituais trabalham respeitando o nosso livre arbítrio. Uma casa espírita como esta possui o seu campo de proteção como uma cerca elétrica construída pelos benfeitores, porém, quem a mantém ligada são os trabalhadores encarnados. Toda vez que há brigas dentro do centro, toda vez que há grupos inimigos conflitando-se, toda vez que há maledicências, é como se houvesse um curto-circuito nessa rede, é como se houvesse uma queda de energia, e as entidades do mal entram. Os benfeitores espirituais estão presentes e a rede é religada, mas, as entidades do mal já entraram.

O grande problema é que quase sempre, nós não estamos sintonizados com o bem. A ação do bem em nossa vida é fundamental. Por exemplo: O Umbral não é causa, o Umbral é efeito. Só existe o Umbral, a zona espiritual inferior que cerca o planeta, porque os homens tem sentimentos medíocres e inferiores. No dia em que a humanidade evoluir o Umbral desaparece, porque ele é consequência. Por isso que não podemos nos esquecer que as trevas exteriores são apenas uma extensão das nossas trevas interiores. Existe sim, a proteção espiritual nas casas espíritas, porém, os espíritos amigos respeitam o nosso livre arbítrio.

Como é que os grupos espíritas podem se defender das trevas?

# Havendo muita sinceridade, Amizade Verdadeira e principalmente muito amor entre todos os colaboradores do grupo.

# Existindo a prática da solidariedade, carinho e respeito para com todas as pessoas que buscam o grupo ou para estudar ou para serem orientadas ou para receberem assistência espiritual.

# Havendo muito comprometimento com a causa espírita.

# Realizando, periodicamente, uma avaliação dos resultados obtidos, para verificar se os 3 itens anteriores estão realmente acontecendo.

OBS: A mensagem acima veio de autoria anônima, mas mostra uma situação que pode ocorrer em todos os locais que trabalham para a luz divina e não apenas em centros espíritas. – Jornal Prana de julho 2011

14jun

studos do dia 21/11/2013
Tema O Perdão
Pagina do Evangelho: Francisco Xavier – Ofensas.

Vamos agora elevar nossos sentimentos em Gratidão. Gratidão por mais este momento, e por esta oportunidade deste encontro entre nós encarnados e alguns dos nossos companheiros de jornada, desencarnados. Vamos aguardar o companheiro que vai nos trazer hoje nosso aprendizado, o tema que foi preparado para esta aula, foi O Perdão.
Pai Benjamin se apresenta – Hoje vou falar para os dois grupos, o grupo de desencarnados que nos acompanham e que estudam os temas abordados para dar as aulas, sempre com minha orientação, e para vocês, encarnados, todos juntos. Pois esse tema é muito importante.

Eu – Seja bem vindo Pai Benjamin! É uma alegria recebe-lo. Gratidão.

B – A maioria das pessoas faz uma confusão mito grande em relação ao Perdão, eles acham que o Perdão é uma atitude superior, uma atitude orgulhosa, ok!
Tudo bem! Para algumas pessoas esse é o primeiro passo para entender melhor isso que é tão importante. Nos já falamos aqui que toda relação pode criar Inter-relações, e que muitas vezes essas Inter – relações quase que tomam vidas, elas não tem a capacidade de se tornarem seres totalmente independentes, porem elas acabam criando quase que vida própria, apesar de ainda serem alimentadas pelos dois seres que são responsáveis pela relação, e o Perdão é o grande desatador desse nó. Quando você tem uma relação saudável, mesmo que haja necessidade de discussões, mesmo que às vezes, haja divergências dos pontos de vista, você vai criar então essas formas pensamento que vão te ajudar muito, forma pensamento mais suaves, que vão novamente aparecer quando você precisar, na hora que você tem um problema, elas é que vem te dar intuição. Muita gente acha que toda intuição é o trabalho de um espírito, tem tanto trabalho nessa terra que não tem espírito suficiente para fazer isso, muitas das intuições que vocês recebem são dessas formas pensamento criadas nas relações saudáveis, criadas nas relações amorosas, elas te dão força na hora de resolver um problema, mas, nem toda relação é saudável, nem todo contato é gratificante, e as pessoas acabam criando também formas pensamento que contem energia que pode fazer também, que cada um individualmente, ou que ambos sucumbam, e que pode também influenciar no dia a dia, e esse nó, esse cordão que ata os dois seres, só consegue ser desfeito através do perdão. Quem perdoa, não faz um favor ao outro, quem perdoa não é superior ao outro, quem perdoa se vacina, quem exerce o perdão esta fazendo uma terapia preventiva de dores futuras, e se desligando, tanto do outro, quanto do fato. Aqui nos atendimentos Apométricos, quantas vezes vocês já viram personalidades, ou mesmo espíritos que estavam cristalizados, focalizados num fato, que já aconteceu há tanto tempo e que continua trazendo sofrimento. Que coisa mais estranha, parece que a pessoa gosta, porque já aconteceu no passado e ela continua sofrendo pela mesma coisa agora que não esta acontecendo, e que já aconteceu. Então o Perdão é esse desatador, e o grande beneficiado com o Perdão, é quem consegue perdoar de verdade O Perdão é uma atitude que desata, que desliga que permite seguir o caminho, que corta as amarras que nos ligam aos fatos que foram tristes, que foram difíceis, que foram dolorosos. Os fatos dolorosos são como pedras em nosso caminho, e nós precisamos saltar por essas pedras, imagine que coisa boba conseguir saltar por sobre uma pedra e ao invés de seguir o caminho, voltar por cima dela, parece lógico?

Eu – É claro que não, né!

PB – Pois é! E muita gente faz isso, é outro jogo, é outro dia, e continua vivendo o ontem o jogo passado, e ai o perdão desata, tira esse nó, permite seguir. O Perdão também, e uma forma de assumir uma responsabilidade, cuidado! As pessoas confundem responsabilidade com culpa, não é a mesma coisa. Culpa paralisa! Responsabilidade, é a habilidade de responder, então quando eu perdoo eu tenho a responsabilidade de responder, eu me responsabilizo pelo que aconteceu, não assumo culpas.

Eu – Quando você entra no perdão, você se responsabiliza, dentro de você acontece esse processo? Eu vejo o perdão como uma transformação no Chakra Cardíaco, seria isso?

PB – Não se esqueça nunca, lembra-se daquele dia em que nós falamos sobre os cinco elementos? Quando mexe no Cardíaco, vai mexer em tudo.

Eu – Há sim! Mas quando se está numa situação de não Perdoar, se sente amargurado, não?

PB – Se fica amargurado no cardíaco, mas você perde o poder no Chakra Básico, você perde a energia no Chakra Sexual, você diminui a sua ligação com o Divino no seu Chakra Coronário, você perde a sua visão espiritual do Chacra Frontal, você tem problemas com a tua fala no Chackra Laríngeo, só para citar exemplos.

Eu – Mas só a falta de perdão causa isso, ou, também o apego ou qualquer tipo de sentimento arraigado causa esse desequilíbrio?

PB – Todos os sentimentos arraigados vai estar afetando o todo, agora o Perdão, ele tem o poder desatador de todos esses liames, e ele vai quase que limpar permitir o fluxo da energia nos Chackras, em que Chackras? Todos!

PB – E a grande confusão das pessoas é achar que quem perdoa está tendo uma atitude superior, e ai, não é perdão, é um exercício de orgulho. Olha como eu sou melhor que você, eu te perdoo, porque você é uma ameba. Esse exercício é de orgulho.

Eu – As pessoas tem vergonha de pedir perdão, né? Se sente diminuído.

PB – Você já escutou a expressão; “Eu vou me rebaixar´´, então esse é o grande problema de não entender a dinâmica desse exercício do perdão. Quando eu realizo o perdão verdadeiro, não esse que é só uma exposição de orgulho, quando eu realmente perdoo, quando eu me permito perceber, que se a pessoa fez algo, se aquele espirito fez algo que naquele momento me desagradou, ele estava fazendo a mesma coisa que eu, buscando a felicidade, talvez ele não tenha escolhido o caminho que eu mais aprovo só isso. Quer dizer, ele era um portador da centelha de Deus que como eu estava em busca da felicidade.

Eu – Se eu estou me sentindo rebaixada em pedir Perdão, eu estou no orgulho, esse perdão não vai funcionar?

PB – Claro que não, de jeito nenhum, ele passa a ser humilhação, e ai eu vou criar mais corrente que me atam ao fato, a pessoa, e ao espirito. Então isso é uma das maiores prisões que existe até hoje. Muitas vezes ainda existem perdões que precisam ser realizados na encarnação atual, mas que vem de encarnações passadas, não tenha duvidas disso. Existem seres que se aproxima de você que você não sabe nem porque, mas você tem uma sensação ruim…como que dizem na terra:“O Santo não bateu´´. Quando o santo não bateu provavelmente, existe uma energia ainda armazenada de ausência de perdão.

Eu – Nossa Benjamin!! Me preocupa, porque quando isso acontece eu evito a pessoa, nunca pensei em perdão, me afasto.

PB – Então o que você vai fazer agora quando você sentir que o tal do seu santo não bateu, é fazer uma oração, para esse ser, entregar nas mãos de Deus, e assumir a responsabilidade pelo que você sentiu, porque o que você sentiu é problema seu, e não dele, e a gente continua jogando nas costas do outro o que é de nossa responsabilidade. Se você sentiu que o santo não bate, o santo é seu, cuida dele.

Eu – É! E a gente ainda fala: Aquela pessoa não tem energia boa, não tem isso, não tem aquilo…

PB – O que é pior, ai se começa com um exercício os grandes religiosos fazem isso, o exercício típico, se é espirita, esta precisando de passe, esta precisando trabalhar a mediunidade, ai vai para a umbanda, está com um monte de encosto, ai vai para a igreja católica, precisa confessar seus pecados, ai vai para a evangélica, Deus esta atuando para castigar esse irmão. Isso é uma falta de consideração com a Essência Divina do outro.

Eu – Então mais uma vez, pare e avalie a sua parte no que sentiu não a do outro?

PB – O que sentiu, foi você que sentiu, ninguém é capaz de fazer sentir.

Eu – Ninguém é capaz mesmo de fazer o outro sentir alguma coisa?

PB – Não! A não ser que você permita, lembra-se de Jesus, quando na cruz, pediu perdão para os seus algozes, eles não conseguiram faze-lo sentir raiva.

Eu – Nossa! Isso é bem… você sendo crucificado e pedindo perdão para os seus algozes…isso é muito profundo, né Pai Benjamin?

PB – Tem uma história que esse moço que esta falando, (o captador) ele conta às vezes, que eu também gosto quando ele conta.

Eu – Que moço?

PB – Esse que fala por mim aqui, ele conta de um monge que ficou sendo torturado por dezoito anos, dos anos da terra, e ai ele foi salvo, foi torturado pelos chineses e ai ele foi lá para o Tibet, e perguntaram para o líder do Tibet pacifista se ele podia recebê-lo e ele o recebeu, e então ele chegou para esse monge e perguntou, você foi torturado por dezoito anos? Ele responde: Sim! E qual o maior medo que você sentiu? E ele respondeu: O maior medo que eu senti foi de perder o Amor e a Ternura pelas pessoas que me torturavam. Então, quem sente é você, o outro não é capaz de fazer você sentir, mesmo que ele tente qualquer coisa. Agora, quando você esta aberto o outro faz cada coisa em você, mas ai é você que esta fazendo, a responsabilidade é sua.

Eu – Você que esta permitindo, né?

PB – Não, você é que esta fazendo, porque mesmo que alguém torture seu corpo físico, teu espirito esta liberto e você não precisa entrar na tortura.

Eu – Nossa! Se por exemplo eu em uma encarnação há mil anos, odiei uma pessoa, não a perdoei por um fato, – um motivo banal – precisa esta pessoa estar encarnada neste momento para eu entrar em sintonia com isso, ou eu posso usar isso numa outra pessoa, ou outra situação?

PB – O que interessa é a situação, não a pessoa, como eu disse no começo, vocês dois criaram quase um ser, e esse ser vai se manifestar inclusive em terceiros, essa situação se repete.

EU – Pode se manifestar numa pessoa da família?

PB – Pode, ai um monte de gente lê romance, e fica achando que tem problema de encarnação passada, monte de gente nem se conheceu no passado, nem se encontrou.

Eu – Quer dizer então que esse meu ato lá atrás pode influenciar uma pessoa da minha família, por exemplo, essa pessoa pode sentir isso?

PB – Pode claro, pode ser que essa energia seja forte que esse ser que vocês criaram, vai influenciar outra pessoa sim, é só ela dar abertura.

Eu – Por isso Benjamin, é que estudei isso na Apometria, muitas vezes tem um alcoólatra, e o vício não é dele, e sim de outro da família? Pode ser isso?

PB – Os Índios que são muito sábios criaram um nome para isso, que é Macu, dai vem aquele livro Macunaíma, Macu significa contrario, Macunaíma era o herói ao contrario. Se Macu é o contrario, o que é um Macu, é um Eu ao contrario, você sempre age de determinada forma, de repente um dia você tem uma explosão que não é sua, não parece você, é o contrario do que você sempre pensou, aquilo te fere, mas você põe aquilo para fora, isso é um Macu pessoal. Mas existe também o Macu grupal. Um grupo dissonante sempre produz um Macu no grupo, e esse alguém sempre vai ficar mais dissonante para poder exorcizar essa energia, então aquele que às vezes fere, ou que às vezes te contraria, aquela pessoa no grupo que é agressiva, ou que fala palavras que ferem, ela é uma ajuda que você não pode imaginar.

Eu – É uma ajuda Pai Benjamin?

PB – Porque é o único jeito de exorcizar essa energia naquele momento.

Eu – Ele esta manifestando uma energia que esta em alguém do grupo, seria isso?

PB – Isso! Porque outro jeito de exorcizar essa energia, é a terapia do perdão, é o Amor, e como o Amor e o perdão ainda não são realidades no dia a dia em todas as situações, alguns desses nossos irmãos encarnados e desencarnados manifestam toda a energia de um grupo para que ela possa ser então eliminada.

Eu – Então quer dizer que quando eu tenho uma pessoa que não esta em ressonância com aquele objetivo que ali esta acontecendo, está contrariado, outro pode expressar isso?

Eu – Isso! E ele pode se expressar de um jeito muito ao contrario do que ele pensa, não é o que ele pensa, mas ele é o macu do grupo. É o eu contrario.

Eu – Então ai Benjamim me faz voltar atrás e pensar que pode até ter pessoas que saíram do grupo, num momento que estava ajudando o grupo.

PB – Sempre! Não pode ter, foi!

Eu – Ai meu Deus! Nossa! Isso é muito sério, né?

BB- Sabe o que os Índios fazem, quando eles percebem um Macu, eles se reúnem todos em volta, se abraçam e agradecem, e contam para a pessoa tudo o que ela tem de bom, para trazer ela de novo para a energia. Alguém faz isso num mundo civilizado?

Eu – Ai Benjamin! Então eu tenho umas arestas que preciso rever. Isso é muito profundo.

PB – Todos tem! Quando você tem bastantes arestas, você lapida mais os outros, mas sente mais dor.

Eu- Pensando assim, se acontece essa situação de você acolher essa pessoa, parece que essa magoa, ou esse fato a ser perdoado ele fica dissolvido nesse momento, né. Se a pessoa vai embora e fica aquela marca, aquilo fica ressonando, né?

PB – Totalmente, então o não fazer, é perder uma chance de como você disse dissolver o fato e a magoa, dissolver energia dissonante.

Eu – E o Perdão, desde as coisas mais insignificantes, que na maioria das vezes o são, até as atitudes mais graves, se tornam um monstro para as encarnações, né? E as vezes até para uma boa parte da existência, lá na frente, não?

PB – Sem duvidadas! Eu já falei uma vez para vocês, as pequenas coisas é que vai leva-los para o inferno, (risos). Isso é uma forma de dizer, não estou dizendo que existe inferno.

Eu – Mas a nossa vida é feita de pequenas coisas, né? Ficamos esperando os grandes acontecimentos achando que eles são importantes, mas creio que o dia a dia é que faz o resultado…

PB – Então o Perdão é o filho do Amor, e tudo que envolve Amor, envolve equilíbrio, leva a tranquilidade, a Paz. Muitas doenças do corpo físico são faltas de perdão, quando você está remoendo alguma coisa, você esta moendo seus corpos, o físico, o etéreo, e até outros corpos.

Eu – Eu imagino! Alguém quer fazer uma pergunta? Temos uma pessoa nova na sala hoje. Seja bem vinda! Estou fraca em perguntas hoje, né Benjamin?

PB – Não precisa ficar preocupada com as perguntas, o mais importante, é perceber as sensações, quando você atinge a Graça, e aqui eu vou chamar de a Graça Divina de perdoar – você se liberta, você se sente bem, seu corpo físico se satisfaz, você se tranquiliza, você evolui. Agora não perdoar, é quase como tentar fazer um carro andar preso a correntes.

Uma integrante do grupo: Qual é melhor, a gente pedir perdão, ou perdoar? Como se consegue diferenciar o que vai ser importante para a gente?

PB – É só você lembrar, primeiro, que se você se magoa quem se magoou foi você, então muitas vezes, uma pessoa que nos faz algo que nos magoa, quase que merece que nós peçamos perdão, porque, eu não precisava me magoar com o que você fez comigo, se eu fiz é porque eu quis, agora se eu atinjo o ponto de perdoar, e perdoar significa não mais me conectar com aquele fato, eu me beneficio. Agora não se esqueça, os grandes mestres nunca perdoaram, sabe por quê? Porque eles nunca se magoaram, porque eles entendiam que se outro fez algo que parecia prejudicial, é porque ele ainda não tinha aprendido a fazer algo melhor, você se magoaria se um bebe colocasse o pé no seu pé? É exatamente assim que os mestres agem. Jesus nunca perdoou! Porque nunca se magoou. Obvio que este estagio é um estagio bem avançado. Nós, encarnados e desencarnados ainda precisamos exercitar o perdão, porque ainda temos esse orgulho da magoa. Mas precisamos também começar a exercitar, o não se magoar, a perceber que aquilo que o outro me traz provavelmente é uma de suas dificuldades, e que eu não preciso dela.

Eu – E quando eu magoo Benjamin, como fica? Porque eu estou sempre atento a ser magoado, e quando, eu magoo?

PB – A maioria das pessoas que esta magoando não percebe que esta magoando, mas quando percebe o fato se torna um peso, e esse é um dos maiores pesos que existe, e a maior dificuldade que as pessoas têm são de não vivenciarem a culpa nesse momento, e culpa não ajuda ninguém, ficar batendo no peito e ficar: ó eu sou culpado, ó eu feri você… vai ajudar? Se eu colocar uma faca em você e ficar repetindo: ó pobre de mim eu feri você, coitada da Vilma… Vai ajudar? Não! É melhor não colocar a faca, ou se já colocou a faca, vá chamar socorro, só ficar falando… não vai adiantar nada. Então é isso que a gente tem que perceber, numa hora em que eu percebo que eu estou magoando, e não se esqueça, magoar é muito diferente de não satisfazer expectativa do outro. Porque muita gente se magoa porque as suas expectativas não foram satisfeitas, isso é a criança mimada batendo os pezinhos, agora, quando eu estou fazendo algo prejudicial, e eu percebo isso, não adianta ficar culpado, tem que ser responsável, ou seja, ter a habilidade de responder a isso. A partir do momento em que eu tenho consciência de que eu estou fazendo o mal, eu preciso parar de fazer, e reverter isso.

Eu – Quando estavam crucificando Jesus, aquelas pessoas, elas chegaram a essa consciência de que estavam fazendo mal?

PB – A maioria não! Nós ficamos sempre preocupados com a crucificação de Cristo, isso é porque ela está nos filmes, na religião, e nós ficamos empaticamente ligados a essa figura, mas, só naquele dia foram três crucificações, só naquele lugar, em outros montes, foram outras crucificações, e no dia seguinte, talvez mais dez, no seguintes outras dez, e mais, e mais…

Eu – Então não foi só Jesus que morreu na cruz?

PB – Naquele dia, naquele lugar, eram três.

Eu – Voltando a pergunta anterior, como eu sinto que estou magoando o outro se o outro só se magoa se aceitar a ofensa, então minha ofensa pode se tornar um ato totalmente banal? Eu estou enviando uma ofensa, mas o outro não se abre para recebê-la e isso então fica neutro, ou…

PB – Nada nunca fica neutro.

Eu – Então eu recebo de volta?

PB – Sim, porque eu estou criando aquela energia que o outro não se liga aquela energia, então ele está livre, mas eu! Se eu estou jogando uma corrente pesada no outro e ele se desvia, eu continuo ligada com a corrente.

Eu – Vamos voltar à crucificação como exemplo: quer dizer que aquelas pessoas, por Jesus não ter se aberto para aquela energia, não se sentiu magoado, ofendido, aquela energia, ela retornou para aqueles que o praticaram aquele ato?

PB – Sim! Muitos levaram varias encarnação para se livrarem do ato que praticaram.

Eu – Se Jesus tivesse recebido isso como uma ofensa, a carga dos que praticaram o ato seria menor? Jesus ficaria com uma parte e os praticantes outra?

PB – Não! Não funciona assim. O fato de Jesus não ter recebido isso como ofensa, diminui inclusive o peso sobre eles, mas imagine, eram três ali sendo crucificados, os outros dois não tinham conhecimento, eles odiaram aqueles homens, não tenha dúvidas, nos outros montes os outros dez ou doze crucificados naquele dia, criou um ódio muito forte. Qual que é o grande problema? Esses que desencarnaram dessa forma violenta também permaneceram acorrentados juntos com os seus algozes, porque não existem vitimas e vilões, com Jesus foi muito diferente, ele não precisou dessas correntes com ele.

Pergunta de uma integrante do grupo – Os desencarnados também tem esse problema com o Perdão?

PB – Muito mais que os encarnados, e o que é pior, você está encarnada, se você não perdoar hoje, você vai ter dor de estômago amanhã, não vai? E vai ter uma hora que a dor de estômago te incomoda tanto, tanto, que você vai ter que fazer alguma coisa. A maioria não perdoa, só trata a dor de estômago, mas continua com dificuldade de seguir a sua vida. Ao desencarnar ele pode se cristalizar nessa situação, não ter contato com mais ninguém e só continuar vivendo aquela sina, ou aquele fato.

Eu – Ele, desencarnado vai ter menos oportunidade de perdoar porque não vai ter a dor de estômago para sinalizar a magoa?

PB – Sim, ele tem menos oportunidade, e ele não vai ter alguém para falar com ele, vocês tem família, amigos… E ele talvez se isole tanto que nem isso ocorra, ele não se abre para os espíritos superiores, então, para os desencarnados a ausência de perdão é muito mais grave e pode levar a fatos e a dores muito mais atrozes, isso é que inclusive direciona o espírito para um determinado campo vibracional. O que é o Umbral que tantos leem nos livros? É um campo vibratório de uma vibração, que aqui vocês iam chamar de uma vibração muito baixa, mas que atraem exatamente muitas pessoas que não perdoam, os espíritos desencarnados que não perdoaram, ou que vivem na vitimização, e ai eles vão estar sintonizados com o umbral, e ai eles vão mais uma vez expressar seu sofrimento. E ai ainda tem gente que diz que se não perdoa Deus castiga. Deus castiga! Que falta de responsabilidade. Ele escolheu! Deus é tão generoso que permite que ele vá para onde ele escolheu.

Eu – Benjamin, você disse que os desecarnados não chegam num espírito para pedir ajuda, ou conversar, como você disse ao mencionar família, é porque eles não querem, ou porque não é possível?

PB – Porque eles não permitem, muitas vezes de forma inconsciente, porque a vibração está tão cristalizada, tão materializada, que ele não consegue nem enxergar o espírito superior, ele não consegue nem sentir aquela presença.

Eu –Podemos entrar no perdão mesmo mentalmente, né? A pessoa que pedimos perdão não precisa estar presente, não? Se você elevar seus pensamentos com sentimentos verdadeiros, se consegue?

PB – Com certeza, porque você vai estar na realidade fazendo o que? Cortando as suas correntes, a suas ligações com aquelas correntes.

Eu – Benjamin, uma vez eu discordei de um palestrante que se dizia estar canalizando Saint Germain, porque ele mencionava que se uma pessoa tiver uma desavença com a outra, não adianta um perdoar, se a outra não perdoar, adiante eu vou responder tanto quanto a outra pessoa pelo fato. É real isso?

PB – Veja! Talvez ele tenha exagerado na forma de se expressar, como eu já falei, se você tiver que satisfazer as expectativas de todos os seres que te cercam você não ia evoluir nunca. Você ia perder tanto tempo tentando fazer tudo o que querem – então não – não é porque você contrariou alguém… agora se você não perdoar, se você continuar ligada a aquela situação, sim! Isso passa a ser verdadeiro. Mas existe a terapia do perdão e do Amor. A grande terapia para me desligar de um desafeto, é ama-lo. Por isso Jesus colocou, Amai vossos inimigos. Se fosse assim imagine a cruz que Cristo estaria carregando hoje, quantos o odeiam porque colocam na sua figura coisas que foram realizadas nos séculos passado, violências que foram realizadas em nome de Cristo. Isso é uma decisão de quem fez.

Eu – Exemplo, se uma pessoa tem um atrito, vamos falar de casal, se separam, ai se conhece uma outra pessoa, e ama essa pessoa, esse amor anula aquela culpa e magoa anterior? Com o novo amor.

PB – O que é uma besteira tentar anular alguma coisa com outro relacionamento, né! Você tem que anular em você.

Eu – Mas amar alguém, é já ter se desapegado do outro, enquanto não se perdoa o outro se esta presa nele.

PB – Sim, então é importante perceber que uma coisa é uma coisa a outra é outra coisa, você juntou duas coisas que não existem juntas, veja você disse amar outra pessoa, e amar outra pessoa não significa me desligar da primeira, você vai se desligar da primeira e resolver esse problema com a terapia do perdão e com amor, entre você e ele, entre você e essa segunda pessoa, havendo uma terceira pessoa, não tem problema.

Eu – Eu pensei que o fato de se apaixonar, entrar em contato com o amor já curava a magoa da outra.

PB – Ai você já está jogando a responsabilidade para o outro que esta chegando, que não lhe cabe, além da responsabilidade, é a sua expectativa.

Eu – Eu pensei pelo sentimento, não pela pessoa.

PB – E se você nunca mais amar? O que você esta pondo é a substituição.

Eu – Não! Eu só quero saber se um novo amor limpa as magoas de outro relacionamento.

PB – Não, é como eu disse cada coisa é separada, uma coisa é você amar alguém, outra coisa é você desfazer uma relação com o outro no perdão.

Eu – O que a gente vê é pessoas que estão com outra e ainda está preso lá atrás, na relação que se desfez, naquela magoa.

PB – E o mais engraçado ainda se você olhar, muitas pessoas estão vivendo com a mesma pessoa só que com outro nome, mantém um padrão de relacionamento, muda os atores, mas a novela é a mesma.

Pessoa do grupo – Você acaba buscando uma pessoa igual a que você estava, é isso?

PB – Muitas vezes, você substitui.

Eu – A substituição é para não precisar se desligar?

PB – Exatamente! Relacionamento precisa de muito perdão, muito perdão, inclusive para o desenlace, os términos. Agora não se esqueça, se alguém se magoou com as ofensas do outro, quem se magoou foi você.

Eu – O outro manda, você recebe se quiser, é isso? Mas o perdão Benjamin, ele não é um sentimento, ele é um estado?

PB – O sentimento que envolve o perdão é o Amor, quando eu percebo que eu posso amar a todos, mais uma vez insistindo naquela frase: reconhecer no outro uma centelha de Deus, o perdão se torna uma consequência disso, como é que eu não vou perdoar uma centelha de Deus, como é que eu vou me magoar com uma centelha de Deus. Você já algum dia tomou choque na eletricidade? E você odeia eletricidade porque um dia você levou choque? Você já queimou a sua mão na agua quente? Odeia a agua? Então é isso que as pessoas não percebem, encarnados e desencarnados, não é porque eu levei um choque na eletricidade, a eletricidade não presta, ou queimei a mão na agua quente que a agua não presta, é porque naquela situação eu não deveria colocar a minha mão na agua tomado mais cuidado para a agua não me queimar, então a culpa não é da agua. Não é a eletricidade que não presta, se eu continuar levando choque ou se queimando, esta na hora de tentar perceber o que esta acontecendo, estudar um pouco mais sobre isso, tem algum problema ai, e, é com você, mas a culpa nunca é da eletricidade.

Eu – A mesma coisa é quando você repete os padrões de relacionamento, você esta trazendo para você, repetindo o padrão para aprender?

PB – Sim, por isso temos que assumir responsabilidades, ter responsabilidade é ter a habilidade de responder, e se esta repetindo demais, isso está te mostrando um padrão, e como a menina já disse todo padrão está ai para nos ensinar.

Eu – Identificar esse padrão Benjamin, sei que não existe técnica, mas como fazer para identificar quando estamos nesse padrão?

PB – Agora vou fazer você rir, cada caso é um caso, mas o principal, e sair da posição de vitima e assumir a responsabilidade, ou seja, ter a habilidade para responder, e olhar para tudo sem se colocar como vitima, eu sou vitima do calor, eu sou vitima do mau olhado, sou vitima da sociedade, eu sou vitima das palavras, sou vitima dos políticos, da policia, dos bandidos. Ninguém é vitima. O mais importante para quebrar esses padrões é assumir a responsabilidade. Na maioria das vezes quando os meus relacionamentos não dão certo é porque eu estou jogando algo para o outro, ou o outro esta jogando algo em mim.

Eu – Colocando expectativa no outro?

PB – Exatamente.

Pessoa do grupo – E quando isso é em relação a filho?

PB – Quem são seus filhos? Importante lembrar que filho, companheiro, pai irmãos. Quem são eles? Quando eu coloca-los como filhos, eu vou me sentir culpado pelo que acontece com eles, ao invés de ser responsáveis, eu os coloco numa posição diferente. A partir do momento que eu os assuma como espíritos encarnados portadores de uma Centelha de Deus, eles não são mais meus filhos, são meus iguais.

Eu – Quando eu cumpro a necessidade, um jogo de um filho, eu estou na culpa?

PB – Sim, não é a responsabilidade. Porque a habilidade de responder às vezes exige um não.

Eu – Quantas vezes né Benjamin!

PB – Só que cuidado, porque muitas vezes a minha vontade de dizer não de uma maneira mais eloquente ainda é a ausência do perdão de situações passadas, muitas vezes não com esse ser encarnado, mas com outros.

Eu – E esse ser encarnado pode usar disso para fazer uma manipulação, ou um jogo?

PB – Ou eu posso estar manipulando. Quem nunca manipulou que atire a primeira pedra. Então o mais importante é tirar todos esses conceitos errôneos sobre o perdão, o perdão não é se rebaixar, tão pouco, é se colocar numa situação superior, isso é orgulho. Perdão é cortar os liames que nos atam a fatos e a espíritos, o perdão é liberdade. A maior liberdade que existe é perdoar todos, e se auto perdoar, porque muitas vezes eu mantenho padrões, e o moço perguntou como quebrar padrões – muitas vezes me auto perdoando, porque muitos dos padrões são auto suplícios, porque eu me sinto não merecedor, cuidado!

Eu – Por exemplo, tem uma pessoa magoada comigo, um dia pego o telefone e ligo para essa pessoa, simplesmente, oi, tudo bem e tal, e essa pessoa recebe isso de uma maneira indiferente. Como fica essa situação?

PB – Pense num copo de veneno, se essa pessoa beber o veneno você não precisa beber.

Eu – Há! Então é importante eu cumprir a minha parte, eu tomar uma atitude.

PB – Imagine quantos seres encarnados atualmente, e desencarnados estão magoados com Jesus Cristo.

Eu – É problema de cada um, Jesus fez a parte dele?

PB – Exatamente, você acha que ele precisa desse peso?

Eu – Então quer dizer que no momento que eu tomei essa atitude com o coração, eu estou me libertando daquilo?

PB – Exatamente, e ai você se torna um espírito livre, e ai, se prepara, você vai incomodar muita gente, e ai quando você se torna um espírito livre e incomoda, você precisa estar muito fortalecida para não cair nessas vibrações mais grosseiras.

Eu – Porque a sua liberdade vai incomodar as pessoas ainda presas aos padrões.

PB – Porque você acha que Jesus foi crucificado, foi por exercitar essa liberdade.

Eu – E quando chegamos nesse ponto temos que estar bem preparados para sustentar a situação porque pode ter consequências sérias e se levar uma lambada, assim como foi para Jesus?

PB – Você acha isso uma lambada, para ele pode ter sido tranquilo.

Eu – Ai entra a importância que se da para o acontecimento, seria isso? Um ato de agressão pode não significar grande agressão para mim.

PB – Se você achar que é uma grande agressão, e se colocar na posição de vitima, ficar contando isso para todo mundo, talvez você passe os próximos anos vivendo essa agressão e não perceba quantas coisas boas aconteceram ao seu redor, e ai isso é prisão. E quantos estão presos agora, quantos…

Eu – Acho que são muitos né Pai Benjamin? As pessoas se magoam com tão pouco, né?

PB – Isso é por causa do orgulho, o efeito do orgulho.

Eu – Às vezes acontece da gente se sentir infeliz com situações que parecem grandes problemas, e, de repente deparamos com um caso de uma pessoa com um problema muito maior, uma doença por exemplo, e ai a gente se sente pequena perante aquela situação, e muitas vezes até culpada por ter se sentido infeliz com tão pouco, comparando com o outro.

PB – Se você se sentir pequena e ficar para o resto do mundo dizendo – eu me sinto culpada. Oh! Eu sou pequena, sou ingrata, me sinto culpada… Agora se você se conscientizar que aquilo que te incomodou, te fez infeliz, era sem importância, que existem coisas muito mais importantes, que você pode ir para sua casa e ao invés de deixar uma energia deletéria te magoar, você pode sorrir para tudo aquilo e se divertir muito, ai você evolui, e ai você vai ver que a situação que te incomodou não causa culpa nenhuma, você é que viu aquela situação que te chateou daquela forma. E é isso que a gente precisa aprender, ver de outra forma, deixar ir. Se hoje é 21 de Novembro, quase vinte horas, o que aconteceu hoje, pode me trazer aprendizado, mas não precisa continuar as vinte três horas sendo o que eu vivo, porque assim eu não vou viver outra coisa que acontece nas vinte e três horas. E quanta gente consegue isso? A maioria vive do passado, ou, no anseio do futuro, então o importante é viver o presente, o nome já diz é um presente O grupo também que aqui se apresenta fez algumas perguntas, principalmente voltada à sintonia, e o que ficou claro é que quando eu perdoo, eu mudo a minha sintonia, e eu posso atrair outras coisas. Eles perguntaram muito sobre as doenças que se apresentam ainda no espírito, somos acostumados a pensar nas doenças que se apresentam no corpo físico, mas o períspirito doente, adoecido ainda se manifesta com essas alterações no plano espiritual, e o grande jeito de clarear essas manifestações, de eliminar essas doenças, é através do perdão, não é indiferença, a indiferença é outro veneno, mas o perdão, e a renesignificassão. Então é importante vocês verem que a hora que alguém desencarna, não cria asinhas e vai tocar harpa nas nuvens, porque ainda traz todas as emoções que vivenciou, e, vai, ter, que, lidar, com essas emoções, no plano desencarnado. Porque senão as suas sintonias vão ser com essas emoções.

Eu – O espírito tem oportunidade de trabalhar isso nesse período entre vidas e voltar a encarnar sem essa bagagem?

PB – Tem! Claro! E na encarnação a sua prova, e aqui não é prova no sentido de castigo, na sua prova vai se repetir alguns fatos, e vai ter que agir diferente. Porque uma coisa é você sair dizendo, eu perdoei, outra coisa é você perdoar de verdade.

Eu – Por isso que eu penso que o perdão é um estado, não só um ato.

PB – É um exercício de Amor. Sempre!

Pessoa do grupo – Tem muita gente que fala que perdoar tem que vim de dentro, do coração.

PB – Sim, porque o que vem da boca para fora, só te liga mais ainda no peso das suas correntes. Então o importante é que os encarnados e os desencarnados percebam que tudo gira em torno do Amor. Do Amor a si mesmo, e do Amor ao próximo.

Eu – E o grupo de estudos dai também deve ficar feliz com esses esclarecimentos, né? Eles dizem que como nós os encarnados eles buscam esses conhecimentos.

PB – Sim, são estudantes também, estão aprendendo. Muitos inclusive estão modificando essas energias que você citou antes, passaram por períodos difíceis, não é porque eles estão nesse grupo de estudos, não é porque eu estou aqui falando dessa forma, que eu não fiquei sintonizado com planos muito dolorosos em vários períodos da minha existência. Agora, a sintonia é uma escolha.

Eu – Ok, Benjamin.

PB – Eu gostaria que agora vocês fizessem um minuto de silencio, se imaginando um céu azul, num dia muito tranquilo, o azul do meio da tarde, não olhando para o sol, mas sim para o céu azul, e perceba esse azul envolvendo todo seu corpo físico e se expandindo e lavando sua aura, um azul anil bonito, suave, e que esse azul que é pacifico possa penetrar em cada uma das suas células físicas, e também no seu corpo etéreo, períspirito. E que cada um se responsabilize pelas formas pensamentos que criou, e saibam quais deve alimentar, e quais devem diminuir, ou se desapegar. Eu quero agradecer esses irmãos da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, que facilitam e ancoram a comunicação do plano espiritual para o plano encarnado, e vice versa.

Eu – Gratidão Pai Benjamin. Nossa gratidão a esses irmãos da Nossa Senhora do Rosário dos Pretos que tem participado sempre desses nossos aprendizados, ancorando essa comunicação. Gratidão a todo grupo que esteve presente. Que Deus nos abençoe.

14jun

Grupo de estudos do dia 04/03/2013
Nosso tema de hoje é O Medo.

O tema abordado hoje nos foi trazido por um rapaz que foi atendido na Apometria. O medo e o pânico são os motivos pelos quais procurou ajuda.

A canalização é de um sensitivo do grupo Fraternidade Cristais de Luz.
Esta abordagem foi feita por uma mensageira de Shambala, que se intitulou como Yoshidara (adiante, seu nome é indicado comoY).

Eu – Seja bem vinda, Yoshidara. Estamos muito felizes em receber você e os ensinamentos que você nos traz.
Eu – Devemos classificar os medos como medo concreto e medo abstrato?

Y- Medo da crença e o medo dos fatos. O medo geralmente está ligado a uma crença. Para o que você da o nome de concreto, eu digo, sentimento que está ligado a um fato. O medo abstrato está ligado a uma crença. É algo que foi incutido antes do medo acontecer.

O medo não é de todo negativo. Se você está perto de um precipício, o medo vai ser uma proteção para você não cair nele. Se você tem medo de passar por uma porta muito estreita, aí o medo ajuda. O perigo é quando passamos a crer nesse medo, e ele se tornar um meio de expressão do dia a dia, um meio de vida.

Eu- O medo não é ilusório, embora as vezes seja positivo?

Y – O medo nunca está ligado a fatos, mas sempre a possibilidades. Deve ser mais matematicamente calculado. É claro que se você ficar muito perto de um precipício, você tem mais chance de cair nele, mas não quer dizer que você vai cair. É claro que se seus pais morreram de câncer, você vai ter possibilidade de ter câncer também, mas isso não quer dizer que você tem 100 % chance de morrer de câncer. Muitas pessoas perdem grandes oportunidades por não chegarem próximo ao precipício, porque criaram a CRENÇA de que se chegar perto, vai cair.

Eu – Qual a diferença entre o Medo e o Pânico?

Y- A diferença entre o medo e o pânico é que o medo pode até ser benéfico, é um sentimento ou uma crença. O pânico é um desespero, não há nenhuma racionalização. O pânico impede qualquer reação.

Eu – Qual a atitude ou orientação que devemos tomar com a pessoa no momento da crise? Devemos incentivar a enfrentar ou a se recolher?

Y- O pânico nunca permite enfrentamento.

Eu – Mesmo com apoio de alguém?

Y- Mesmo com apoio de alguém. Se você quer ajudar uma pessoa com pânico, o apoio deve ser mudando seu estado de respiração. Ajude-a a RESPIRAR de forma diferente. Aí sim, pode vir o medo e o medo permite uma atitude, uma ação, mas o pânico não. O pânico escapa de todo controle. O pânico é uma expressão do instinto. O instinto de sobrevivência na sua mais cruel manifestação.

Eu – Por que a pessoa entra em pânico? Seria uma ligação com o passado?

Y- Cada história é uma história. Pode haver uma lembrança, uma memória do passado. Como na Apometria, pode ter ressonância de uma personalidade de uma vida anterior. Mas o pânico é a perda total, é o abandono de si mesmo. Se vocês lerem no evangelho, vão ver que existem varias formas de obsessão e uma delas é a possessão que é quando eu me abandono para o outro. No pânico a pessoa se abandona para o medo. A pessoa não está mais em si mesma, por isso é impossível uma reação. Não ha reação. É impossível qualquer reação.

No medo, eu consigo olhar para dentro de mim mesmo, eu posso até me acovardar e não enfrentar, mas sempre estou olhando a partir de mim.

No pânico, eu me abandonei de mim mesmo. Ficam só os instintos ligados ao corpo, não mais a mente.

Eu- Então o que reage são os instintos físicos?

Y- Sim. Eles estão ligados a energia material. Não são elaborados nem como os instintos de sobrevivência dos animais mais próximos do homem.

Eu – Os medicamentos químicos usadas nos tratamentos curam?

Y – Por que você acha que tão poucos melhoram e continuam no estado de fuga de si mesmo? Os medicamentos eternizam estes estados, já que não há a busca da modificação.

Eu – Uma dúvida: os medos abstratos estão ligados nas crenças?

Y – Muitas vezes, mas nem sempre. Você pode ter medo de um leão e você sabe o que é um leão, mas qual a chance de você ser atacado por um leão agora? Mas você está ligado a sua crença.

Eu – Quando sentimos medo com frio na barriga, no estômago, é só físico, visceral ou envolve os chakras também?

Y – As duas coisas. Os órgãos ocos vão ter desviado a circulação para que o cérebro e seus músculos sejam irrigados e você possa correr desse leão. Mas também vai ter uma desorganização energética que afeta seus chakras.

Nesta aula, infelismente perdemos a parte final da nossa aula por um problema com o gravador. Consultada, nossa mentora nos aconselhou a publicar o texto assim mesmo.

14jun

Aula do dia 03/06/2013
Estudo sobre “a Sorte e o Azar”

Texto do evangelho: Quem não odiar seu Pai e sua Mãe – Estranha moral

Por intuição não abordei assunto para o estudo de hoje. Vamos aguardar o mentor dos nossos estudos e ver o que temos para aprender neste encontro.

Mentor – O que causa muita polêmica entre os encarnados é a Sorte e o Azar. Temos um integrante do grupo que nos auxilia que vai falar sobre esse tema. Ele se apresenta como Gelson e vai nos trazer os ensinamentos de hoje com a ajuda do grupo.

Eu – Seja bem vindo, Gelson. Nossa gratidão e vamos dar início aos nossos estudos de hoje.

Usarei a letra G, toda vez que me referir ao mentor Gelson.

G – A primeira coisa que se pode dizer sobre esse tema é que não existem Sorte nem Azar. Não existe privilégio e não existe castigo. As pessoas ainda estão muito condicionadas a se lembrarem das energias que deveriam ser consideradas benéficas, como energias que castigam. Deus é Amor e não castiga. Há uma confusão muito grande sobre o que é sorte e o que é azar, pois sempre que eu estou olhando pro outro e acho que ele é um privilegiado e eu um sofredor, estou me colocando numa posição de vítima. Mas eu escolho ser vitima e é isso que precisa ser visto. A energia ou a facilidade de conseguir bens materiais nem sempre é sorte e a dificuldade de conseguir satisfazer um desejo nem sempre é azar. Tudo isso precisa ser visto de uma maneira mais ampla. A visão que ainda nos traz esses conceitos de sorte ou azar é uma visão muito restrita, é ainda a visão da inveja e da falta de contextualização. Ou a visão de quem precisa que o outro esteja diminuído para poder se sentir melhor. Assim, ao achar que o outro é vitima de um azar, isso faz com que eu me sinta mais fortalecido. Porque a minha autoestima é tão baixa que eu não me admito ver que o outo esteja bem. Isso é só a visão de um ponto, uma visão muito restrita.

Eu – Mas a necessidade de se sentir superior pode influenciar na condição do outro ou não para o azar?

G – Não! Ninguém influencia a condição do outro, você só influencia o seu modo de ver a condição do outro.

Eu – E pode ser que o outro não seja um azarado?

G – Ou nem seja uma vítima, ou nem esteja sofrendo pelo que eu acho que ele sofre. Mas eu o considero um azarado ou um sortudo. Pode ser que o outro nem tenha notado que recebeu alguma coisa e eu notei. Eu posso influenciar a minha forma de ver, influenciar a minha observação do outro. Isso sim. Não posso modificar o outro, na realidade. E muitas vezes, o que se considera uma sorte pode ser o motivo da perdição e o que se considera um azar pode ser um motivo de salvação.

Eu – Por que você diz que o que se considera uma sorte pode ser uma perdição?

G – Muitas vezes.

Eu – Porque uma pessoa que só se liga na matéria?

G – Exatamente! Uma pessoa que está ligada totalmente no material e que tem um ganho material muito grande pode se perder por isso. Vai se tornar mais materialista ainda. Isso é muito comum. É o que acontece com os líderes. Aquela estória de que o poder corrompe… o poder não corrompe nada, a pessoa se corrompe pelo poder. O poder é só um instrumento. É aquela velha história da faca. Depende das mãos de quem ela esta. A faca é um instrumento. O autor da ação é quem utiliza o instrumento. Assim é com o poder também. Mas veja muitas vezes o que é considerado sorte. Entre os políticos aqueles que vencem as eleições, será que isso é sorte mesmo? Isso não pode, algumas vezes, colocar a perder um bom tempo de preparação, pela facilidade com que esse político consegue bens materiais? O desligamento com as coisas do espírito, com as coisas do amor universal, com as coisas do aprendizado… Pelo contrario, muitas vezes, o que se considera um azar, uma grande perda, pode fazer com que o espírito desse indivíduo se fortaleça e vença uma etapa que seria muito mais difícil de ser vencida se não tivesse havido essa tristeza, essa dor. Porque cada um escolhe o que fazer com as coisas e isso é o mais importante. Quando eu recebo alguma coisa, o outro pode julgar como sorte ou como azar, mas sou eu quem escolhe. Então não existe nada que seja totalmente bom e nada que seja totalmente ruim. Cada um de nós escolhe o que fazer com as coisas que nos acontecem, ou melhor dizendo, com os presentes que a existência nos dá.

Eu – Ouvimos muito em relação a certas pessoas: ah fulano é azarado, tudo que ele vai fazer não da certo… Como fica essa situação quanto ao que falou e quanto ao azarado?

G- Primeiro: aquele que esta vendo tem um ponto de vista, ou seja, ele julga pelo que ele conhece ou pelos desejos dele. Segundo: o fulano pode sentir-se também um azarado, e quem se sente um azarado, continuará se sentindo um azarado.

Eu – O fato de ele se sentir um azarado vai atrair esse azar na sua vida?

G – Que não necessariamente são azares. Podem ser grandes oportunidades.

Eu – Mas você acha que uma pessoa que está num estado desse em que as coisas não dão certo, tem condições de reverter isso? Ou ela precisa de uma ajuda?

G – Eu não acho, eu tenho certeza. Tem tantas histórias, tanto no mundo encarnado como no mundo desencarnado, de pessoas ou de espíritos que conseguiram exatamente por estarem no fundo do poço. Muitas vezes chegar ao fundo do poço é a grande oportunidade de se lançar a um ponto muito mais alto. Isso já é dito há muito tempo por todos os iluminados.

Eu – Agora, tem muitas pessoas que passam a encarnação inteira nessa de “eu sou azarado”.

G – É! Tem muitas outras pessoas que passam a encarnação toda achando que o outro é o culpado pelas coisas que acontecem com ela. Sempre vendo o defeito do outro, a culpa do outro, mas nunca assumindo nenhuma responsabilidade. Isso é o vitimismo.

Eu – O vitimismo está no mesmo quadro do azarado?

G – Sim!

Eu – Quando a pessoa se sente um azarado está no papel da vítima?

G – Sim! Sem dúvida. Também é uma forma de vitimismo: “olha como eu sofro”.

Eu – “Olha como só não da certo para mim”.

G – Exato! Exato.

Eu – E da mesma maneira acontece com o sortudo? Quanto mais ele se sente sortudo, mais as coisas vão dar certo para ele?

G – De certa forma, sim. Mas às vezes o mesmo fato para duas pessoas tem efeitos totalmente diferentes.

Eu – Do azar e da sorte?

G – É o mesmo fato. Por exemplo, falir aqui no mundo material. A falência pra um pode ser considerada um grande azar e aí ele se vitima. Para outro, pode ser oportunidade de se reerguer. A atitude que é importante. Não é importante o resultado material. É que se mede sucesso pelo resultado material. E o sucesso que deve ser almejado é o aprendizado. Nada disso ocorre para que vocês sejam felizes. Ou que nós espíritos libertos da matéria estejamos de felicidade eterna gozando de prazeres. As coisas ocorrem para que nós aprendamos. É como se você quisesse que os seus filhos ficassem a vida toda brincando e nunca os enviassem para a escola. Como seria a vida deles?

Eu – Estacionaria, é claro, pioraria sem movimento.

G – O pai eterno permite que nós tenhamos situações não como sorte ou como azar, não para facilitar, nem para dificultar, mas para trazer aprendizado. E cada um escolhe como receber esse aprendizado. O sucesso se mede pela capacidade de aprender e não pelo quanto dinheiro se acumulou. Existem falidos que aprenderam muito e existem milionários de sucesso que não aprenderam nada. Existem alguns milionários que a única coisa que tem é dinheiro, ou seja, em todo resto eles são miseráveis, mais pobres que os outros.

Eu – Esse tema é muito interessante. O que fez vocês trazerem esse tema hoje?

G – Pai Benjamim nos pediu. Acho que ele pode nos dizer melhor o porquê, espere um pouco, ele já vai se manifestar.

Alguns segundos.

Pai Benjamim – Como a outra vez que conversamos sobre as intuições, é importante que todos nós, encarnados e desencarnados, aprendamos que não existe nada que seja inútil. E que nós precisamos afiar nosso julgamento e não o julgamento da critica. Mas afiar o julgamento das coisas, exatamente como foi falado sobre a intuição. Nós precisamos ampliar o contexto das coisas que nos acontecem. Isso acaba com a possibilidade de se vitimar, de orgulho, amargor. Todos nós viveremos muitas situações que facilitarão nosso aprendizado, e essas situações nos são todas dadas com muito amor. Nós não percebemos, pois não vemos o contexto geral, e assim vemos só uma pequena parte do fato. Muitas vezes o que parece a todos uma dor imensa, pode ser uma oportunidade imensa de aprendizado, de redenção, de evolução. E muitas vezes o que para todos parece um benefício, um sucesso, mais uma vez pode ser a oportunidade de perdição. E aqui não entenda o sentido da perdição com aquele conceito de crime, castigo e de pecado, mas perdição no sentido de não entender a maravilha que é a oportunidade de estar encarnado. E a maravilha que é a oportunidade, o período desencarnado também, de aprender, trabalhar, olhar para o outro.

Eu – Mais uma vez, obrigada Benjamim. Fiz a pergunta porque achei o tema interessante, já que temos perguntado muito sobre estados de emoção.

G – Esse tema vai mais além porque muitas vezes os encarnados e mesmo os desencarnados tem crenças sobre sorte ou azar. São crenças extremamente poderosas, mas infantis. Toda crença é poderosa porque eu coloco energia nela, mas muitas delas são muito infantis, absurdas. Pobrezinha daquela plantinha de quatro folhas, o trevo que existe só para embelezar a terra e servir de alimento para alguns animais e que é confundida com símbolos. Essas crenças são muito infantis.

Eu – Por exemplo, existem famílias cujos pais são muito negativos. As crianças são criadas com ataques de “você não faz nada certo, você é um azarado“. Isso cria uma condição negativa na pessoa no futuro, ou a pessoa já vem com o negativismo?

G – Isso não influencia. A pessoa fortalece isso nela. Ela pode receber isso de varias formas e então, vai depender de como ela reage ao que ela recebe. Ela pode receber isso e achar que é verdade e criar uma crença e condensar isso nela. Ou ela pode receber isso, olhar, e… ah, ah, ah, e aí ela usa a força que isso traz com a vontade de negar tudo o que recebeu e com a vontade de ter caráter, ser honesto.

Eu – Mas a criança tem força para isso?

G – Todos têm. A criança nada mais é do que um espírito que vem num corpo que ainda não está preparado, mas o espírito pode ser muito antigo.

Eu – Então permanecer nisso e passar a vida acusando os pais, dizendo que disseram isso na infância e eu sou isso até hoje…

G – Porque eu quis.

Eu – Por que a pessoa quis? Não é pela força das palavras dos pais que eu me sinto assim?

G – Cada um aceita permanecer no que quiser. Porque muitas pessoas que tiveram essa mesma experiência acabaram até exagerando no que vocês chamam de sucesso, ou acabaram até exagerando no excesso de otimismo que passa a ser socialmente piegas, passando a contrariar aquela imposição de energia. Cada um escolhe o que fazer com tudo. Então não existe sorte, não existe azar. O Pai Celestial nunca beneficia um filho em detrimento do outro. O que existe são situações que nós podemos viver, e eu escolho ser feliz ou não, e não é a situação que me faz feliz. O problema é que a maioria das pessoas interpreta que só será feliz quando conseguir determinadas coisas. Por que não ser feliz agora? Já? Por que eu preciso esperar? ”Eu só vou ser feliz quando me aposentar”. Por que eu não posso ser feliz agora? ”Eu só vou ser feliz quando eu conseguir comprar a minha casa própria”. Que bom! Porque eu não posso ser feliz agora e comprar a minha casa própria daqui a dez anos? O que me impede de ser feliz agora? Talvez o desejo e a expectativa. E o desejo e a expectativa são responsabilidade de quem? De quem os criou.

Eu – Por exemplo, uma pessoa que viveu uma vida passada numa situação de azarado e desencarnou nessa situação. Essa personalidade vai influir na sua personalidade atual?

G – Se ela mantiver isso e mantiver a crença, sim!

Eu – Se ela mantiver a crença, só?

G – Sim! Ela escolhe!

Eu – Então essas personalidades só nos atacam, se nós PERMITIRMOS?

G – Você falou a palavra PERMITIR e falou a palavra ATACAR. Vamos trocar: só nos INFLUENCIAM, se nós PEDIRMOS.

Eu – Aí seria um pedido?

G – Sim! Na maioria das vezes, não consciente, mas não deixa de ser um pedido.

Eu – E por que um ser encarnado permite, ou melhor, pede um estado inconsciente? Isso não é um autoboicote?

G – Sim!

Eu – Mas se a pessoa está inconsciente, isso não deveria acontecer.

G – Mas geralmente isso acontece, a fim de tornar tudo isso consciente para que ela aprenda. Porque ela só vai aprender quando ela perceber o quanto isso a limita.

Eu – Então quer dizer que inconscientemente nós pedimos a situação para aprender e nos libertarmos dela, seria isso?

G – Exatamente. É como a criança que na escola foi muito mal em matemática. Tem uma hora que ela vai ter que enfrentar e refazer essa prova. Na escola as provas são marcadas com antecedência, mas na vida não.

Eu – E se essa criança não tiver essa cobrança da prova, não vai aprender a matéria, seria isso?

G – Exato! E quando ela passar nessa matéria, ela vai para a matéria seguinte, um pouco mais complexa. Muitas vezes isso se repete, só que com maior complexidade, exatamente como na escola.

Eu – Quer dizer que se eu mantiver um estado onde não chamar esse acontecimento negativo meu para a consciência, ele pode não se manifestar nessa encarnação, e sim numa outra encarnação?

G – Sim. Ele vai permanecer, inclusive trazendo transtornos, até que você perceba a origem deles e modifique os comportamentos.

Eu – Então a encarnação vem justamente para a gente transformar essas situações?

G – Sim! Assim como isso que vocês chamam de Sorte e Azar são oportunidades de aprendizagem.

Eu – Se eu vejo que uma situação começa a se repetir: vou, faço uma vez, não da certo, faço outra vez, também não, ao invés de entrar no vitimismo (só pra mim não da certo, oh, céus…), eu tenho que entender porque isso não esta dando certo.

G – Ou aprender com aquilo. Quem foi que disse que todo mundo tem que estar certo! Quem foi que criou o conceito de dar certo? o que é dar certo? Dar certo é ser multimilionário? Esses vão ser poucos que terão domínio material tão grande. Dar certo é o que? Por que todo mundo esta correndo tanto atrás disso? Dar certo…. ou às vezes vitimando e dizendo: óh, não dei certo… Não deu certo em relação a que?

Eu – O ser humano corre atrás de duas coisas, dinheiro e estudo. Porque se você não for pós, doutorado… você não tem um bom emprego, se não tem um bom emprego, não tem o dinheiro. Uma coisa gera outra.

G – A crença que você acabou de elaborar e pode ser que muita gente tenha essa mesma crença, você a colocou aqui agora dessa forma.

Eu – Mas é o que a gente vê. A maioria funcionando em cima disso.

G – Sim! Porque está todo mundo nessa mesma crença.

Eu – E uma coisa desencadeia outra, né?

G – Até isso ruir.

Eu – É a esperança. É que isso venha abaixo mesmo, né?

G – Mas quantas vezes isso já veio abaixo?

Eu – O ser humano cria novamente?

G – Exatamente! Não veio tudo isso abaixo na segunda guerra mundial que terminou em 1945? Quanto tempo faz isso?

Eu – Quase 70 anos.

G – E 70 anos não é nada? E as coisas continuam se repetindo.

Eu – É. 70 anos não é nada para você, mas para nós aqui é.

G – Sim, mas é um tempo de uma geração. E essa geração ainda não aprendeu, pois continua fazendo, tentando pelas mesmas formas.

Eu – Sabe, a cada aula que nós temos, o que me vem muito é que nós temos uma parte em nós que é o ego, que é muito traidor. Sim ou não?

G – O ego é um instrumento, como a faca. A faca que te corta não é traidora, ela só foi mal utilizada.

Eu – Porque o que busca isso é o ego. Só pode ser, né?

G – Sim, mas é um instrumento. O ego também pode fortalecer e te ajudar numa busca espiritual. Você escolhe o que fazer com ele. E muita gente tem se deixado simplesmente dominar por ele. É como se a cozinheira fosse dominada pela faca. Se a faca mandar, será que a cozinheira conseguira elaborar um prato?

Eu – É muito difícil numa sociedade consumista como a que vivemos, deixarmos algumas coisas. De repente tem que usar esse ego para ver as coisas que são desnecessárias, mas temos que correr atrás da sobrevivência, senão não conseguimos viver.

G – Não, não é para sobreviver. É para acumular. Perceba que a maioria das pessoas encarnadas são grandes acumuladoras. Todo mundo quer mais do que precisa, muito mais do que precisa.

Eu – Concordo! Inclusive quando a gente quer, não pensa no que é bom para gente, e sim no que quer.

G – Exato! Se cada um só desejasse o que precisa, se não exagerasse, não acumulasse, permitisse que a energia fluísse entre todos, seria mais fácil. Mas por outro lado deixaria de ser um mundo de aprendizagem, o aprendizado diminuiria muito, e todos estariam num patamar muito parecido. Se você fizesse isso hoje, colocasse todos no mesmo patamar, daqui uma semana as desigualdades estariam novamente visíveis.

Eu – Então sempre vai ser assim!

G – Porque isso é importante para o aprendizado.

Eu – Tá, mas e aquele que aprende. Vamos supor que tem um fulano que consegue se desapegar, deixar…

G- O problema é que não é esse o conceito de desapegar. Desapegar não significa abandonar todas as roupas e sair pelado por aí sem produzir nada. Desapegar significa saber o lugar onde está, o que se produz, dar o devido valor, e não supervalorizar essa produção. Você pode ser um industrial e ter muito dinheiro, e se você souber equilibrar isso, dar o devido valor e não passar a ser escravo desse dinheiro, ok !

Eu – Seria aquilo que é considerado sorte, mas no equilíbrio. Vai ter o dinheiro e vai valorizar o espiritual.

G – Mais uma vez, você já viu alguma faca sendo presa ou processada? Quem é preso é o assassino ou o agressor, não é?

Eu – A faca é só o instrumento.

G – É a mesma coisa com os bens materiais. Eles deveriam ser utilizados como instrumentos e você deveria aprender com eles. Cada um de nós, encarnados e desencarnados, deveriam aprender, como o cozinheiro que utiliza duas ou três facas, apesar de ter vinte facas a sua frente. Porque ele sabe que não precisa de todas elas. Será que nós, encarnados e desencarnados, precisamos de tudo que temos desejado e acumulado? Os encarnados tem mais dificuldade por causa dessa necessidade do bem material, mas alguns desencarnados também.

Eu – O que eles acumulam?

G – Controle sobre o outro.

Eu – Mesmo que no desencarne os grupos se unam pela ressonância, mesmo assim o domínio permanece?

G – Sim, alguns sim, cada história é uma história.

Eu – Nossa… Isso me desanima, eu pensei que fosse diferente.

G – Deveria ser o contrário, deveria te animar. Isso permite que todas as coisas sejam possíveis e aí é você que vai escolher as possibilidades com as quais você vai se ligar. Então isso torna tudo mais leve, muito mais bonito, porque você pode escolher. Não é porque alguém fez isso, que isso precisa acontecer com você. E quanto mais você souber dos feitos e dos resultados desses feitos do outro e aprender com eles, com certeza menos você vai precisar errar para aprender.

Eu – É interessante que você falou isso, porque a gente vê pessoas que nascem ou passam por situações que as deixam mutiladas de membros, órgãos e de repente essas pessoas fazem de suas vidas verdadeiros exemplos. Elas não entram no papel da vítima se dizendo azaradas.

G – Se essas pessoas não tivessem nascido ou não tivessem passado por isso que você chama de mutilação, seriam pessoas ordinárias.

Eu – Ah! Viriam numa condição de tirar proveito da vida. E muitas vezes isso que parece uma dificuldade se torna uma grande oportunidade de aprendizagem. E se essa aprendizagem não for só individual, se for mais coletiva, mais universalista é melhor?

Eu – Aprende-se no espiritismo que nós escolhemos determinadas condições para superar as barreiras dessas dificuldades. É real isso?

G – Nem sempre. Isso é uma realidade para alguns. Para os que têm mais consciência é permitido quase como se fosse uma negociação. Não confundir isso aí com negociata. Porque alguns já têm a noção de que pontos precisa se fortalecer e podem sugerir o que gostariam de fortalecer. Mas isso depois é revisto, sem dúvidas. Mas a maioria dos que atualmente estão encarnados o foram de forma compulsória, não tinham noção do que estava acontecendo. Receberam esse presente da encarnação sem serem consultados. Não de uma forma autoritária, e sim de uma forma bastante carinhosa. Como a mãe que leva o filho para a escola mesmo que ele chore.

Eu – Nossa! Então quer dizer que a maioria teve uma encarnação compulsória? Ela vem e não sabe o que vai acontecer?

G – Sim! Por isso que tem tanto desespero, tanto ódio e tanto rancor.

E u – Então a pessoa já nasce com essa energia rancorosa por ter…

G – Por ter mantido essa energia antes. E aí ele foi encarnado como um grande presente e ao invés dele reconhecer isso, ele encara como castigo. Como alguém que o impediu, por exemplo, de se vingar. Como alguém que o impediu de dominar alguém, controlar. Alguém que o tirou desse falso poder. Na realidade é sempre um presente, sempre uma dádiva.

Eu – E essa pessoa tem a tendência de continuar raivoso?

G – Não existe tendência. Ela pode escolher. Todos os que estão aqui estão muito próximos. Alguns num canto da curva, outros no outro canto da curva, mas não existe tendência, cada um escolhe.

Eu – É uma opção mesmo, é o livre arbítrio?

G – É o livre arbítrio total nesse sentido, sim. Escolher COMO ENCARAR as coisas é o grande livre arbítrio. Não ESCOLHER AS COISAS, essa é a grande confusão. Muita gente acha que o livre arbítrio é escolher o que vai acontecer comigo, isso é besteira. Livre arbítrio é escolher como reagir às coisas que acontecem comigo.

Eu – Então tem coisas que não da para mudar mesmo. Vai ter que acontecer. Tem que saber como lidar com o acontecimento. Mas tem muitas coisas que a gente pode mudar na nossa vida, não?

G – Sempre. Porque é tudo tão complexo, mas se o que você chama de mudar seria prevenir certas situações, não. Tem situações que vão acontecer, se não num momento, acontecerá em outro. O que acontece é que você tem o livre arbítrio para decidir como encarar essa situação. Exatamente como uma criança que vai para a escola e ela não pode escolher que matéria é dada. Ela percebe isso e ela escolhe aprender ou não. Ela escolhe gostar ou não. Ela escolhe estudar ou não. Então esse conceito de Sorte ou de Azar é uma ilusão. Sempre vivemos situações que precisam ser vividas no momento. Precisamos estar explorando determinadas situações que satisfazem o que você chama de personalidades que se manifestam nesse momento. E o difícil é que todos querem se comparar com os outros, ou querem viver a história do outro, quando cada um deveria olhar para si mesmo, para sua história.

Eu – Vou colocar uma situação para você. Vamos colocar crianças que estejam nascendo nesse momento – uma na favela e a outra lá no palácio. O neto da rainha vai ser pai. Um sem roupas, alimento precário e o outro com tudo que a gente já sabe que tem. É a missão e a necessidade de cada espírito para a evolução? Aquele que vai nascer lá na realeza já está preparado para aquilo, naquelas condições?

G – Ou não! Muitas vezes ele está naquela condição e aquilo serve de perdição. Só que ele pode ser visto pelos outros como um herói, sortudo e na realidade pode ser um grande azar. Muitas vezes esse que nasceu na escassez, da um pequeno passo dentro da escassez, produzindo um pequeno movimento, cria uma energia tão positiva que quando do seu desencarne ele é recebido com louros. Enquanto muitos que aqui receberam louros, quando no desencarne são tratados…

Eu – Ele não soube aproveitar sua condição e passou.

G – Sim, “muito será pedido de quem muito recebe”.

Eu – Sim, quem tem, tem uma responsabilidade maior com a espiritualidade, com a doação, é isso?

G – Sim.

Eu – Hoje mesmo eu estava pensando sobre isso, por causa daquele jogador (Neymar) que fez um contrato fora do país. Uma pessoa de vinte anos, o mundo ovacionando, ganhando uma fortuna. O que é isso, a faca? Acho que é um momento até perigoso na vida dele, não?

G – Sim. É um momento de grandes oportunidades. Depende dele o que fazer. Se ele utilizar esse momento para introduzir um novo conceito ético e aproveitar as câmeras as quais ele está exposto para introduzir algo de carinho, de amor, um exemplo, uau! Que bom! Agora qualquer deslize que ele dê que influencie muitos e se essa influencia for negativa, a responsabilidade é dele.

Eu – É uma responsabilidade muito grande numa fase ainda jovem. Tá certo que ele é jovem como encarnado…

G – Sim! Mas não é por acaso que ele está ali e provavelmente todos os encarnados e desencarnados passarão por momentos de glória, de aparente glória. E enfrentar a glória é muito mais difícil do que enfrentar a escassez. A escassez é muito mais cooperativa com a evolução porque quando você está vivendo na escassez você acaba se voltando para a espiritualidade, ou se perde também. A busca da espiritualidade é mais comum na escassez do que na fartura. A maioria das pessoas que vivem na fartura esquece-se de Deus ou esquece-se da espiritualidade. E a escassez muitas vezes traz uma aproximação com a espiritualidade. Talvez o que vocês chamam de prosperidade seja uma das maiores provas da vida encarnada.

Eu – Como você diferencia a prosperidade?

G – Isso que vocês chamam de prosperidade é o excesso material.

Eu – Tem um lado da prosperidade que se busca que não é só o material, né? Prosperidade é estar em equilíbrio com todas as áreas da vida, não?

G – Sim, mas quem define esse equilíbrio? Quanto tem do que vocês chamam de ego nisso? Então muito cuidado com as definições de prosperidade. Alguns colocam: Não, a prosperidade não é só material, eu também quero ter uma prosperidade de reconhecimentos. Muitas vezes isso é só outro jeito de expressar o ego. E quantos não acham que tudo isso de prosperidade está errado e de forma egocêntrica abandonam tudo, porque se julgam superiores, melhores?

Eu – São mais espiritualistas, só eles conhecem a espiritualidade.

G – Sim, exatamente. E alguns depois de certo tempo começam a acumular bens materiais graças a isso. É o contrassenso do contrassenso.

Eu – É o que a gente vê muito nesses pastores que estão à frente das religiões.

G – Mas não da para generalizar. Você diz pastores, mas em todas as religiões, alguns gurus, alguns cléricos da igreja católica, alguns muçulmanos, judeus, budistas, espíritas.

Eu – Defini pastores, mas o que quero dizer são líderes religiosos.

G – Exatamente. E os que cuja religião é a ciência não estão no mesmo bojo? Por isso sempre a mesma frase: “Orai e vigiai”.

Eu – Orai e vigiai! Onde nós estamos em tudo isso?

G – No que te move, qual tua intenção, qual teu objetivo e qual o caminho que você resolveu trilhar. Porque ainda há muitos que acham que o fim justifica os meios, quando na realidade os meios é que são importantes, o fim nem sempre é importante.

G – Como mensagem final eu gostaria de salientar o cuidado com esse julgamento do que é Sorte, do que é Azar, prosperidade, escassez. Porque na maioria das vezes isso são faces da mesma moeda. São sempre oportunidades de aprendizagem. E cuidado com a visão estreita. Amplifiquem a visão de cada fato, de cada ocorrência. Isso é muito importante.

Eu – Então essa é a mensagem que você tem para nós hoje, muito especial. Você também faz parte do grupo de estudos?

G – Sim. Do grupo de estudos. Nós temos tido muito apoio de Pai Benjamin. Apoio diferente daquele que vocês recebem. É um apoio menos energético e mais presencial, mas muito importante para nós.

Eu – Então mais uma vez a nossa gratidão, fiquei muito feliz do Pai Benjamin ter decidido o tema de hoje. E se o tema foi esse é porque tem grande importância para nosso aprendizado.

G – Mais uma vez agradecemos inclusive os companheiros intermediários que estão entre onde vocês estão encarnados e o nosso mundo. Só para citar mais uma vez, Os Fiéis de Nossa Senhora do Rosário dos Negros tem nos ajudado bastante nesse trabalho de intercâmbio.

Eu – Gratidão a eles e a todos vocês presentes nesses estudos nos passando esses ensinamentos com tanto carinho e amor. E estaremos aqui novamente na próxima semana. Mais uma vez, Gratidão! Que Deus esteja em todos nós.

G – Que assim seja!

Eu – Pai Benjamin tem algo a acrescentar?

Pai Benjamin – Abram o coração para sentir. Já aprendemos um pouco sobre a intuição, para perceber como as coisas estão mudando e como é possível ser mais feliz. E perceber como as reações físicas podem estar dentro das decisões que temos para tomar e que se pode modificar isso principalmente não se cobrando certas atitudes.

Eu – Vamos refletir bastante sobre isso.

Pai Benjamin- Estou muito contente, estou fazendo um trabalho energético com todos.

Eu – Que a sua alegria nos contagie, nossa gratidão.

14jun

Estudo do dia 30 -09 -2013

No Evangelho. A instrução dos Espíritos, com o tema, O Dever.

Vamos então elevando nossos sentimentos em gratidão por mais esse encontro, do nosso grupo aqui presente com a equipe espiritual que esta sempre nos trazendo tantos ensinamentos. Vamos dar inicio a nossa aula de hoje, o tema abordado, O Homossexualismo.

Vamos aguardar a manifestação do representante do grupo espiritual que vai nos trazer as informações de hoje.

O mentor se apresenta com o nome de Antero, e na sequencia vai ser identificado como A.

Eu – Antero seja bem vindo, é uma grande alegria e muita emoção ter você conosco nesta próxima hora.

A – Só quero lembrar que eu sou representante da ideia de um grupo inteiro.

Eu – Nossa gratidão a todos, de coração. Sejam bem vindos.

A – Eu posso não me considerar um palestrante, e sim um porta voz, das ideias e das discussões que já foram tratadas nesse grupo.

A – A primeira coisa que eu quero salientar, é a dificuldade da sexualidade como um todo, as confusões que ainda ocorrem, lembrando que no plano espiritual não existe a manifestação da sexualidade, como acontece no plano carnal. A manifestação da sexualidade no plano espiritual muitas vezes vai modula os comportamentos, mas não há necessidade da relação sexual entre nós desencarnados, como há esse impulso para os espíritos encarnados. É exatamente isso que ajuda a explicar muitos dos fenômenos relacionados à sexualidade entre os espíritos durante as encarnações – a dificuldade do controle dos desejos, e o contrario, a dificuldade também de colocar seus desejos frente ao outro e satisfaze-los quando eles são lícitos. Nas duas coisas situações tem dificuldades de se lidar com a sexualidade, que pode de um lado determinar comportamento dos agressivos, muitas vezes violentos, ou do outo lado determinar comportamento de desinteresse, de total aversão pelo relacionamento com o outro, então começamos dai, partindo dessa dificuldade de lidar com a sexualidade como um todo. Poucos são os encarnados que consegue extravasar de uma forma salutar essa energia tão grande e tão importante, posto que ela é a energia que também auxilia na realização do ponto de vista profissional e na realização também dos objetivos. Essa energia bem utilizada, e muitas vezes ela pode ser ampliada quando acontece um encontro sexual sem nenhum desejo espúrio, quando dois seres se entregam, com tranquilidade, com confiança e com Amor. Posto isso, o tema a ser abordado, a Homossexualidade, tem varias explicações; – Primeiro, já que a energia sexual é utilizada de outra forma no plano encarnado, muitas vezes ocorre certa confusão, mas o mais importante é que a encarnação, nada mais é do que a oportunidade de conhecer todos os tipos de manifestações, culturais, manifestações de personalidades, todos os espíritos são colocados juntos, – coisas que vocês já sabem que não ocorre tão facilmente no plano espiritual, já que no plano espiritual os grupos são isolados pela sua sintonia. Muitas vezes o que acontece é uma fixação de um espirito que por abusos, ou então por alterações de sua forma de utilizar a energia sexual de uma determinada encarnação, reencarna, inclusive com o compromisso de manifestar sua sexualidade de uma forma diferente do que a sociedade aceita, então mais uma vez, cada caso é um caso. Existem espíritos cuja manifestação da homossexualidade nada mais é do que o fruto de um abuso numa encarnação anterior existe outros espíritos, que ao encarnarem, no seu compromisso encarnatório, se propõe, muitas vezes, como um teste, visto que qualquer modificação da sexualidade pode também ser um passo mais fácil para a queda, não que a homossexualidade seja necessariamente uma queda, não interprete mal, mas o que se vê em muitos casos de homossexualidade é o desvio e o abuso, o abuso principalmente nos relacionamentos, os relacionamentos mais baseados no contato físico, e não no cuidado espiritual, cuidado intelectual. São relacionamentos só de corpo, e esses são muito pouco profundos, e esses também causam muitas vezes danos perispirituais, porque são dois seres que não se entregam, mas que buscam a satisfação egoísta de um prazer muitas vezes (roubando) e aqui, entre aspas a palavra roubando energia do outro, muitas vezes só interessados no prazer egoísta que o outro pode proporcionar. A manifestação da sexualidade quer seja heterossexual, quer seja homossexual, é uma possibilidade de encontros, é uma possibilidade de aprofundamento de relacionamentos, e se ela não for vista dessa forma, ela sempre pode trazer feridas, principalmente feridas perispirituais, e assim deve ser visto.

Eu – Então quer dizer que tem espíritos que encarnam com a proposta de trazer mudança, mostrar essa mudança no sexo, nos padrões sexuais, se a pessoa agir com respeito espiritualidade e amorosidade, ele vai estar dentro do que ele veio aprender com sexualidade?

A – Sim, muitas vezes é exatamente isso que ele precisa cumprir. É mostrar que mesmo que a manifestação sexual não seja a aceita pela sociedade, pelas famílias, ou mesmo que não seja voltada para a reprodução da espécie, ela pode também trazer um contato intimo que seja um revitalizador das energias, e aqui vale, não só para o relacionamento homossexual. Qualquer desses abusos, qualquer relacionamento voltado apenas para a atração física vai trazer um tipo de dano, todo relacionamento que não é pautado em amor, relacionamento sexual, quer seja homo, ou heterossexual que manifeste dominação, que manifeste poder, e que não manifeste o amor, e aqui quando eu digo amor, eu não estou dizendo atração física, estou dizendo manifestação de algo muito maior. O sexo é uma grande oportunidade de aprendizado, e ai você vê na humanidade esses grandes desvios que levam a infelicidade ser muito intensas, quer seja a atuação violenta no campo sexual quer seja a materialidade.

Eu – O que você chama de materialidade é o sexo pago?

A – Não só o sexo pago, muitas vezes nós nos preocupamos tanto com a história da prostituição, por exemplo, quantas vezes o pagamento não é em dinheiro…

Eu – É em tortura, né?

A – Sim, e isso não quer dizer que seja pior, ou melhor, o que é importante é saber que a homossexualidade pode ser inclusive uma oportunidade de crescimento, por que nada foi colocado atoa nesse mundo dos encarnados, esse desejo homossexual pode ser uma grande oportunidade de crescimento, desde que ele não se torne promiscuo.

Eu – Você quer dizer que o homem ou a mulher, podem ter essa manifestação homossexual, sem ter isso como missão nesta encarnação?

A – Sim pode!

Eu – E pode praticar isso sem que a conduta seja para aprender?

A – Sim. Pode ser para aprender, ou fazer com que essa atração homossexual possa levar a um relacionamento mais profundo, de respeito amoroso, porque não? E fazer desse relacionamento inclusive uma oportunidade para conviver com outros irmãos, e para auxiliar outros nas suas lutas, porque não?

Eu – Mas isso não podemos levar só para a homossexualidade, a maioria dos casais, (normais) vivem uma relação sem respeito e amorosidade.

A – Sim vivem as turras, poucos são os que conseguem manter relacionamentos que sejam uma boa troca de energia, na maioria das vezes o que ocorre é o vampirismo, e esse vampirismo não auxilia de forma nenhuma. Então a homossexualidade só é mais uma manifestação.

Eu – Vamos por assim. Hoje a época em que estamos, onde o sexo entre a mesma polaridade já está sendo aceito através do casamento eu pergunto: isso aumentou agora, ou antes, só era mais encoberto?

A – Tudo é cíclico, já houve períodos na história da humanidade encarnada que isso foi muito mais aberto, houve períodos de maior fechamento.

Eu – Teve períodos mais abertos que hoje?

A – Sim, ouve períodos de muita abertura da homossexualidade, se você pegar nos históricos da Grécia antiga, da Roma antiga, era até estimulado.

Eu – É já li alguma coisa sobre isso, que sexo assim era estimulado. E qual era o objetivo?

A – Era principalmente a dificuldade da diferenciação da energia do masculino e do feminino, os homens se sentiam mais a vontade com seus semelhantes, e as mulheres com as suas semelhantes.

Eu – O que isso significa, por exemplo, os homens se sentiam mais a vontade com seus semelhantes, e as mulheres com as suas semelhantes, significa uma barreira ao sexo oposto, por medo, insegurança… o que movimenta isso na separação do masculino e do feminino, que são energias que se atraem?

A – A dificuldade é que cada um de nós, mesmo aqui no plano espiritual temos manifestação das energias masculina e feminina, concomitantemente, e o que aconteceu é que em certos períodos a sociedade humana precisava estabelecer um pouco melhor quais eram as características de cada uma dessas energias, e se buscou então uma separação muito grande no papel da mulher, e no papel do homem, como se só o homem tivesse a energia masculina e só a mulher tivesse a energia feminina.

Eu – Como se só a mulher fosse a sensível e só o homem fosse o forte?

A – Exatamente. Então era quase um movimento pendular onde eu precisava radicalmente separar muito disso, e isso trouxe muito sofrimento também. Ao mesmo tempo já aconteceu o contrario em que em algumas sociedades as mulheres manifestavam energias masculinas muito grandes, e elas eram as grandes lideres, já houve sociedades matriarcais também, e também houve problemas porque era o outro lado da mesma moeda, só que radicalmente oposto. E o que nós precisamos perceber é a necessidade do equilíbrio, nem o homem é só dotado de energia masculina, nem a mulher é só dotada de energia só feminina, que cada um possa equilibrar, que cada um possa perceber a sua capacidade de manifestar, e manifestar na hora certa, eu não posso num momento de decisão ser acolhedor, eu tenho que decidir, e por outro lado, eu não posso num momento de tristeza ser agressivo, agressivo, não significa violento, ser agressivo, ser resolutivo. Muitas vezes eu preciso estar acolhendo, e é importante saber a hora certa de usar essas energias, e tomar posse dessa energia, assim como a luz não existe sem a sombra, as energias precisam de equilíbrio. E esse desequilíbrio foi se dando até pela necessidade do experimento, do ver como isso funciona, porque não há como perceber como algo funciona sem vivê-lo, então cada um de nós já viveu varias encarnações momentos do exagero da energia masculina no homem, do exagero da energia feminina numa mulher, e também ao contrario, o que acaba facilitando a homossexualidade. O exagero da energia feminina num homem, e o exagero de uma energia masculina numa mulher, e esse exagero muitas vezes trazendo uma energia incompleta.

Eu – Nós sabemos que a mulher, o feminino, é muito influenciado aos movimentos do planeta, pela energia da lua, das marés, o feminino tem muita influencia do movimento da natureza, a gravidez, a menstruação, o humor, os hormônios. O masculino também, o homem pode ser influenciado também por esses movimentos?

A – Veja, tanto homens quanto mulheres têm ambas as energias. Ok que o feminino esta mais ligada a terra, e vamos inclusive completar que o masculino é mais ligado à energia do céu, e não estou dizendo aqui a energia é boa ou ruim, mas energia mais cósmica.

Eu – Mas então os dois não têm as duas?

A – Exatamente, ai é que está problema é quando eu tenho o exagero de uma delas, e principalmente quando eu tenho um exagero deslocado.

Eu – O que provoca esse exagero, por exemplo, vamos falar do homem, quando ele se assume homossexualmente, e ele faz esse papel que é muito feminino às vezes, o que desencadeia esse exagero?

A – Mais uma vez cada história é uma história. Alguns, por exemplo, que se tornam caricatos, vem realmente para destruir algo ou até estão agressivamente contra algo que já viveram num momento passado, outros foram homens violentos que abusaram da sexualidade e que se arrependeram tanto disso depois de perceberem o quanto mal fizeram que vem então para ridicularizar.

Eu – Então é uma autopunição?

A – Muitas vezes! Não se esqueça de que as maiores punições são as determinadas pela nossa consciência. É bom lembrar inclusive, que no momento dos acordos pre- reencarnatórios a maioria dos nossos pedidos de autopunição são extremamente suavizados pelos espíritos que trabalham nessa área, mas muitos dos espíritos encarnados e que se tornam, como eu já disse caricatos, estão fazendo exatamente pelo escarnio que sentiram por essa posição, e muitas vezes ao contrario, pelo escarnio que sentiram pela posição da mulher, e por isso se tornam caricatos.

Eu – Por que muitos dos homossexuais, e eu digo isso pelo bom tempo que trabalhei e pesquisei com homossexuais portadores do HIV, (pesquisa essa que resultou em um livro, ´´A AIDS E A DESORDEM AFETIVA“), eles manifestam uma birra, ou inveja das mulheres, na maioria das vezes, mãe, irmãs, ou mesmo do feminino. É ai que encaixa isso?

A – Sim. Muitas vezes pela posição caricata, por terem inclusive vivenciado encarnações como mulheres que foram submetidas e submissas, então se tornam, naquele corpo masculino caricatos, então, agora a caricatura muitas vezes esta relacionado à encarnação passada, e a caricatura não tem necessariamente relação com a homossexualidade, é importante que se coloque que nem todo homossexual é caricato, nem todo caricato é homossexual. Não vamos generalizar.

Eu – A caricatura pode estar em qualquer situação, né?

A – Geralmente o que você despreza demais é o que você acaba demonstrando exagero… lembra-se daquela frase:“ Quem desdenha quer comprar´´ é um provérbio muito antigo.

Eu- Pergunto ao grupo se alguém quer fazer pergunta?

Participante do grupo – A gente lê que no plano espiritual, antes da gente encarnar, por exemplo, dois espíritos que se atraem como não tem sexo, os dois vem como mulher, ou como homens. Essa atração permanece aqui? Por isso que se da o homossexualismo?

A – Na maioria das vezes não, o que é bom lembrar é que o plano astral como vocês chamam, ou de espíritos desencarnados, é formado por inúmeras colônias diferentes, inúmeros extratos diferentes de sintonia. Quando eu digo, não existe a necessidade do contato sexual, existem extratos que isso acontece, de uma forma às vezes animalesca, há descrições e você vai encontrar em vários romances de áreas do umbral onde existem desvios sexuais aberrantes.

Eu – Tem um livro que explica muito bem sexo depois da morte.

A – Como eu já disse não há uma necessidade dessa manifestação, mas os espíritos podem continuar a manifestar, assim como existem aqueles que continuam a necessitar da fumaça do cigarro, da química das drogas, e da comida.

Eu – Esses espíritos para reencarnar eles vão passar por um processo de transformação nessa área que tem dificuldade, ou ele pode encarnar com essa necessidade e se tornar uma pessoa perigosa sexualmente quando encarnado?

A – As duas coisas pode acontecer, depende muito da possibilidade que lhe é dada, todos os que cometeram atos violentos, tinham oportunidade de não faze-lo, ninguém foi obrigado a fazer.

Eu- Por exemplo, um estuprador aqui encarnado, uma pessoa que abusa de outra sem permissão (esta certo que já nos foi explicado que não existem vitimas e nem vilões, porque o que sempre faz o movimento é a lei de causa e efeito) ele está se vingando?

A – Não necessariamente esta sendo vingado, é importante lembrar que a lei de Causa e Efeito não é uma lei de vingança, mas existe uma energia ai, mas o estuprador pode escolher não faze-lo. Ele tem toda condição de escolher não faze-lo. E na maioria das vezes quando os espíritos são bastante ligados por essa energia de afinidade, na encarnação ele se manifesta como amigos, não como companheiros ou como pessoas que sentem atração sexual.

Eu – Na pesquisa que foi feita quando eu trabalhei com homossexuais portadores do HIV, 80% tinham historias de estupro na infância, maioria por pessoas da família, tios, irmãos mais velhos, ou o próprio pai… Maioria deles crianças abusadas sexualmente na infância. Esse fato na infância pode levar a homossexualidade na vida adulta?

A – Veja quando você encarna você encarna com toda a energia de varias encarnações passadas, se você em encarnações passadas praticou abusos, essa energia ainda esta ligada a seu períspirito e ela acaba atraindo esse abuso.

Eu – Ela atrai esse abuso. Então eu que fiz, vou atrair para vivenciar a dor que causei.

A – Exatamente! Exatamente. Não é vingança, por favor, é a lei da causa e efeito que lhe esta trazendo uma oportunidade de vivenciar uma situação por outro prisma, além da causa e efeito é sempre uma oportunidade de vivenciar a situação num outro papel, às vezes você é o herói, às vezes você será o vilão, às vezes você é o mocinho, às vezes o bandido, mais ou menos assim. Às vezes você vai fazer o papel do padre, às vezes do noivo, assim você vai poder escolher naquele momento, você vai ter a oportunidade de interpretar algum ato que possa ferir o outro. Mas você pode escolher, dizer, não. Quantas vezes, no nosso dia a dia, nós podemos escolher dizer não e escolhemos pelo sim, só que alguns são colocados em situações que nós chamaríamos de mais intensas.

Eu – Nesse caso, um abuso sexual na infância pelo mesmo sexo não leva a pessoa na vida adulta a ser um homossexual?

A – Não, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Talvez você tenha tido uma visão um pouco desviada porque estava estudando esses casos, mas você já se perguntou quantos estupradores foram violentados na infância? Não são necessariamente homossexuais, a maioria é hetero sexual, mas tem um desvio do entendimento do que pode ser a relação sexual, então a relação sexual passa a ser uma forma de domínio do outro, e eles necessitam do domínio.

Eu – É porque muitos vivem numa corrente, ele foi estuprado, ele estupra, esse outro pode passar a ser um estuprador também. Nas pesquisas chegamos a isso, é uma ressonância.

A – Sim, porque essa energia gera o desvio sexual, mas não se esqueça, a escolha é de cada um.

Eu – Outra coisa, às vezes a pessoa esta lá bonitinho, tudo dentro do que se diz normal…

A – Cuidado com o que você diz normal.

Eu – Sim, normal dentro de uma sociedade hipócrita, mas vamos lá, ai você cruza com uma pessoa que você nunca viu, e ai, gela a barriga, como costumamos falar, pulsa no chakra sexual…

A – Quem disse que você nunca viu?

Eu – Tá. Aqui nessa encarnação você nunca viu, de repente, é uma energia muito forte, quando vai ver já se esta num emaranhado de confusão, na maioria das vezes isso te acontece com pessoas comprometidas, ou de vida bastante complicadas. É um encontro premeditado?

A – Veja, mais uma vez cada estória é uma estória. Isso muitas vezes é um resgate, isso muitas vezes é um encontro de seres que tinham muita sintonia em vidas anteriores, pode ser um resgate também, levado a queda, porque não? Mas geralmente é um movimento, isso acontece quando é necessário um movimento.

Eu – Uma mudança na vida dessas pessoas?

A – Assim como posso dizer, que muitas doenças, muitos acidentes, de fato são sinais da necessidade de um movimento, são oportunidades de aprendizado. E não a certo, não a errado.

Eu – É! Não é a questão do certou ou errado, é que tenho acompanhado casos com terapia, que desses encontros, muitas vezes alucinantes muito frequente com casais que aparentam casamentos sólidos, e são raros os casos que essa terceira pessoa fica na vida dessa pessoa que teve essa paixão avassaladora, parece que essa terceira pessoa entrou na história só como um detonador de uma situação muito cômoda, já vencida, necessitando desse movimento.

A – Muitas vezes, lembre-se mais uma vez, quando nós falamos de resgate, e eu estou falando nós, aqui o grupo, não estou falando especificamente dos encarnados, mas quando falamos de alguns resgates, muitas vezes o meu resgate eu estou aqui próximo a você, mas o meu regate não é com você, mas nós dois manifestamos energias semelhantes e que possibilitam que isso ocorra. Ninguém consegue determinar a atração física que um sente pelo outro.

Eu – E as vezes nem é atração física, muitas vezes é uma atração espiritual mesmo que o ser como humano, acaba embolando no meio de campo e levando para o sexo, não?

A – Exatamente, então, existem varias formas diferentes de atrações, e ai fica sempre a duvida, viver ou não viver essa situação, cada um vai manifestar de uma forma diferente.

Eu para o grupo – Alguém quer fazer pergunta?

O grupo não se manifesta.

Eu – Você disse que ai, onde vocês estão vocês se agrupam por atração.

A – Sim, por sintonia, não necessariamente por atração, por vibrações de níveis parecidos, porque na realidade, são varias camadas, e é como se cada uma dessas camadas fosse de uma energia diferente, pense em vários volts, pense em voltagens diferentes, aqui entre os desencarnados, nós temos 110, 220…, aqui é mais ou menos dessa forma também, então o próprio ambiente acaba atraindo uma determinada vibração, isso faz com que os espíritos estejam mais próximos.

Eu – Não existe um tipo de atração entre dois espíritos que levam esses dois a viver uma vida entre os dois, isolados e não com o grupo?

A – Existe, isso é muito comum, da mesma forma que quando você for para o plano espiritual, muita das coisas do plano espiritual são adaptadas como você está adaptada no plano terreno. Você vê muitos livros falando sobre o plano espiritual com necessidade de veículos, porque que alguém precisaria de veiculo no plano espiritual, mas você já imaginou você passar muitos anos tendo que andar de carro, aprender a dirigir, aprender a pegar ônibus, trem, avião, e de repente você chega do outro lado e alguém diz para você, Vai lá Vilma, voe! Você acha que não precisa de treino nenhum? Na sua vida você fez alguma coisa sem treino, sem preparo? Voando! Então, da mesma forma, ainda vai haver esse interesse de alguns espíritos, sim, e não se esqueça de que maioria das coisas que se manifestam no mundo dos espíritos encarnados nada mais é do que cópias das coisas que acontecem no plano astral, no plano desencarnado, só que ai no mudo encarnado, todas essas camadas que no mundo desencarnado estão separadas, estão todas juntas ao mesmo tempo.

Eu – Por isso que causa esse choque?

A – Por isso que causa esse choque, por esses que você tem ainda santos vivendo praticamente como bandidos.

Eu – E pode, por exemplo, um, lá numa encarnação há mil anos veio com a missão de trazer um ato, uma atitude de amor, esse mesmo espirito pode encarnar agora com uma energia contraria?

A – O que você chama de energia contraria?

E U – Vir como uma pessoa que pratica roubos está na politica e é corrupto.

A – Veja, não existe involução, se alguém já estava preparado o suficiente para vir trabalhar o amor, ele não vai involuir, mas ao mesmo tempo todos os que estão trabalhando o Amor, não o fazem por serem perfeitos, e eles podem manifestar algumas imperfeição, não tenha dúvidas.

Eu – Eles podem encarnar numa época dessas com uma imperfeição que a sociedade discrimina.

A – Sim. Quem somos nós para julgar. Agora, muito do que a sociedade coloca, muda a cada tempo, muitos dos que vocês consideram heróis, se fossem requisitados, seriam bandidos.

Eu – É sobre isso já estudamos aqui.

A – E quantos dos seus heróis não são cultuados por serem grandes assassinos.

Eu – É, realmente, isso é uma roda viva, né?

A – Agora, aquele que veio para pregar o Amor dificilmente, vai vir pregar o ódio, se ele já tinha preparo suficiente, mas ele pode ter alguma manifestação sim, como todos, afinal, só o fato de ter encarnado já faz com que ele se manifeste pelos sentidos que nós já conhecemos os cinco sentidos.

Eu – Ok. Vamos voltar à sexualidade. Nós sabemos que o sexo, a excitação, tem muito a ver com hormônios, e os hormônios são produzidos por glândulas, pode o sexo excessivo se manifestar por um excesso nas glândulas hormonais e a pessoa nada têm a ver com isso? Um desequilíbrio dos hormônios?

A – Lembre os excessos e as deficiências glandulares também estão relacionadas com as energias dos Chakras, com as energias do períspirito, e essas manifestações obviamente tem relação com a Alma ali colocada, então quando você diz, pode acontecer… sem que a pessoa esteja participando disso, não, de forma alguma. Mas é que as manifestações vão ser diferentes.

Eu – Estou perguntando porque tenho uma adolescente aqui que faço terapia, ela transa, ela quer saber de transar, onde for como for, ela tem 13 anos.

A – Isso não depende dos hormônios, isso depende muito mais do espirito, com certeza. Porque você vê ao contrario, muitos corpos físicos que não deveriam ser capazes por não terem hormônios, gestarem. E ai vai dizer que é um excesso, será que esse excesso de hormônio não é exatamente a consequência do excesso de energia colocado nesse ponto, e o que é bom lembrar é que esse excesso de energia sempre vai tirar energia de outros pontos.

Eu – E é interessante, tudo o que se faz terapeuticamente não da certo, a menina não quer sair disso. Pode a família contribuir para isso?

A – Provavelmente essa manifestação de energia não seja só dela, nós não podemos esquecer que cada um de nós, mesmo no plano espiritual somos resultado de muitas relações e inter-relações.

Eu – E também a família, se os pais tem algum desvio nessa área também pode refletir no filho, não?

A – Tudo pode. Mas muitas vezes você tem pais sem nenhum problema vivendo super bem e que tem que passar por aquilo exatamente, porque eles não tendo problemas poderão ajudar esse espirito mais rebelde, e vice versa, muitas vezes pais terríveis, tem filhos angelicais que vem para diminuir um pouco aquele comportamento. É bom lembrar que não existe uma regra fixa, cada historia, cada um de nós, é a consequência de muitas energias que vem acumulando a muitas vidas, muitas encarnações. E essas energias é que vão dizer para onde nós vamos, e nada disso esta errado.

Eu – Não está errado, mas que é muito difícil lidar com isso tudo é. Principalmente numa sociedade como a nossa.

A – E a sociedade esta certa?

Eu – Não! Nem as famílias, é uma hipocrisia que não tem tamanho.

A – A menina ter desejo sexual é pecado, mas se ela se candidatar a deputada federal para roubar, desviar dinheiro é correto. E veja! Uma coisa importante é que a sociedade valorizou demais o sexo como uns problemas, mas a maior fonte de problemas é o abuso do poder, não o sexo. A maioria do s abusos do sexo acabam trazendo danos para o próprio interpretador do abuso.

Eu – É. O que deixa preocupado quanto ao sexo são as doenças, HIV, HPV, que estão trazendo tanto sofrimento, é sempre uma consequência.

A – Os abusos do poder já mataram muito mais gente em um minuto que as doenças venéreas mataram em um ano. Veja lá o que foi feito na primeira, segunda guerra, na guerra da Coréia, do Vietnã, agora na Síria.

Eu – Realmente, o sexo levaria muito tempo para destruir esse numero de pessoas, né?

A – Muito tempo! E tem aqui um dos companheiros dizendo que seria muito melhor se as pessoas estivessem transando que metralhando.

Eu – Porque será que o ser humano criou esse tabu. Sim, a gente sabe que as religiões trouxeram muito isso, mas porque essa barreira com o sexo?

A – Porque as grandes religiões perceberam há muito tempo que a energia sexual é uma energia muito potente, é uma energia criativa, e eles sempre quiseram o domínio sobre ela, os iniciados aprenderam a utilizar essa energia, só que o houve então, quem aprendeu não queria que os que vinham depois também o soubessem. Por exemplo, os que se tornam celibatários, a maioria não sabe por que se tornar celibatário, ele acha que deve se tornar celibatário porque o sexo é pecado, quando é exatamente ao contrario, os que determinaram a posição de celibatário sabiam que a vida de celibatário é uma oportunidade imensa de gerar uma grande energia sexual não usada para o ato sexual.

Eu – É canalizada para um outro beneficio?

A – Só que a maioria não explicou isso com os detalhes, e tem muita gente se tornando celibatário por medo de um relacionamento, ou por achar que o sexo é sujo, que o sexo é pecado, pecaminoso, então ai as religiões se tornaram grandes dominadoras, porque as grandes tradições já tinham esse conhecimento, então infundiram ideias errôneas para dominar a maioria das pessoas.

Eu – Falando assim, eu entendo que o sexo deveria ser livre?

A – O que você chama de sexo livre talvez seja uma manifestação da materialidade, como citei antes, e do desejo carnal, o sexo precisa também da confiança, precisa da concordância de dois seres, e da entrega de dois seres.

Eu – O que você esta querendo dizer, é o toque através do olhar, da manifestação só pela presença um do outro e se fundem na mesma energia.

A – Exatamente! Exatamente. Numa mesma sintonia, e que podem no ato, gerar a energia feminina trazendo toda energia da terra, e a energia masculina trazendo toda energia do céu. União importante para gerar uma vida, mas não só para gerar uma vida, mas para gerar uma amplificação das energias de ambos. Era para um casal quando sai de uma relação sexual estar muito mais energizado, mas o que acontece na maioria das vezes é o contrario, há um roubo, um vampirismo de energia. Você já leu as Cartas de Cristo, numa das cartas isso é abordado de uma forma muito intensa. É importante perceber. Se você for para tradições um pouco mais abertas, menos dominadoras, por exemplo, Budismo Tibetano, ele vai encarar o sexo de uma forma bem diferente, e assim mesmo até nas tradições que aprenderam a lidar com essa energia sexual, muitas vezes esse conhecimento foi pervertido.

Eu – Por exemplo, tem uma área do Yoga que se usa a elevação do ato até próximo ao orgasmo, mas não sente o mesmo, você deve conhecer.

A – Existem outras técnicas também, o grande problema é que a maioria das pessoas acabou depois olhando essas técnicas como técnicas de dominação, não como técnicas vinculadas muito mais ao que eu chamaria de erotismo que é a energia sexual propriamente dita, isso se perde, poucos são os que mantêm essa energia sexual dessa forma mais pura.

Eu – Pergunto se alguém do grupo quer fazer perguntas? Não?

Eu – Estamos com mais de 50 minutos de aula, se você tiver algo mais para complementar esse estudo…

A – Não, mas o importante é lembrar que todas as manifestações são importantes nesse mundo dos encarnados, e cada um encarnado esta tentando manifestar o seu melhor, muitas vezes esse melhor pode trazer algum dano, e geralmente o dano é para si mesmo, muito maior para si mesmo do que para o outro, mas, não olhar para o outro é que traz mais dano para si mesmo.

A – E nós encerramos aqui, agradecemos mais uma vez a oportunidade desses dialogos, lembrando que esse assunto é um assunto que deve ser tratado de uma forma mais tranquila possível, sem toda essa energia desvirtuada que é colocada na sexualidade. Seria muito importante que inclusive a energia sexual, e não a energia erótica, mas a energia sexual fosse explicada inclusive para as crianças, não com erotismo, não com manifestações genitais, mas entendendo como usar essa energia de uma forma a ajudar evoluir mais rápido.

Eu – Existe como se evitar essa energia genital, como você mencionou agora, e ensinar essa maneira sexual e não erótica?

A – Existe sim, a maioria das tradições mostra isso, inclusive a maioria das grandes tradições religiosas estimula isso, mas poucos são os que atingem esse grau de evolução.

Eu – Porque o adolescente, por exemplo, ele tem muito esse impulso sexual.

A – Sim, sim. Por isso é que a criança já deveria ser instruída para o uso dessa energia sexual, para que ela não se desvirtua numa energia erótica pura e simplesmente, ou até numa energia pornográfica. Que a criança aprenda como um ato saudável.

Eu – Então vamos encerrando, agradecemos todo grupo. Gratidão profunda. É muita alegria receber vocês aqui, que Deus ilumine a todos nós.

A – Nós agradecemos bastante, e agradecemos também aos nossos irmãos os fiéis de Nossa Senhora do Rosário dos Negros, que nos auxiliam nesse contato, principalmente intermediando as energias, facilitando nosso contato. E a supervisão de Pai Benjamin que sempre de uma forma carinhosa nos auxilia, nos instrui também aqui no plano espiritual, para que possamos nas comunicações também agir com Amor, porque nós também estamos em instrução. Nós nos despedimos.

Eu – Gratidão

Pai Benjamin se manifesta nos dizendo que precisamos aprender a lidar melhor com o Amor, não desvirtuar o Amor, parar de exagerar no nosso uso e abuso do poder, do controle sobre o outro, principalmente. Já é hora de se escutar mais e se falar menos. Já é hora de se Amar mais e se cobrar menos, isso faz parte do nosso aprendizado. E já é hora de se ter menos apego e mais Amor. E quando se falou do adolescente, o fez lembrar, que inclusive essa fase que vai acabar modulando o desejo sexual é importante, e que cada individuo vai passando pelas fazes de modulações e vai ocorrendo um amadurecimento desses desejos trazendo um equilíbrio maior, desde que o aprendizado seja com naturalidade.

Eu – Está se manifestando muito cedo essa energia, né Benjamin? Muito cedo!

PB – Sim, e ao mesmo tempo esta se desgastando muito cedo pelo uso abusivo.

Eu – Então seria ensinar esses adolescentes como? A controlar isso? Direcionar essa energia para uma outra coisa? Como fazer?

PB – A maioria das tradições sabe como fazer, eles vão criar meios de instrução, mas instrução com Amor, que não é o que acontece na maioria das escolas hoje em dia em todos os Países. Mas a instrução com Amor, a instrução de compaixão, a instrução de olhar o outro de outra forma. Um Ser que foi educado com compaixão, um Ser que foi educado a respeitar, a pensar sobre o outro não dessa forma egoísta, vai manifestar essa energia sexual de uma forma muito mais tranquila, e quando eu digo tranquila, não digo pouco intensa, tranquila, mas de uma intensidade pouco encontrada entre os encarnados. Gratidão!!

Eu – Gratidão Benjamin.

14jun
Estudo do dia 17/04/2014
Tema de hoje – A Gratidão.
 
Aqui procura um pouco mais de conhecimento, e também um pouco da vibração Amorosa que recebemos desses companheiros que com suas palavras nos ensinam a aprender com as nossas dificuldades e conflitos. Com Gratidão, Vilma.
No Evangelho – A ingratidão dos filhos e os laços de família. Santo Agostinho.
Esta semana não tenho um tema. Minha intuição foi que já tinham algum assunto para nos trazer que seria muito importante para nós. Estamos aguardando o contato dos nossos irmãos e companheiros de estudos. Vamos nos preparando para mais esse encontro elevando nossos sentimentos em Gratidão por mais essa oportunidade. Encontro este onde encarnados e desencarnados se reúnem num mesmo objetivo – o aprendizado e a Amor fraterno. Vamos aguardar o representante ou a representante do grupo espiritual que vai abordar hoje o tema a ser estudado, e mais uma vez este encontro vai nos trazer muito Amor e vai enriquecer nossos conhecimentos.
Boa noite! Eu venho como representante do grupo. Meu nome é Adélia.
Eu – Boa noite! Seja bem vinda Adélia.
 
Você já esteve conosco algumas vezes e é sempre muito bom falar com você. Gratidão pela sua presença, e pela presença de todos. Os que nos auxiliam. Os que sustentam a vibração enquanto conversamos, e aos que como nós estamos aqui aprendendo. Sejam todos bem vindos!
 
Obs.; Durante todo texto vou me referir a essa presença com a inicial do seu nome, A.
A – Eu agradeço em nome de todo grupo, lembrando que eu sou só uma porta voz do grupo, não sou um espirito mais evoluído. Sou só uma porta voz de um grupo que decidiu discutir sobre um assunto para trazer para vocês.
A – O assunto nós debatemos bastante, principalmente olhando para os nossos irmãos encarnados é um assunto que saiu agora no inicio. A Gratidão! Nós temos focado bastante e temos visto o quanto é importante à sensação de ser Grato. De identificar o beneficio recebido e de então exercer a gratidão. O que nós temos visto é um sofrimento muito grande por espíritos encarnados, ou os nossos que ficam se sobrecarregando vendo principalmente as suas deficiências e as suas dificuldades e sobrecarregam as suas orações com pedidos. Pedidos intermináveis. Difíceis. Isso leva a uma grande frustração e a uma sensação às vezes de abandono que não deveria ocorrer porque na realidade não há abandono nenhum – só há a necessidade de suprir todos os desejos infantis de um espírito ainda em vias de evolução. E o grande medicamento para esse sofrimento – o sofrimento do egoísmo – o sofrimento da necessidade – da sensação constante da necessidade – da falta de prosperidade – da sensação de não ter os seus pedidos atendidos, é a percepção do quanto temos. Cada um de nós. Quer seja no período de encarnação, ou no período do plano espiritual. O quanto recebemos no dia a dia, e isso acaba se tornando tão banal para alguns que não percebem o quanto somos beneficiados. Somos beneficiados por fenômenos naturais que nos dão vida, que nos mantém vivos quer na vida espiritual, quer na vida encarnada quer na vida material. Somos beneficiados muitas vezes por espíritos irmãos nossos que surgem às vezes de maneira inexplicáveis em nossas vidas para nos auxiliar – para suprir nossas necessidades. Muitas vezes para suprir nossas necessidades de afeto, mas muitas vezes para suprir necessidades de aprendizagem e de crescimento. Quantos mestres já nos foram enviados, e mesmo após aprendermos com eles muitas vezes esquecemo-nos do reconhecimento e da Gratidão para nos desviarmos para olhar para uma falta ou para uma necessidade não suprida – ou para um desejo não realizado. Será que precisamos continuar vivendo valorizando a nossa pouca prosperidade, valorizando nossos desejos, valorizando nossas dificuldades, que na maioria das vezes não existem. Elas são dificuldades percebidas por nós. Mas não são reais. E a Gratidão é o grande balsamo a grande saída para muitos estados de tristeza, ou como chamada entre os encarnados – estados depressivos – estados ansiosos. Porque quando eu sou grato, quando reconheço o quanto tenho recebido – eu não posso ficar deprimido ou angustiado se eu recebo bastante. Isso me mostra a condição de um futuro brilhante sem a necessidade da pré-ocupação da dificuldade. Então a Gratidão deveria ser ensinada desde muito criança quando encarnadas, como aos espíritos desencarnados que muitas vezes esquecem-se do tanto que receberam. Vocês quando na realização dos atendimentos apometricos muitas vezes só conseguem quebrar um estado de dificuldade de entendimento trazendo um Amor do passado. Um amor de mãe – uma figura que representava o Amor. Por quê? Porque isso é despertar no outro o sentimento de Gratidão, despertar o sentimento de pertencimento, de merecimento.
Eu – A Gratidão então esta ligada ao Amor? Se não estou me sentindo Grato não estou no Amor?
A – Sim. A Gratidão é um derivado do Amor. Porque se você recebe Amor e não o percebe – você não é grato – mas a partir do momento em que você percebe… E no dia a dia é importante que percebamos quer no estado de encarnação, quer no estado de espírito errático, (muitas vezes alguns encarnados confundem errático com errado, e é bom deixar claro que errático está na erraticidade, não encarnado, senão acaba tendo uma interpretação até engraçada) o estado de reconhecimento do Amor sem dúvida – gera Gratidão. Não há quem ao sentir-se amado não deseje amar – não deseje Agradecer. Portanto a Gratidão é um derivado do Amor – mas é um derivado da percepção do Amor. Quantos não estão tão ocupados olhando para as suas mazelas, olhando para as suas fragilidades, para os seus medos, para as suas pseudo dificuldades e não conseguem reconhecer o Amor intenso que recebem ininterruptamente. Lembra-se do conceito de pecado? Pecado é não reconhecer a Centelha Divina que existe no outro e em você mesmo. Pois é! Quando eu reconheço que existe uma Centelha Divina no outro e que existe uma Centelha Divina em mim – eu passo a reconhecer o quanto Amor é destinado a mim e a todos os filhos do Pai – e ai não da para não ser Grato.
Eu – Mas o sentimento de Gratidão não está apenas no você receber, acho que o sentimento de Gratidão ele se faz presente em situações aleatórias. Eu acho que é ESTAR em Gratidão. Seria isso? Porque não é só agradecer o que te acontece. É SENTIR-SE Grato.
A – Sim! Não é só agradecer o que te acontece. Mas a Gratidão pelo Amor que te cerca. O que você chamou de estado de Gratidão é a percepção do Amor que nós recebemos. O Amor Incondicional. Todos nós o recebemos.
Eu – E esse estado está em cada um por ter a chuva – o sol – a natureza…
A – A forma como esse Amor se manifesta é praticamente onipresente. Nós é que não reconhecemos o Amor que existe no nascer do Sol – o Amor que existe no despertar de um sono. O Amor que existe nos encontros, nos desencontros nas possibilidades. O Amor que existe em todas as oportunidades! E muitas vezes nós dizemos – puxa tive sorte! E não reconheço o Amor. Porque quando eu reconheço – eu sou Grato.
Eu – Um fato que acontece na nossa vida e que muitas vezes vemos como negativo ou ruim – isso pode estar acontecendo para nos libertar de muitas prisões – este acontecimento pode ter Amor!
A – No mínimo para nos libertar da ignorância. Então muitas vezes as coisas que te incomodam deveriam ser também situações de Gratidão. Há! Mas me trouxe sofrimento! O sofrimento é uma opção. O que nos traz é oportunidade. Nós é que acabamos usando termos que mais fecham as portas do que auxiliam. Quando eu olho para alguma coisa e digo – isso me faz sofrer. Quando olho para alguma coisa e digo – isso é um problema – eu estou fechando portas. Mas se algo me incomodou e eu digo – opa eu tenho oportunidade de modificar isso. Ou digo – não tenho oportunidade de modificar – é um fato. Já aconteceu. Ai eu tenho a oportunidade de modificar como eu vejo esse fato por mais que ele já esteja sacramentado. Mas eu sempre tenho a oportunidade. Se isso me incomodou eu tenho a oportunidade de mudar no mínimo a minha visão sobre o que ocorreu quando não é possível mudar o fato.
Eu – Um exemplo! Uma criança – ela tem uma dificuldade com os pais. Um dos pais é alcóolatra – depressivo – ou suicida… Essa criança cresce com essa condição de sentimento, ao mesmo tempo se sentindo culpado o que é comum um filho se sentir culpado com a infelicidade dos pais. Como fica isso? Sentir o Amor numa situação dessas?
A – Basta resinificar o que acontece. Nada é por acaso. Os problemas. Se eu parar de chama-los de problemas e começar a chama-los de oportunidades. Se eu parar de olhar e disser – isso é um sofrimento – isso é algo que me incomoda – talvez eu não possa mudar o fato, como eu disse. O seu pai se suicidou. Eu não posso mudar esse fato. É um fato sacramentado. Mas eu posso mudar a forma como eu encaro esse fato. Se eu me vitimizar e disser – ó pobre de mim sou filho de um suicida a vida não vale a pena. Agora se eu olhar e pensar – poxa eu não concordo com o suicídio olhem que sofrimento que trouxe a todos que o cercavam. Eu nunca vou me suicidar. Eu vou enfrentar a vida com coragem. Mudou totalmente! A escolha é minha! Todos nós já passamos por encarnações nas quais tivemos dificuldades diferentes. E cabe a nós não fixarmos nestas situações chamadas de dificuldades, de problemas, lutas. Cabe a nós olharmos para essas situações e aprendermos com elas. Cabe a nós pararmos de tentar classificar cada situação como boa ou ruim. Não existe essa dualidade, esse maniqueísmo. As coisas não são só boas ou só ruins. Muitas delas são só coisas. Nós é que classificamos. Há quem receba um presente e acha isso ruim. Portanto! Não é a coisa que ocorre o importante, mas a forma como se encara a coisa.
Eu – E essa pessoa pode após um entendimento passar a ver isso até com Gratidão pelo aprendizado que ela teve, e como bagagem que ela pode levar para outras pessoas através desse sofrimento e da dor?
A – Mas pense mais não no sofrimento. Mas na superação do sofrimento. Porque quem continua sofrendo ainda não percebeu que se eu sofro por um fato, principalmente no período de encarnação em que existe o limite do tempo – se eu sofro por um fato que ocorreu, e se, ele já ocorreu – que eu sofra naquele momento, mas a partir do momento em que o tempo mudou – o limite do sofrimento acabou. A escolha para continuar sofrendo é minha.
Eu – Ai você está falando de situações consideradas mais sérias. Mas tem pessoas que se prendem a vida inteira em sofrimentos por fatos tão banais. Isso é egoísmo?
A – Sim. E vitmismo. E toda pessoa que se vitimiza é egoísta. Até porque – o que é um vitimismo? É achar que – ó pobre de mim que isso só acontece comigo. Isso é de um orgulho absurdo! Porque da à impressão que o mundo roda e gira porque eu vivo.
Eu – Então o aprendizado é o de encarar esses fatos de uma maneira amorosa?
A – Não só amorosa. Mas também respeitosa. Porque também eu ficar desesperado pelo que aconteceu ao outro – é não respeitar o seu destino. Destino não no sentido de sina. Mas respeitar o que aconteceu. Se aconteceu com ele. Eu preciso respeitar.
Eu – Mesmo que esse ele seja um pai – um filho – uma mãe…?
A – Principalmente se esse ele for um pai, um filho, um irmão. Porque essas pessoas não foram colocadas ao seu lado para que você os blinde. Mas sim para que você conviva com eles. Então o que acontecer a eles faz parte do destino deles. Óbvio que isso não significa que você deva abandonar a todos ao deus dará. Isso significa que há algumas coisas que fogem do seu controle. Desça do seu pedestal! Você não é o controlador do mundo. Você não é o ser especial pelo qual o Sol nasce todos os dias. Quando nós percebemos que somos todos um, e que estamos todos ligados e que ninguém se vai, da mesma forma que ninguém chega. E que nós só estamos nos apresentando em momentos diferentes. Ai nós passamos a respeitar o que acontece – e deixar o que aconteceu no dia em que aconteceu. Porque reativar um sofrimento que já passou e continuar olhando para esse sofrimento? Isso se chama APEGO.
A – É difícil para o ser humano lidar com isso, porque inclusive a psicologia trabalha em cima disso. Do passado. Os consultórios psicológicos estão lotados de pessoas que ficam anos e anos falando sobre passado. Não seria mais fácil acrescentar um trabalho como esse? De reconhecimento do presente e Gratidão pelo passado?
A – Sim. Seria bem mais fácil. Mas ainda é mais fácil consultar um psicólogo do que mudar nossas dificuldades. O psicólogo, o sacerdote…
Eu – Que prometa resolver o meu problema sem que eu faça o menor esforço? Um bom psicólogo ou terapeuta não faz isso.
A – Um bom sacerdote também não. Mas a maioria das pessoas que vai a procura de um sacerdote, de um psicólogo ou terapeuta tem a expectativa de jogar aquele peso nos ombros do outro. Não que os psicólogos terapeutas ou os sacerdotes façam isso de regra. Os que não estão bem preparados acabam inclusive se sobrecarregando porque tentam carregar os pesos alheios.
Eu – Então quer dizer que a Gratidão é sempre um sentimento que alivia os sofrimentos e as dificuldades?
A – A Gratidão é um antidoto para o sofrimento. A cada vez que você se sentir incomodada. A cada vez que você se sentir sofrendo. A cada vez que você se sentir longe do seu caminho – numa encruzilhada. Seja Grato! Porque muitas das coisas que você chama de dificuldades. São oportunidades! O que é uma encruzilhada se não um momento de possibilidade no mínimo entre dois caminhos. E isso é uma dadiva. Porque alguém que não tem nunca essa possibilidade não sabe o que é o fruto de uma escolha.
Eu – Que lindo!… Alguém quer fazer perguntas?
Uma pessoa do grupo pergunta – Uma doação já é uma Gratidão?
A – Uma doação em que sentido?
Pessoa – A você se doar – sei lá – fazer as coisas amorosamente sem a intenção de receber algo em troca. Se doar já é uma Gratidão né?
A – Na maioria das vezes não. São sentimentos que estão próximos. Mas que não é a mesma coisa. Na maioria das vezes isso é uma questão de caráter. Uma questão de percepção do seu espaço no mundo encarnado ou desencarnado. Não é uma forma de Gratidão – mas sim – uma forma de agir de acordo com o seu caráter – de acordo com as suas necessidades. Não uma gratidão. O agradecer muitas vezes esta na contemplação. O agradecer é um ato humilde em que eu reconheço no outro, ou mesmo em Deus. A Grandiosidade. Reconheço o auxilio. Reconheço o Amor. Reconheço basicamente a centelha de Deus – ou mesmo reconheço a energia Divina. Agora agir de uma forma correta, agir de uma forma a si doar. Não necessariamente é uma gratidão – também é um reconhecimento. Mas é seguir os ditames do seu próprio caráter.
Eu – A doação já não esta gravada na nossa Centelha Divina? Porque se somos seres dentro de uma igualdade então já não trazemos o ato da doação?
A – Cooperação. Cooperar com o outro. Vamos tirar um pouco esse sentido de doação, porque o termo doação parece um pouco não equilibrado. Mas cooperar. O sentimento de cooperar – de estar junto – é um sentimento que engrandece todo ser humano. O problema é que não é ensinado principalmente na jornada da encarnação. A maioria das nossas crianças tem sido educada para competir – para destroçar – para superar – e não para cooperar. E se você deixar as crianças sozinhas você vai ver que elas vão buscar a cooperação.
Eu – A cooperação é natural?
A – Sim. A cooperação é natural. Tudo que foge da cooperação é aprendido, ou, é mal ensinado.
Eu – Mas também se eu me proponho a doar pensando em colocar mais um tijolinho no céu. Também não vai adiantar?
A – Ai não é doação e não é cooperação. Ai é tentativa de compra de bônus.
Eu – Também precisamos ver se estão vendendo bônus. (Risos) E o pior é que nem se pergunta se estão vendendo e tenta comprar!
A – Ai, o que se vê no plano encarnado é muita gente criticando os lideres da igreja medieval que vendiam as indulgencias e continuam fazendo a mesma coisa agora. Fazendo a chamada caridade para a compra de bônus que é exatamente como vender indulgencias. Aos que vendiam indulgencias nós criticamos. Aos que compram bônus agora.. nós elogiamos! Engraçado né?
Eu – Acho que quando somos fraternos nós temos gratidão. Um estado não leva ao outro?
A – A Fraternidade é um estado que se aproxima também do Amor. E toda vez que nós nos aproximamos ou sentimos através do Amor, de Deus principalmente. O que sentimos quando vemos a natureza, por exemplo. Quando paramos um momento para observa-la. É impossível não exercitar a Gratidão! E ai você vai ver o quanto nós somos privilegiados o tempo todo. Reconhecer o Amor do Pai no nosso dia a dia suscita a Gratidão o tempo todo. Mas a maioria não tem tempo para isso.
Eu – Será falta de tempo, ou será falta de aprender a fazer isso. Muito vem do aprendizado as pessoas não tem esse habito. Os pais não ensinam os filhos a agradecer.
A – Os pais não ensinam os filhos a agradecerem e impedem os filhos de cooperarem. Isso porque ensinam que todas as pessoas devem correr muito. É muito engraçado isso. Porque vocês se acham muito modernos porque vivem depois do ano dois mil. Porque acham que o mundo está acelerado. Não é verdade?
Eu – É! E eu mexo até com computador. Você já pensou? Para quem conheceu luz elétrica com doze anos!(risos).
A – Existem textos atribuídos a Aristóteles – de 500AC que ele diz que os jovens daquele momento viviam de uma forma conturbada demais. Sem tempo, sempre apressados. Sem perceberem o que é importante. Isso pode ser uma grande ilusão. Porque você corre de que? Você corre para onde? Você corre para que? Quais são as respostas para essas três perguntas. Se você se aprofundar um pouco você vai descobrir que você não corre de nada, não corre para nada, e não corre por nada. Você corre porque você acha que esse é o estado normal de um ser humano honrado. E isso é uma ilusão.
Eu – Mas não é ilusão a pessoa que trabalha estar numa empresa por muito tempo. Entrar determinada hora sai tal hora. É Um ritmo louco. Acaba se tornando automática, ela nem percebe.
A – Ela precisa correr por causa disso?
Eu – Sim. Porque o horário nos leva a correr.
A – Se você tem horário para cumprir porque então fazer tudo no ultimo momento.
Eu – Há! Então o que você está querendo dizer é levantem-se às cinco da manhã vá fazendo tudo devagar.
A – Se correr te incomoda então porque não mudar isso. Mudar é uma opção. É exatamente como a Gratidão. É exatamente como sofrer.
Eu – A gente aprendeu que você tem que dormir da meia noite até as sete, ai das oito até… tudo vem do costume – do aprendizado. Somos condicionados
A – Sim. Mas é importante sair do condicionamento. Sair do condicionamento não significa quebrar toda a estrutura que já existe. Significa perceber que você pode transcender essa estrutura. Que você não é escravo do relógio – que você não é escravo do seu trabalho. Que você é um ser retentor de uma Centelha Divina que também deve trabalhar e que também tem deveres e alguns direitos. Mas perceber também que você pode transcender. Isso não é a sua vida. Muitas vezes você deixa de viver o que é importante para cumprir a hora e você não se dá o direito de acordar um pouco mais cedo. De dormir mais cedo. E você não percebe ainda que talvez você não precise daquelas oito horas de sono. Ai você pode fazer muitas coisas.
Eu – Você falando assim daqui a pouco vou emendar o dia e a noite.
A – E ai pergunto mais uma vez. Correndo por quê? E ai quando você for responder profundamente você descobre que está correndo porque você sobrecarregou.
Eu – É, nesse momento eu estou sobrecarregada mesmo e eu vou ter que aprender a encaixar tudo isso de uma maneira que não prejudique a minha vida.
A – E ai você vai ter que aprender a lidar com uma palavrinha chamada não.
Eu – Não! Sim.
A – Olha que interessante foi a sua resposta… É importante que reconheçamos os nossos limites. Reconhecer limites é importante – o tempo tem um limite. Se você tem um limite de trabalho porque se sobrecarregar? Porque ir buscar mais. De quem você esta fugindo? Provavelmente você foge de você mesmo. Se encare com carinho. Acolha a Centelha Divina que existe em você. Talvez isso te traga a serenidade que você pretende para passar por esses percalços dos horários de trabalho, dos horários de atividades sem precisar se entregar só a isso. Sem precisar deixar de viver. Porque a vida lhe foi um presente – e a um presente não se pode renegar da forma que muitos estão renegando. Portanto o exercício da gratidão é que você se conscientize do tanto de bem que temos recebido, e esse é o grande antidoto do que vocês chamam de problemas e que nós aqui chamamos de desequilíbrios. O exercício da gratidão todo tempo – todo tempo – sem pieguices – sem engrandecer coisas ridículas. Mas agradecendo o que é importante. Agradecendo inclusive o que essas coisas ridículas nos trazem de aprendizado. Só não devem agradecer o algoz de uma violência, mas, você deve agradecer o fato de ter passado por uma situação de violência – ter sobrevivido a ela – e de ter capacidade de olhar e reiniciar – porque o Pai te deu essa capacidade, nos deu a todos essa capacidade de recomeçar. Sempre!
Eu – Você acha que cada vez que acontece uma situação dessas é um recomeço?
A – Nós estamos recomeçando o tempo todo e não percebemos. A cada dia. A cada despertar quase como um renascimento do espirito no corpo carnal novamente.
Eu – É por isso que nós mudamos tanto, né? Hora gosto do azul, depois gosto do vermelho…
A – Sim. E a cada mudança estou renascendo tal qual uma Fênix.
Eu – Falando em renascimento. Nós estamos na véspera da Pascoa que movimenta ai uma boa parte da humanidade fazendo um ritual católico. Como é isso. Para mim isso é confuso. Se renascemos a cada acontecimento. O porquê desses rituais?
A – A maioria dos rituais tem fundamentos muito antigos espirituais que já foram esquecidos e que não são muito divulgados. A maioria dos rituais tem efeitos metafóricos e tem a sua importância. Infelizmente como a divulgação dos seus fundamentos não ocorrem mais, muitos deles se perderam. O que você chamou de ritual agora na realidade é uma troca de doces e guloseimas onde se esquece de revisa a possibilidade de renascimento. Esse momento é um momento em que eu percebo que eu posso renascer o tempo todo. Mesmo que eu desencarne. Mesmo que ocorra uma morte das mais dolorosas. Todo mundo se lembra da cruz. Da dor da cruz. Mas ser crucificado naquela época era um sinal de vergonha. Crucificação era o castigo para aqueles que eram tidos como paria sociais. Ser crucificado naquela época era como ser preso hoje. Portanto o que se viu não era só a dor da morte, mas, era a vergonha social. Muitos vão chamar de ressurreição – de reencarnação, de reaparecimento da energia do Cristo. O é importante é que naquele momento mostrou que não importa o que aconteceu, se foi algo que te foi infame. Não importa que você fosse humilhada. Não importa que você cometesse erros absurdos. Não importa se você se dedicou ao crime. Não importa! Você sempre tem a oportunidade de renascer. De recomeçar. Portanto essa metáfora deve ser entendida com mais profundidade. Os chocolates não são importantes.
Eu – Mas para que haja esse renascimento a pessoa tem que se permitir, porque senão essa metáfora fica na festa, na comida.
A – A comida e a festa é apenas uma fuga para não se reconhecer. Não reconhecer as mudanças.
Eu – Quando eu decido mudar, eu estou me amando, me olhando amorosamente e me dando essa chance?
A – Nem sempre. Mas toda mudança traz uma nova oportunidade de aprendizado porque se você ficar parado ou sentado você não vai ver a mudança e aprender. E somos nós que ficamos classificando de bom ou ruim. A mudança é simplesmente parar de andar para o nordeste e passar a andar para o noroeste, por exemplo. Eu vou mudar de caminho ai vou conhecer outras áreas. É só isso! Não é erro ou acerto. Não é bom ou mal. É só oportunidade de conhecer outras coisas – outras paisagens – outros lugares – outras pessoas. Nós vamos estar o tempo todo fazendo isso. Se não for nessa vida vai ser na próxima – ou na outra.
Eu – Mas uma mudança exige responsabilidade. Se você não tomar o caminho para o noroeste e não gostar do caminho para o noroeste vai ter que assumir mesmo assim.
A – Sim. E responsabilidade é a habilidade de responder – não é culpa. A maioria das pessoas lida com culpa. Há eu mudei e agora me sinto culpado. Nós estamos constantemente mudando. Tanto na encarnação como no período desencarnado. No período encarnado muito mais porque as interações são muito maiores. Há muitos espíritos desencarnados que praticamente se isolam, e por estarem no estado de espíritos na erraticidade não tem a inter-relação que ocorre tão espontaneamente durante o período de encarnação e isso acontece porque vocês tem interdependência, coisa que não ocorre entre os desencarnados. A Gratidão deve ser um exercício e é importante que se comece a exercitar a Gratidão porque nós temos sempre exercitado o reconhecimento de problemas, e o que é mais sério, possíveis problemas, e nos assoberbamos de trabalho por hipóteses que nunca vão ser confirmadas.
Eu – Mas eu penso que o ser humano tem muito mais facilidade de reconhecer problemas do que uma Gratidão.
A – Sim. Mas isso por causa do lado animal do cérebro humano, o lado Reptiliano quer evita sofrimento e evitar riscos, mas nós não podemos viver só por isso. É importante transcender. Ou se você só usar o seu cérebro reptiliano de uma forma não pejorativa, talvez você se torne apenas um réptil!
Eu – É muito forte isso.
A – Que não tenha conotação pejorativa.
Eu – Sim eu sei que não tem, mas mesmo sem ser pejorativo é muito forte. Por exemplo! Sei que vai dizer que cada caso é um caso, mas está na mídia um pai que matou o filho por causa de herança. Esse pai ele está nesse lado reptiliano?
A – O que você acha? Será que ele agiu com caridade. Com reconhecimento de Amor. Com Gratidão? Ou ele agiu para acumular mais comida porque ele tem medo de passar fome? Ele agiu como um Jacaré ou um Crocodilo que quer comer bastante porque tem medo de passar necessidade? Ou ele agiu como um ser que reconhece a Centelha Divina em todos os outros seres? Ele reagiu por medo da falta. Da escassez.
Eu – Será que foi por medo?
A – Sim. Sempre. O medo da escassez. Não o medo que você pensou agora. Mas o medo da escassez. Então ele não era uma pessoa que viu a prosperidade e o Amor. Ele via sempre a dificuldade e a escassez. Então ele tinha que passar por isso mesmo que fosse através da violência. Tal qual o crocodilo.
Eu – Eu pergunto? Essa pessoa vive neste estado ou ele no momento manifestou esse lado reptiliano do cérebro dela.
A – Todos têm a capacidade de se manifestar em diversos estados. Não é porque aquilo foi feito naquele momento que esse ser não tem a centelha Divina e é o tempo todo um réptil. Essa é uma grande dificuldade porque nós achamos que se ele fez algo tão tenebroso pela nossa visão ele tem que ser tenebroso o tempo todo. Talvez ele tenha tido um ato de extrema caridade quase simultaneamente.
Eu – Então o que nos mantém afastados desse lado nosso é o entendimento do Amor e o Orai e vigiai o tempo todo?
A – Transcender não significa abandonar. Então mesmo nos que transcenderam. Mesmo Jesus quando encarnado ainda tinha umas reações reptiliana, mas controlada.
Eu – Isso pode acontecer numa crise de ciúme, de medo… Muitas coisas podem nos levar a um ato totalmente réptil?
A – Sim. Como eu disse o medo da escassez que gera o sentimento de incapacidade. Não se sente capacitado. Na realidade é realmente um sentimento de baixíssima autoestima. Não se sente adequado. Cabe a quem transcendeu controlar essa vibração. Mas só se controla o que se reconhece, e a maioria dos encarnados negam esses sentimentos.
Eu – É! Negamos porque todos esses sentimentos são o famoso pecado. A raiva é pecado. O ódio é pecado. O ciúme.. Não é assim? Então eu os nego.
A – Então como tudo isso é pecado eu não devo olhar para eles, e como eu não olho eu acabo tendo surtos. Há um arrependimento absurdo depois disso. Agora se esse arrependimento levar a culpa e a paralisia – ai vai levar um grande tempo para a recuperação. E como o tempo é relativo… O que é uma encarnação ou dez encarnações perante a eternidade. Isso não quer dizer que nós devamos desperdiçar encarnações. Mas dez encarnações, que elas somem oitocentos anos, se você pegar um matemático e pedir para ele pegar oitocentos divididos pelo infinito – da zero. Portanto ok. Não devemos desperdiçar, mas também não devemos julgar quem desperdiçou.
Eu – Realmente depois de todos esses aprendizados a gente fica com muito cuidado quando escuta esses casos. Somos treinados a condenar essas pessoas.
A – Até porque os atores que são envolvidos nesse processo não estão aqui estreando. Já vem de outros momentos.
Eu – Estão dentro do processo?
A – Sim. São resgates dolorosos. Mais uma vez. Para que possamos transcender o nosso lado reptiliano – Gratidão – Gratidão – Gratidão. Nós todos aqui do grupo de estudos somos Gratos a vocês por permitirem esse contato. Somos Gratos aos mentores que tem dirigido esses estudos. Somos Gratos aos irmãos do plano espiritual que conseguiram esse contato. Somos gratos aos companheiros que com suas vibrações sustentam essa conexão, esse intercambio. E somos Gratos ao Pai pelas tantas oportunidades que temos recebido. Boa noite.
Eu – Boa noite. Nossa Gratidão também. Sejam sempre bem vindos e essas palavras enriquecem muito nossa caminhada aqui. Gratidão.
Neste momento se manifesta Pai Benjamin, mentor da Fraternidade – Vocês deviam rir mais né?
Eu – Rir com tudo isso?
B – Tem que rir mais. Rir é uma forma de agradecer – a risada foi um presente que Deus deu para a gente.
Eu – Mas cada vez que se ouve tudo isso Benjamin nos parece uma coisa tão simples. Mas ao mesmo tempo parece tão distante ainda.
B – Não estão tão distante. É simples! Da uma risada. Da um abraço e ai você vai ver que não está tão longe. Tem que rir mais. Não ficar se preocupando com besteira.
Eu – É mesmo! Se a gente for ver é tanta besteira.
B – Só o tempo que vocês perdem tentando acumular coisas tendo medo de perder depois. Não dá para entender essas coisas. Quem vive assim não ri porque fica preocupado. Fica parecendo à mãe Crocodilo no ninho cuidando das coisas. Como disse a Adélia parece réptil. Já está na hora de desfrutar. De sorrir. De não precisar acumular tanto. Masss! Se o outro tem eu quero ter mais que ele. Será que o outro é feliz?
Eu – Mas a gente nunca vai perguntar se ele é feliz. Mas também se perguntar ele vai dizer que sim, mesmo que não. As pessoas vivem fazendo de conta.
B – Claro tem que aparentar estar bem como vou deixar transparecer fraqueza. Riam mais. Acumulem menos. Até porque aqui deste lado que a gente está não se usa bolsa. Não tem gente aqui com carteira. Ninguém traz mala para cá.
Eu – Você esta brincando! Se eu não levar minha bolsinha o que faço com a tudo que tenho?
B – Você brinca. Mas muitas das pessoas que vem para cá tem a experiência de ficarem vendo aqueles que achavam que eram seus entes queridos destroçando as suas bolsinhas e brigando entre si por terem suportado a sua presença sem Amor.
Eu – Eu imagino como isso deve ser doloroso.
B – Portanto é importante olhar para a bolsinha e talvez usa – lá para ser feliz. Para fazer alguém feliz. Porque não? Não de uma maneira fútil. Não de uma maneira frívola. Não sair por ai distribuindo notas de dinheiro porque muitos acham que isso é caridade. Tem uma brincadeira que diz: Porque que você esta trabalhando? Estou trabalhando para poder descansar. E porque que você não descansa? Trabalho para um dia descansar. Descanse agora. Então é muito importante olhar para isso com carinho – e na duvida sorria – na dúvida ria muito. Ria até nas suas dificuldades! Porque elas ficam menores. Dificuldades não suportam sorriso. A risada faz os problemas ficarem pequenininhos.
Benjamin nos convidando para silenciar – Agora fiquem em silencio que vou fazer um equilíbrio energético em cada um. Imaginem uma cachoeira com agua de uma temperatura agradável, perfumada, limpando todo seu corpo físico. Mas não lavando só o superficial. Limpando lá de dentro as más aguas (magoas). As aguas más que foram sendo guardadas no mais profundo de seu ser. Limpando do seu períspirito. Que essa agua limpinha, perfumada vá preenchendo cada célula de você. Uma agua que foi abençoada. Essa agua vai levando outra energia para cada célula. A memória da felicidade. A memória de saúde. A memória da Gratidão. Que cada célula agradeça estar nesse corpo. Boa noite. Que assim seja.
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