Grupo de estudos do dia 06/05/2013
Tema: A Alegria
Este tema nos foi sugerido por um jovem que sofria com a síndrome do pânico. Depois de uma grave depressão, há cinco meses, ele nos procurou para o tratamento e hoje diz que sente “Alegria de viver´´.
O texto que abrimos no evangelho é: A ingratidão dos filhos e os laços de família – Santo Agostinho
Mentores se apresentando – Estamos hoje nos apresentando, Alberto e Gilda. Cada um vai falar sobre um aspecto deste tema, a Alegria.
Eu – Então a Alegria tem mais de um aspecto a ser entendido?
A – Tudo nesta vida tem vários pontos de vista. É preciso que se aborde que muito do que se pensa sobre uma coisa é só um ponto de vista. Que não é o todo completo, o desenrolar desta mesma coisa. A Gilda vai começar falando. Ela diz que ela gostaria de explicar como é que a gente pode gerar Alegria no nosso interior.
Eu- Seja bem vinda, Gilda! Estamos com muita Alegria, preparados para receber seus ensinamentos.
G – O mais importante é lembrar que o estado de Alegria independe do que acontece no exterior e independe das reações das outras pessoas. Eu posso estar em Alegria, mesmo estando em ambientes considerados desfavoráveis. Desde que eu me reconheça como um fruto, uma centelha Divina, um Ser que representa a criação desse pai amoroso, eu posso estar alegre em qualquer momento. E Alegre inclusive, por fazer parte dessa criação maravilhosa. Quando eu começo a dizer a mim mesma como é importante e exuberante esse momento, como eu tenho recebido coisas boas, eu posso gerar dentro de mim mesma, a Alegria. Então, o principal para que eu tenha Alegria eterna é a gratidão. Por isso o texto falando sobre a ingratidão filial. Mas nós devemos perceber que esse texto fala de um período de mais de 150 anos atrás. E agora, mesmo que alguém seja vítima da ingratidão filial, se essa pessoa não se vitimizar, ela pode viver em Alegria. Mesmo uma mãe que recebe ingratidão dos filhos, pode ser Alegre, as ela perceber o quanto ela recebe da vida, o quanto ela recebe do Pai, na maioria das vezes sem pedir muito. Então, o gerar Alegria é evitar as expectativas em relação ao outro. E também é aprender a não ser reativo, ou seja, eu só sorrio, se a vida sorri para mim. Eu posso ser ativo, e começar a sorrir para a vida, e com certeza, ela sorrirá de volta. Isto porque a vida vai me espelhar, não eu espelhando o que os outros fazem. Então a Alegria pode ser gerada no interior de cada um de nós, tanto no plano dos encarnados, como no plano dos desencarnados. É muito importante que nós aprendamos a vigiar os nossos pensamentos para que nós possamos viver em Alegria E viver em Alegria não depende de bens materiais, não depende de atitudes dos outros, e sim, depende da nossa maneira de encarar a vida. Se eu encarar a vida como um castigo, como é que eu vou ser Alegre? Se eu encarar a vida como um presente, uma dádiva, eu posso estar sempre em agradecimento. Só porque aconteceu uma coisa que me trouxe desagrado, será que isso pode afetar a minha Alegria? Isso simplesmente está contrariando a minha criança interna birrenta que só aceita aquilo que ela mesma determina. Essa criança, quando contrariada, atira-se ao chão, grita! Esse já não é mais o modo de agir aceitável nos dias de hoje.
Eu – Existem pessoas que tem mais facilidade para essa Alegria. A gente percebe nas atitudes, no olhar, no sorriso. Existem pessoas que tem menos capacidade de ser alegres, ou não?
G – Não! Isso é uma escolha. Existem pessoas que cuidam da sua Alegria e que na realidade adubam essa Alegria todo dia. Existem outras pessoas que deixam essa Alegria secar com falta de água. Por falta de nutrientes, como uma planta, a Alegria se vai. Então é um trabalho, não é uma dádiva. Não é que Deus escolhe algumas pessoas para serem alegres e outras para sofrerem. O sofrimento é sempre uma opção, mas é bom lembrar que a Alegria também é uma opção.
Eu – Mas aí nós estamos contra o Karma: eu nasci numa vida difícil, por isso eu sou triste, não é uma coisa determinada.
G – O axioma que você colocou é exatamente o contrario: a vida é difícil porque eu me acho triste.
Eu – Uma coisa conduz a outra?
G – Exatamente! Isso porque a vida só me dá o que eu peço. Se o tempo todo eu pensar em problema, ela só me dá problema. Se eu o tempo todo pensar em coisas tristes, ela vai me dar tristezas. É o que ela acha que eu quero.
Eu – Vamos sair de um local onde as pessoas tem uma vida mais provedora, e vamos para um local … , morador de rua, favela, onde as condições são mais difíceis. A vida é mais difícil e essa pessoa já não vive na tristeza por uma condição do meio em que ela está.
G – Neste meio em que você citou é que saiu o samba, de lá saíram as rodas de samba, onde as pessoas comemoram. E elas não são milionárias, então o lado econômico não quer dizer muita coisa não.
Eu – Isso é um lado interno que a pessoa cria.
G – Sim!
Eu – Então quer dizer que as pessoas tristes, elas não deixam de ser egoístas?
G – Sim, até porque essas pessoas, na maioria das vezes, estão usando a tristeza para chamar a atenção dos outros, sobre elas mesmas, dizendo, olha como eu sou triste, pobre de mim.
Eu – Quer dizer, ela fica triste porque as coisas não funcionam da maneira que ela quer.
G – Isso é diferente, o que eu quis dizer é que muitas pessoas ficam tristes para chamarem a atenção dos outros e para controlarem os outros, mas também existem as pessoas que se aparentam tristes porque foram contrariadas, se vitimizam, e na maioria das vezes quando você vai perguntar, ela esta se vitimizando por algo absurdo.
Eu – Sim, para quem chega e pergunta por que, é uma coisa tão absurda, sem valor.
G – Valorizam algo que muitas vezes não são importantes.
Eu – A vitima é um parceiro do triste, não? Porque a vítima está sempre triste.
G – Sim, porque quem esta no papel de vítima, não vai poder ser Alegre, porque como eu posso ser vitima e Alegre ao mesmo tempo. É um paradoxo: assim ninguém vai ter peninha de mim. Então eu tenho um ganho secundário da pena que as pessoas tem, porque tanta gente continua? Você dá a saída, a pessoa percebe a saída, mas ela não toma o caminho, porque é muito melhor continuar sendo vítima, é muito mais confortável.
Eu – Então as religiões induzem a essa tristeza, essa vitimização né?
G – Não são as religiões. Mais uma vez é importante lembrar que as religiões não induzem a nada. As pessoas que pregam nas religiões é que podem induzir. Você vai ver em muitas religiões que dependendo do líder que está ali, as pessoas são bastante alegres, comemorando. Entram inclusive em períodos de êxtase. O êxtase religioso é conhecido desde a idade antiga.
Eu – E é muito bonito né?
G – Bonito e prazeroso. Muito bom, porque geralmente limpa os canais energéticos para receber energias de outras esferas. Porém, existem outras religiões que trabalham culpa. Quantas vezes te disseram que você é culpada pela crucificação de Jesus?
Eu – É! Desde a hora que a gente nasce, né?
G – Você pediu?
Eu – Eu não.
G – Então até essas culpas, e quem trabalha ensinando a culpa quer controlar, porque a culpa é paralisante. A pessoa que se sente culpada se arrepende disso ou daquilo, e quer de qualquer jeito refazer o mal que praticou. E na maioria das vezes ela cai no conto da culpa.
Eu – Sim porque o prazer é ruim, o prazer é pecado.
G – Então não são as religiões. É a interpretação que algumas pessoas dão nas religiões. A maioria das religiões vai pregar a Alegria, uma Alegria interna: de se sentir filho de Deus, de se sentir alguém que tem uma centelha Divina.
Eu – Vamos falar desses grupos religiosos que entram nessa Alegria excessiva durante o movimento da apresentação. Isso é uma euforia, um contato crístico, ou as duas coisas juntas?
G – Com certeza as duas coisas. Dependendo de quem foi buscar isso, e dependendo de quem está dirigindo isso também. O ser humano encarnado ou desencarnado age muito por sintonia. E muitas vezes a sintonia do grupo faz ter essas manifestações. Não achem que todas essas manifestações que vocês veem, inclusive na tela que vocês assistem, sejam falsas. Muitas delas não deixam de ser falsas se forem avaliadas profundamente. Mas elas estão acontecendo mesmo, pois acontecem por efeito do grupo.
Eu – Quando o dirigente entra em sintonia, o grupo pode entrar na vibração tanto de alegria como de euforia.
G – O mais importante é o que você faz com isso. Se for só uma euforia, isso pode ser muito complicado. Agora se for um êxtase realmente, quando a pessoa tem um contato e sente essa Alegria mais pura, que bom!
Eu – Mas esse estado vai permanecer depois, manifestando-se no equilíbrio da pessoa, não? Porque a gente vê que são pessoas que se dizem assim e que são totalmente desequilibradas.
G – O êxtase religioso não permanece por muito tempo. São momentos em que é permitido que a pessoa atinja um grau de comunhão com o plano espiritual e que ela percebe coisas que lhe são muito importantes.
Eu – É o que acontece na meditação também, o estado de Samadhi?
G – Sim, é o mesmo, mas o Samadhi não permanece para sempre!
Eu – Sim, mas pelo menos as pessoas que praticam tem equilíbrio, não vivem no negativo e na tristeza. A partir de entrar em contato com essas vibrações, você muda sua maneira de ser, existe uma mudança interna.
G – Sim, essa é a diferença. Você atinge um êxtase que modifica o seu comportamento. Diferente de quando você tem a ilusão de que vai estar sempre nesse estado.
Eu – Nem temos condições de sustentar uma situação assim, né?
G – Não!
Agora o Alberto vai falar sobre outro ponto de vista.
A – Tem sido bastante colocado na sociedade que atingir este estado de alegria que é muito mais demonstrativo para o outo. É o sorriso fácil que é a vitória, que nem sempre é uma Alegria verdadeira, que muitas vezes está ali muito mais para demonstrar superioridade ou para satisfazer o orgulho. E essa Alegria pode ser fatal. Essa Alegria que é uma demonstração de orgulho, não da verdadeira vitória, mas é uma demonstração do sobrepujar o outro. Essa pode ser bastante perigosa, e é bastante confundida. Para buscar essa Alegria é que muitos vão atrás de substâncias psicoativas, vão atrás de alguns grupos, como você citou, inclusive religiosos.
Eu- Do Ayahuasca por exemplo?
A – Não precisa ter nem substância psicoativa. Muitas vezes esses grupos religiosos facilitam isso e acabam se colocando a falsa Alegria, que é uma Alegria difícil de ser sustentada, que não se baseia numa felicidade, mas se baseia na demonstração de um estado. E já tem trazido o adoecimento de muitas pessoas. Muitas pessoas adoecem porque não conseguem manter esse estado. E elas não admitem poderem sentir outras sensações. Elas não admitem quando elas sentem raiva, sentem tristeza. E elas querem se manter naquele estado.
Eu – Elas negam outros sentimentos?
A – Sim. Isso é um vício de sentimento, isso é vicioso. E elas acabam usando de qualquer estratagema para manter esse vício, isso é muito perigoso.
Eu – Essas pessoas se mantém nesse estado por um desequilíbrio nos chakras, nos corpos, ou simplesmente o ego negando, e elas tentando ser santificadas, sem problemas, somente felizes?
A – Existem alguns pesquisadores que vão chamar isso de ´´neurose de ser normal“, também chamada de ´´normose´´, que é eu querer me apresentar sempre alegre, falsamente Alegre. Porque o Alegre que foi citado pela Gilda não precisa sair sorrindo e falando besteiras. Ele não precisa ter atitudes bobas. Esse é outro Alegre falso que fica sustentando uma máscara de Alegria, e que nunca admite ter outro sentimento que não seja Alegria. Ele se desgasta absurdamente, desgasta muito da sua energia, e isso desequilibra sim os chakras.
Eu – Mais isso é um estado de doença mental?
A – Isso é uma doença mental pouco diagnosticada, inclusive porque parece que é normal. Quantos dos espíritos que agora ocupam os corpos jovens não se entregam a bebida, não se entregam ao que vocês chamam de balada? Exatamente para simular essa Alegria falsa, porque eles não tem alegria interna, e isso parece que é normal.
Eu – Eu vou colocar outro aspecto. Nós temos ai, dizem, que chegando os seres índigos, Cristais, esses seres sentem necessidades de outras condições planetárias, seria isso? Por isso vão para esse lado, ou não?
A – Não, isso existe há tanto tempo! Essa nova humanidade está vindo há 3.000 anos. Ela sempre vai ser nova! Daqui a um minuto ela vai ser nova.
Eu – Então, por que essa doença de índigo, de cristal …?
A – Pela mesma doença da Alegria. Algumas dessas coisas são importantes realmente. É óbvio que a humanidade está evoluindo. Que muitos dos espíritos que estão encarnando e que estão tendo oportunidade de encarnar, tem outra forma de encarar as coisas, mas isso não quer dizer que todos estejam assim.
Eu – Mas tem muitos que chegam bem melhor preparados, são crianças muito espertas.
A – Sócrates viveu 500AC, Hipócrates também. Então talvez aquela época fosse a mais evoluída da humanidade? Tinha Sócrates e Hipócrates vivendo na mesma época, Platão também, e até hoje eles são estudados.
Eu – E porque tanto auê em cima disso? É pela própria evolução do planeta, e a humanidade encarna acompanhando isso.
A – A humanidade evolui também, mas se você olhar, isso já foi falado na semana passada. A grande oportunidade da humanidade agora é que vários espíritos de varias sintonias estejam encarnados. De repente é uma oportunidade para eles conviverem. Então é obvio que na humanidade atual existem espíritos bastante evoluídos, como é obvio que existem espíritos poucos conhecedores da bondade. Isso não quer dizer que a humanidade está perdida, como alguns erroneamente colocam. E também não quer dizer que a humanidade está salva, como outros pregam. Isso só quer dizer que a evolução continua e ela não vai ser em saltos. Não vai acontecer de amanhã descer um disco voador e todos se tornarem anjos. Isso já aconteceu alguma vez? Então porque que vai acontecer agora?
Eu – Mas dizem que hoje as pessoas são mais doentes da mente, mais tristes, mais negativas, mais ansiosas, mais estressadas, mais … é real isso?
A – Tem um texto de Sócrates dizendo que a juventude da sua época estava perdida, porque fazia tudo com muita pressa. Conhece isso? 2.500 anos atrás Jesus veio dizendo que Ele vinha para os doentes, que eram muitos, e Ele não se referia só aos doentes do corpo, mas principalmente aos doentes da Alma. E é isso que é importante, que nós reconheçamos que estamos sempre evoluindo, quer no plano espiritual, quer no plano encarnado, e que a humanidade vai evoluindo também. Com isso eu não quero dizer que tudo isso que é falado está errado, tudo isso está certo, mas muitas vezes é supervalorizado. É claro que existem seres agora que são iluminares, e se deve aprender com eles, mas não todos os seres são iluminares.
Eu – Mas sempre existiram, né? Madre Tereza e tantos outros que foram luz na escuridão.
A – Sim, sempre existiram. Será que Sócrates era índigo?
Eu – Sei lá. (risos do grupo) Será que conheci Sócrates e não me lembro?
A – É importante também que tomemos cuidado também com esse conceito do que é a Alegria. A Alegria que a Gilda explicou é uma Alegria interna, Alegria pacífica, sem demonstrações exageradas. É a Alegria de estar vivo, é a Alegria de acordar e agradecer por mais um dia, é a Alegria de agradecer o afeto, é a Alegria de agradecer o que recebe. Isso não significa também ser tolo, agradecer inclusive quando é maltratado, mas isso significa estar alegre, e se for maltratado também não achar que é menos que os outros, que não é merecedor. É saber que todos nós vamos passar por várias situações.
Eu – Mas também não negar a tristeza, não negar o medo, nada disso?
A – A raiva, sim. Mas só que adequar isso. No momento de sentir tristeza, sentir a tristeza. Mas ao mesmo tempo continuar agradecendo pelas coisas boas, porque muita gente na hora de sentir tristeza, só se lembra da tristeza. E as outras coisas? Se você tem um motivo para ficar triste, talvez você tenha outros para se alegrar, por que não? Por que não equilibrar isso? Mas muita gente acaba agindo, como foi colocado, principalmente por ter sido contrariado. Fica irritado, agressivo, entristecido, apenas por ter sido contrariado, quando na maioria das vezes essas contrariedades estão protegendo essa pessoa e esse espirito.
Eu – É, isso a gente vê muito, né! Como aquela parábola, quando não via as pegadas que seguiam no chão, reclama, e Jesus estava carregando no colo. Nosso mal é querer sem saber se o que queremos é bom para nós, apenas queremos.
A – É. Julga-se muito rápido, tanto no plano encarnado, como no plano desencarnado.
Eu – Ischi!! aí continua, é?
A – Sim, você acha que você vai criar asinhas quando chegar aqui?
Risos….
Eu – É a esperança, né?
A – A diferença é que aqui você vai estar muito mais próximo dos espíritos que estão na mesma sintonia. Se você for buscar fazer coisas boas, você vai estar mais próximo de pessoas assim.
Eu – É eu achei interessante essa explicação da lei de atração por sincronia da igualdade.
A – Sim, a sincronicidade pela atração vai ocorrendo muito mais, e fica muito mais fácil de somar energias por uma caminhada. Mas no plano encarnado isso também não é impossível. Você escolhe como se sente. Se quiser, é como os canais da sua TV. Você escolhe o que quer assistir. Se só assistir drama, provavelmente terminará o dia triste. Se assistir só comédia, vai terminar o dia sorrindo. O problema é que nada disso é natural, nada disso é interno, isso tudo vai reagir a estímulos externos. Então precisamos aprender, tanto no plano encarnado, como no desencarnado, a não ficar reagindo só sobre os estímulos externos. Mas olhar para o interno, como está o meu interior. Ok, todos nós cometemos erros! Todos! Todos nós temos responsabilidades! Todos! Todos nós tentamos alguma coisa que não deu certo! Todos. Mas eu preciso ficar me sentindo culpado? Eu preciso fazer drama encima disso? Vou ajudar a quem fazendo isso? Eu socorro alguém quando eu me declaro errado? Ou eu ao contrário, sou tão egoísta e tão orgulhoso que eu não aceito que a onipotência e a sabedoria de Deus também me criaram. Porque isso é orgulho. Será que Deus acertou em tudo e só comigo errou? Tudo é tão perfeito, tudo é encadeado por leis tão perfeitas e só comigo não? Eu é que sou a vitima, pobre de mim, tudo que eu olho ao lado é tão maravilhoso, e só comigo, não …isso é orgulho.
Eu – E esse estado de alegria que você veio trazer na sua explicação: uma pessoa vive durante um longo tempo neste estado falso, faz um esforço muito grande para se manter assim, artificial. Um dia, de repente, ela pode desmoronar? Ou é mais fácil ela terminar a encarnação neste estado?
A – Ela pode terminar a encarnação neste estado e depois desmoronar.
Eu – Depois do desencarne?
A – Muitas vezes sim. Só depois ela vai perceber a inutilidade disso tudo.
Eu – Uma pessoa assim deixa de viver, não? Por não ter contato com outros sentimentos ligados aos nossos chakras e corpos, não é?
A – Na verdade ela usa uma máscara para se apresentar para os outros. Mas, essa máscara também impede que a energia dos outros também chegue até ela de uma forma correta. Essa máscara filtra o que ela entrega, mas também filtra o que ela recebe, e ela acaba vivendo numa ilusão.
Eu – Como assim? O que ela recebe?
A – Recebe do outro. Você está sempre trocando com os outros. Cada vez que encontra alguém está trocando energias. Você dá e recebe, e ai, quando eu visto uma máscara tão potente, eu consigo fingir uma energia que eu dou. Mas eu também filtro de uma maneira que também talvez não seja tão agradável, a energia que eu recebo. E deixo de receber.
Eu – Também vem uma energia falsa do outro.
A – Ou nem vem. Eu já não consigo ver essa energia verdadeira. Por isso é que a maioria das pessoas está perdendo a capacidade de intuição que é a percepção da energia verdadeira. Mas se eu não consigo mais conviver, ou não consigo mais demonstrar a minha energia verdadeira, como é que eu vou sentir essa energia? Assim, eu perco a intuição.
Eu – Porque eu vou forçar uma situação que não é real, eu bloqueio aquilo que me vem espontaneamente.
A – Sim!
Eu – Uma coisa que eu gostaria de esclarecer. Eu trabalho com astrologia: tem o Ariano, o Taurino….cada um dentro de um modelo de personalidade. Se eu negar essa personalidade estou negando a minha evolução?
A – Depende de como você vê. Se dentro dessa personalidade existem coisas que naquele momento eu devo negar, que elas podem não ser adequadas, não estou negando a minha evolução. Inclusive, estarei superando algumas provações pelas quais vim superar.
Eu – Sim, isso tudo bem. Mas eu negar o negativo que existe e muitas vezes este negativo está latente na pessoa e ela se recusa a aceitar para se trabalhar, é estar na mesma situação da falsa Alegria, não?
A – Sim, eu posso vencer o lado negativo que existe. Eu vim para trabalhar isso. E existe em todos os signos. Da mesma forma que, se você lê no “evangelho segundo o espiritismo”, num dos textos está escrito que o tipo constitucional não permite que a pessoa aja conforme. E sita o bilioso (ou colérico – um dos 4 temperamentos humanos formulados por Hipócrates, o pai da medicina há seis séculos AC ) que é mais agressivo. Isso não quer dizer nada. Não é porque eu tenho um tipo mais agressivo, o bilioso, que eu posso sair agredindo por aí. Se eu sou agressivo é porque eu escolhi ser agressivo.
Eu – Mas essa pessoa que vem com esse estado mais agressivo do bilioso tem uma facilidade maior de agir, interagir, … e isso é positivo.
A – Sim, então ele pode aprender com isso a interagir, agir, poder criar meios para ajudar o outro, ao invés de ficar gritando com as pessoas. A escolha é dele, ele não pode justificar as escolhas dele só pelo tipo físico. E mesma coisa vem para o trabalho da Astrologia. Não é porque você é Sagitariano, que vai agir só conforme aquilo. Você tem mais energia em alguns pontos e menos energias em outros pontos, mas também vem com condições de superar.
Eu – Sem dizer que temos os doze estados, dos doze signos dentro de nós, não é?
A – Sim, as doze energias. Agora com certeza tem o outro lado. Você também tem algumas coisas que vem, que pode estudar, que vai te facilitar. Você precisa ter bom senso de perceber quais são elas, ver quais são suas ferramentas mais afiadas, e ai utilizar da melhor forma possível. Que a maioria das pessoas não se olham, não se conhecem a si próprias. Conhecem muito a vida do outro e muito pouco a si mesma.
Eu – É. Muitos de nós não sabemos o que temos de bom ou de ruim dentro de nós, né? Temos medo do que é ruim, e assim não deixamos o que é bom fluir.
A – Exatamente. Mais uma vez a estória da máscara e a Alegria é muito típica. Cuidado com os que estão sempre Alegres.
Eu – É bem aquilo, nem só tristeza, nem só Alegria, né?
A – Equilíbrio, todo desequilíbrio vai trazer problemas.
Eu – Alguém do grupo quer fazer alguma pergunta sobre a Alegria?
Integrante do grupo.
Pergunta – Os pensamentos vindos de fora para nossa consciência, como nós teremos que fazer para que fortaleça a nossa seleção do que deve e do que não deve ser aceito? Assim que os pensamentos veem, logo em seguida veem as reações, ora de Alegria, ora de tristeza, ora de revolta. Como fazer para selecionar e manter o nosso bem estar em equilíbrio?
A – O maior problema aí é que o pensamento não é inteiramente externo. Existe uma junção, uma sintonia entre o que eu manifesto e o que vem para mim. Então, nenhum pensamento é totalmente externo. Eu atraio cada um desses pensamentos. Assim, a resposta é: Eu preciso tomar cuidado com o que eu atraio.
Eu – Quanto a glândula pineal, o que você quer relacionar? Ela é responsável pelo hormônio da Alegria? É isso que você quer dizer?
Integrante – a glândula pineal tem uma sintonia com o bem e o mal e pensando no nosso cérebro, o hipotálamo tem uma parte que é de gratificação e recompensa e uma parte que é de castigo e revolta. Então temos que ter pelo menos o desejo de ir buscar. Como selecionar essas imaginações?
A – Cada uma dessas áreas do cérebro são só ferramentas. Elas vão ser usadas pelo espírito, mas você é que vai escolhendo como usar essas ferramentas. O obvio que o que vem de fora também pode afetar, mas o mais importante é a sintonia que você escolhe. Então é sempre vigiar a sua sintonia e ai acessar, quando você não aceita os pensamentos tristes e os modifica. Isso pode auxiliar, mas há de se tomar cuidado também, para não achar que a vida é sempre alegre, para não achar que o tempo todo você deve estar sorrindo e demonstrando Alegria para os outros. Porque isso é um desgaste energético absurdo. Mesmo os grandes mestres tiveram momentos de solidão, tiveram momentos de ira, de manifestações agressivas, de formas bastante diferentes e controladas, porque eles já tinham essa capacidade, mas lembrar disso. Cuidado também para não achar que a vida foi feita para você ser feliz 24 horas por dia. Não, não foi; ela foi feita para que sejam experimentados vários momentos. Momentos também de dor, solidão, Alegria, riso, tristeza, o ganho, a perda. Aí é preciso tomar cuidado para não negar tudo. Porque muitas vezes o pensamento que me vem e que eu estou sintonizando está relacionado com uma tristeza que eu devo sentir, que eu preciso manifestar. Se eu não permitir que ela se manifeste, eu posso coloca-la embaixo do tapete. E tudo que eu guardo embaixo do tapete pode fazer com que eu caia no futuro. Então é importante também não bloquear essas manifestações, é importante filtrar. Estar alegre 24hs por dia é um gasto de energia muito grande e não é natural.
Eu – Vou fazer uma pergunta quanto a glândula pineal, já que o assunto foi abordado. Ela é a parte do cérebro responsável pela serotonina, o hormônio da alegria. Corrija-me se eu estiver errada. O fato de se sentir feliz e alegre ajuda a manter esse hormônio em equilíbrio?
A – Na verdade, essa glândula é produtora da melatonina. A serotonina é produzida em outras áreas do cérebro também por auxílio da melatonina. E tudo termina no mesmo complexo. O que acontece é que se você for olhar as glândulas e os chakras, com que chakra a glândula pineal se relaciona?
Eu – Com o chakra da coroa.
A – E o que esse chakra faz? É uma antena de recepção de alguma coisa, é uma antena de captação.
Eu – É uma ampliação da consciência, certo? Na canalização a gente usa essa glândula.
A – Exatamente. E o frontal está ligado à hipófise e amplia e elabora o que eu recebo de fora. A pineal é uma grande antena, mais uma vez, é uma ferramenta que escolho.
Eu – Mas este hormônio, se eu por equilíbrio, mantenho meu estado de alegria e um estado saudável, a melatonina se produz automaticamente, independente da idade, do stress? Você acha que podemos passar por um stress e manter a alegria?
A – Sim, o stress não é resultado do que acontece, e sim, resultado de como você encara o que acontece, e isso vale para tudo.
Eu – Mas uma pessoa que é muito ocupada, muito….ela não entra no stress? E isso não é porque ela encara mal a situação.
A – Por que essa pessoa é muito ocupada?
Eu – Porque ela optou por isso.
A – Então ela não está encarando nada, só está fugindo de alguma coisa.
Eu – É…é uma situação que ela escolheu.
A – Provavelmente ela só é muito ocupada por causa do seu orgulho, como a maioria das pessoas. Então o que é bastante importante e que nós queríamos deixar bem claro, é que existe essa falsa Alegria, que é um desgaste muito grande e que está agora extremamente em voga. A maioria das pessoas quer se apresentar alegres, e para isso, tem que usar uma bebida alcoólica, usar uma droga, ou participar de um grupo no qual ela nem acredita. Mas existe também, como nos disse Gilda, essa Alegria interna, que deve ser regada, deve ser adubada. E o grande adubo dessa Alegria interna é a gratidão. Quanto mais se exercitar a gratidão, mais esse estado de Alegria se mantém.
Eu – Mas para ser grato, precisamos ser humildes, certo?
A – Sim, porque para ser grato, você precisa ser humilde o bastante para receber alguma coisa.
Eu – E a humildade é muito difícil para o ego humano ainda, não?
A – A maioria das pessoas não tem um milímetro de humildade. Confundem humildade com falsa modéstia. Então ficam se reduzindo perante o outro, e isso não tem nada de humildade, porque a humildade não é se reduzir perante o outro. A humildade é engrandecer o outro e reconhecer nele a centelha de Deus. A maioria das pessoas tem falsa modéstia.
Eu – É….sabe que eu tenho percebido com esses nossos estudos, que tudo depende da HUMILDADE. Se a pessoa não trabalhar a humildade, se não tiver isso dentro dela, é difícil atingir qualquer estado com essência, com verdade.
A – Não só a humildade. Também o Amor.
Eu – Mas o Amor também você só sente se for humilde, porque Amar para o ser humano é se sinônimo de ser frágil. Um homem que se coloca muito amoroso é considerado delicado demais para um homem. E o homem tem vergonha de se expressar Amoroso, nossa cultura incentiva isso.
A – Não só o homem. A maioria das pessoas tem vergonha de mostrar seus sentimentos mais profundos e mais bonitos porque vai contra a ideia de estar sempre alegre, essa alegria artificial.
Eu – Ou vai contra a ideia de ser forte.
A – Sim, o forte é o vitorioso.
EU – O vitorioso, o guerreiro, o valente, nunca o amoroso.
A – Pois é, mas o grande guerreiro é muito amoroso. Buda foi um grande guerreiro e era Amor puro.
Eu – Quanto mais se estuda, mais se vê o quanto estamos distantes dessa grandeza que é o Amor.
A – Você que vive dizendo que tudo é quântico, então o seu distante pode ser muito perto (Risos) Não é tão distante, mas requer um esforço e não estamos acostumados a esse esforço de regar dentro de nós mesmos sentimentos que são bons. Nós estamos acostumados a tentar falsamente expor o que não somos e isso vale para os dois planos, encarnados e desencarnados.
Eu – Sabe, acho que com tantas coisas contra, tantos certos e errados, aprendemos a nos defender, e toda vez que nos defendemos fugimos de nós mesmos.
A – O problema é que você já nem sabe mais do que está se defendendo. Você está usando a mesma estratégia pra tudo e é obvio que não vai dar certo. Se é uma estratégia de defesa, use-a para se defender, mas será que precisa se defender de tudo, do carinho, do Amor, de tudo? E muitos se defendem de ser feliz, acredite.
Eu – Eu acredito que a maioria, se tem regra para tudo, tem pecado em tudo, tem defeito em tudo. Acredito que isso impede as pessoas de serem felizes mesmo.
Integrante do grupo: Então está tudo no nosso interior?
A – Sim. Você é que escolhe. Não que você possa escolher todos os fatos pelos quais vai passar, mas você pode escolher como interpretá-los e como reagir diante deles. A escolha é tua.
Eu – É isso. Nós tivemos uma aula de como reagir diante dos fatos, como usar o livre arbítrio.
Integrante do grupo: Mas isso não está ligado devido a outras encarnações. A pessoa tem muito medo de mostrar o que sente porque não quer se ferir. Como você falou, autoproteção. Será que isso não está relacionado a vidas que a gente teve lá atrás?
A – Sim, isso está relacionado com o que vem do passado, mas o grande problema é continuar julgando o que acontece agora com o que aconteceu no passado. Se você achar que todas as pessoas vindas de um lugar vão agir do mesmo jeito, isso vai ser complicado. Se você começar a julgar todos os que estão no gênero masculino, vai ser impossível. Provavelmente metade da humanidade agora é do gênero masculino. Todos são iguais? E eu só estou falando dos encarnados, que é um número bem menor que os desencarnados. Então, são todas essas generalizações que vão acorrentando os seres. Se eu em vidas passadas passei por determinadas experiências, me vitimizei, eu posso continuar querendo ser vitima. E é esse o grande problema. Eu preciso é me livrar desses estados que me impedem de continuar.
Eu – Então esses estados que nós sentimos mais fortes em nós, são os que nós temos que sair deles porque eles estão gravados lá no passado?
A – Sim, são os que precisam ser trabalhados.
Eu – Então a Apometria neste sentido abre portas. Vai buscar lá atrás e te liberta. Você vai ficar na sintonia se quiser, como nos foi explicado.
A – Sim. Você pode trazer outros, mesmo que não sejam seus. Só pela lei da atração, que tem muitos iguais soltos por ai só esperando uma ressonância.
Eu – É o orai e vigiai. Aqui nos estudos tem saído muito isso. Se a gente se perceber, prestar mais atenção em nossas emoções, vamos saber o que é para ser mudado.
A – Mais uma vez, o grupo aqui reunido agradece. Nós temos que agradecer muito aos fiéis da corrente de Nossa Senhora do Rosário dos Negros que nos auxilia bastante nesse contato que nem sempre é fácil. Pai Benjamim continua auxiliando muito e tem ficado mais com vocês do que conosco, apesar de precisarmos muito da sabedoria dele.
Integrante do grupo: Nossos mentores nos ajudam a vencer esses obstáculos?
A – Nossos mentores nunca forçam nada. Se disser que eles podem ajudar, sem dúvida podem, muito. Mas sem forçar, porque eles sempre respeitam o livre arbítrio.
Eu – Voltando a presença de vocês, ao pai Benjamim que eu tenho sentido muito a presença dele aqui, e em todos os momentos que eu tenho necessitado. E eu digo ao grupo que também se conecte, também puxe essa energia que ele traz que é muito boa. Eu tenho feito isso e tem sido uma coisa muito grandiosa na minha vida.
A – Ele tem trabalhado muito, principalmente os Chakras Cardíacos que agora estão bastante dificultosos de se trabalhar. O que acontece é que a maioria dos encarnados agora utiliza demais os Chakas superiores, e muito pouco os Chakras básicos. A maioria que está encarnada não consegue viver neste planeta que vocês vivem. E o Chacra Cardíaco é que faz a ligação, então é muito difícil, todos acabam tendo essa angústia, esse peso no Chakra Cardíaco. Exatamente por causa dessa ligação, é preciso que se equilibre um pouco mais.
Eu – Nossa gratidão. Como sempre foi um aprendizado bastante profundo, e vamos por tudo isso em prática.
A – Nós agradecemos e lembramos que também estamos aqui sempre estudando. Isso não significa que tenhamos todas as respostas.
Eu – Sim, mas tem sido de grande valia, pode ter certeza. Nossa gratidão.